Política de preços explica parte do prejuízo da Petrobras
BRASIL – Opinião Política de preços explica parte do prejuízo da Petrobras “A presidente Dilma foi ministra da Casa Civil, da Energia e estava no Conselho da Petrobras e Graça era da diretoria, no governo anterior, quando foi decidida a maneira de operar da empresa”.
Postado por Toinho de Passira Esperava-se um resultado ruim da Petrobras, mas foi pior. Vem no período de Graça Foster à frente da empresa, mas não é culpa dela. Graça está tendo o mérito de começar a falar a verdade, mas também há ambiguidades no seu discurso. Especialistas que analisam o mercado dizem que há vários desequilíbrios - um deles é gritante: a Petrobras tem de subsidiar o preço da gasolina e do diesel, 65% da receita da empresa. Paga mais caro pela gasolina importada do que cobra aqui dentro. Agora, a conta aparece. No segundo trimestre, a Petrobras teve prejuízo de R$ 1,3 bi; no primeiro semestre, ainda é positivo, mas 64% menor do que no mesmo período de 2011. Alguns derivados de petróleo sobem todo mês, mas gasolina e diesel só quando o governo autoriza. São dois pesos e duas medidas. São derivados do mesmo produto, mas tratados de forma diferente. Essa decisão do governo provoca vários problemas; além do prejuízo da Petrobras, há desorganização do setor de etanol, que não vê horizonte para o combustível alternativo. A presidente Dilma foi ministra da Casa Civil, da Energia e estava no Conselho da Petrobras e Graça era da diretoria, no governo anterior, quando foi decidida a maneira de operar da empresa. Graça, às vezes, dá sinais de que as coisas vão mudar; outra hora, que tem que compor com a gestão anterior, para não parecer que há fratura. Ela fez parte da diretoria que tomou essa decisão, mas ao mesmo tempo, vê riscos. O maior deles nem é o prejuízo, mas a falta de capacidade de continuar investindo. A produção também caiu. Parte da redução do lucro é manutenção, troca de equipamento, mas a empresa precisa investir mais e direito. A refinaria Abreu Lima, por exemplo, está custando mais do que o previsto; desde o começo, houve alerta de que não seria boa opção de investimento. É bom para a Venezuela, mas duvidosa para o Brasil. E a Petrobras tem de fazer investimentos, não apenas ditados pelo interesse político de agradar à Venezuela, por exemplo, ou de fazer uma redução do impacto inflacionário para que o brasileiro não fique mal humorado em época de eleição. Eleições não podem impedir decisões de política econômica. *Acrescentamos subtítulo, foto e legenda ao texto original |
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