Surpresa: concordando com Joaquim, Lewandowski condenou todo mundo, mas...
BRASIL – Julgamento do Mensalão Surpresa: concordando com Joaquim, Lewandowski condenou todo mundo, mas … Surpreendendo o ministro revisor do processo do mensalão, Ricardo Lewandowski, concordou com o voto do Ministro Joaquim Barbosa, em todos os pontos que revisou no processo. Como o outro, optou pela condenação do ex-diretor de marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, Marcos Valério, Cristiano Paz e Ramon Hollerbach. Criou, porém, um suspense por ter deixado para hoje, o capítulo que trata dos desvios de verbas públicas para o esquema do mensalão. Nesta quinta-feira, o revisor analisará o caso de João Paulo Cunha à frente da Câmara dos Deputados. Foto: Nelson Jr./SCO/STF Postado por Toinho de Passira
"BALBÚRDIA NO BANCO DO BRASIL" Lewandowski usou a primeira parte do seu voto para detalhar a atuação de Pizzolato no suposto esquema. Ele acatou a versão do MPF de que o ex-dirigente teria recebido 326 mil reais da DNA e disse haver indícios de que o valor foi uma "comissão por atos praticados" no exercício do cargo público. Ele concordou também que o ex-diretor autorizou desvios em recursos de publicidade fornecidos pelo fundo Visanet, e pertencentes ao BB, no valor de quase 74 milhões de reais, em antecipações autorizadas em benefício da DNA Propaganda, segundo o MPF. "Ficou evidenciado que o réu autorizou que fossem realizadas quatro antecipações à DNA Propaganda durante execução de contrato de publicidade firmado com o Banco do Brasil", disse Lewandowski. O revisor apontou para uma "total balbúrdia" na área de publicidade do BB o que, segundo ele, "tinha um propósito". "As irregularidades assumem contorno de crime", disse. Lewandowski, assim como Barbosa, rebateu o argumento da defesa de que os fundos do Visanet seriam privados. O revisor disse ser "irrelevante" a questão, já que para o crime de peculato a condição é que o sujeito ativo seja funcionário público, independente da origem ou natureza dos recursos. Para condenar o ex-dirigente por lavagem de dinheiro, afirmou que ele tinha a "nítida intenção de dissimular" a origem do dinheiro. O relator fez um voto rápido sobre os crimes que teriam sido cometidos por Valério e seus então sócios, também votando pela condenação. "O Ministério Público demonstrou que o réu Marcos Valério, proprietário da DNA, apropriou-se de dinheiro público em conluio com o réus Henrique Pizzolato, primeiro forjando notas fiscais e adulterando a contabilidade para conferir uma aparência de legalidade à operação fraudulenta", disse ele. "Segundo, autorizando antecipações milionárias em desacordo com o regulamento do fundo Visanet. Ante o exposto, voto pela condenação", disse. Lewandowski também votou pela absolvição do ex-ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República Luiz Gushiken, atendendo pedido do procurador-geral da República, Roberto Gurgel. Ao absolver Gushiken, o revisor citou o escritor português José Saramago ao dizer que o tempo não é igual para todos. "Esta suposta brevidade para o réu configurou uma eternidade", disse. Lewandowski também destacou ser importante que apenas se considerem provas colhidas em juízo no processo, descartando, por exemplo, depoimentos dados à CPI dos Correios, que investigou o escândalo do mensalão à época de sua denúncia, em 2005. Essa posição do ministro é contrária à adotada por Barbosa e pela Procuradoria Geral da República, que levaram em consideração os depoimentos colhidos durante a CPI. O STF se reúne novamente na quinta-feira, quando Lewandowski prosseguirá com a leitura de seu voto, desta vez sobre a relação SMP&B-Câmara dos Deputados. COMENTAMOS: Desprezando as provas colhidas na CPI e no inquérito policial e só levando em conta o contido no processo, na sua fase judicial, Lewandowski pode está assinalando que vai reconhecer a existência de crimes ligados à corrupção e lavagem de dinheiro, no esquema, mas afastar-se-á da tese do “mensalão”, caracterizado pelo uso de dinheiro público para compara parlamentares. Por esse caminho, prepara a estrada, primeiramente, para absolver João Paulo Cunha, e mais tarde pode livrar a cara e o pescoço de José Dirceu. Tomara que estejamos enganados. *Alteramos o título, acrescentamos subtítulo, foto e legenda a publicação original |
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