Julian Assange pede que Obama pare de perseguir WikiLeaks
REINO UNIDO – EQUADOR Assange pede que Obama pare de perseguir WikiLeaks O fundador do WikiLeaks, falou da sacada da embaixada do Equador em Londres neste domingo, fazendo sua primeira aparição pública desde que se refugiou no prédio, há dois meses. O australiano, que recebeu asilo diplomático do Equador, é requerido pela justiça sueca por acusações de supostos crimes sexuais. Ele teme que a Suécia o deporte para os EUA, onde pode ser condenado à morte. Assange poderá ser preso se deixar a embaixada, pois os ingleses se negam fornecer “salvo conduto”, o documento diplomático necessário para que ele viaje até o Equador, o país que lhe acolheu. Foto: AFP Postado por Toinho de Passira Julian Assange fez, neste domingo, sua primeira aparição pública em dois meses na sacada da embaixada equatoriana em Londres. O fundador do WikiLeaks agradeceu a todos os que o estão apoiando em seu pedido de asilo ao Equador, em especial as nações latino-americanas. Ele pediu a liberdade a Bradley Manning e disse os Estados Unidos precisam acabar com a "caça às bruxas contra o WikiLeaks". (Bradley Manning, é o analista de inteligência do Exército americano, que forneceu material secreto da guerra do Iraque e do Afeganistão, além de embaraçosas correspondências diplomáticas americanas ao Wikileaks. Manning está sendo submetido a uma corte marcial americana, onde pode ser condenado a morte. Em sua fala, que durou cerca de dez minutos, Assange citou diretamente o presidente americano, Barack Obama, ao pedir anistia a todos que vazaram os documentos. "Eu peço para o presidente Obama fazer a coisa certa, os Estados Unidos devem renunciar a sua caça às bruxas contra o WikiLeaks", disse ele da pequena sacada da embaixada. Logo abaixo de Assange, uma centena de policiais cercava o local. Assange afirmou ainda que os Estados Unidos estão arriscando desviar o mundo para uma era de opressão jornalística. "Enquanto o WikiLeaks estiver sob ameaça, a liberdade de expressão e a saúde de todas as nossas sociedades também estarão", disse o fundador do site. Vestindo gravata marrom e camisa azul, o cidadão australiano elogiou a "coragem" mostrada pelo presidente do Equador, Rafael Correa, por aceitar conceder asilo a ele. "Eu agradeço ao presidente (Rafael) Correa pela coragem que mostrou ao considerar e me conceder asilo político", disse, para em seguida listar o nome de todas as nações latino-americanas que demonstraram apoio a ele. Foto: Andrew Cowie/France Presse Assange está asilado desde o dia 19 de junho na representação diplomática equatoriana na capital britânica. Na última quinta-feira, o Quito concedeu asilo ao australiano, o que causou embates diplomáticos entre Reino Unido e a nação sul-americana. Assange disse que ele está em segurança porque todos estão de olho no que está acontecendo. Foto: Olivia Harris/Reuters "Escutei uma equipe de policiais que entrou através da saída de emergência, mas eles sabiam que existiriam testemunhas", disse Assange, para quem, graças à presença da imprensa "o mundo estava olhando" para o que ocorre na embaixada.
O argumento de Garzón Pouco mais de uma hora antes do discurso de Assange, seu advogado, o juiz espanhol Baltasar Garzón falou na porta da embaixada equatoriana, ele afirmou que que seu cliente solicitou garantias mínimas para responder às autoridades da Suécia pelos crimes sexuais de que é acusado neste país. Garzón disse que seu cliente quer se apresentar às autoridades suecas para demonstrar a inconsistência das acusações, "mas solicita garantias mínimas, mas, suficientes, que até agora não foram concedidas". O espanhol afirmou também que tinha encontrado Assange com um espírito muito combativo e que ele - antecipando o discurso do australiano - agradecia aos equatorianos e ao presidente Rafael Correa pelo asilo oferecido. Garzón revelou que Assange "pediu para que se inicie a batalha legal para se conseguir um salvo-conduto (para deixar o Reino Unido) e para que os seus direitos fundamentais, da Wikileaks e das pessoas relacionadas sejam respeitados". Ele afirmou que Assange não deixaria a embaixada e que, sob hipótese nenhuma, teriam uma "atitude passiva". A posição da Suécia O número dois do WikiLeaks, Kristinn Hrafnsson, em declarações à AFP disse que se a Suécia se comprometesse a não extraditá-lo aos Estados Unidos, seria uma "boa base para negociar" uma saída pra Assange. "Posso assegurar que ele (Assange) quer responder às perguntas do promotor sueco há muito tempo, há quase dois anos", acrescentou Hrafnsson. A Suécia reagiu rapidamente: "O suspeito não tem o privilégio de ditar suas condições". "Se o WikiLeaks quer dar uma mensagem deste tipo, deve fazê-lo conosco diretamente, de maneira convencional", disse um porta-voz do ministério das Relações Exteriores. "No estado atual das coisas, não podemos dizer o que vamos fazer", sustentou, embora tenha assegurado que "não extraditamos ninguém que corre o risco de (ser condenado à) pena de morte". A manifestação da Alba No sábado, na cidade equatoriana de Guayaquil, os chanceleres e representantes de Estados da Alba, grupo integrado, entre outros, por Cuba, Venezuela e Nicarágua, apoiaram o governo de Correa, que denunciou que o Reino Unido ameaçou entrar em sua embaixada em Londres para deter Assange. Também em Guayaquil está prevista neste domingo uma reunião de ministros das Relações Exteriores da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), enquanto a Organização dos Estados Americanos (OEA) convocou uma reunião para o dia 24 de agosto em Washington. Foto: Bem Cawtha/LNP |
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