Ninguém será preso antes de 2013, diz Thomaz Bastos advogado de réu do mensalão
BRASIL – Julgamento Mensalão Ninguém será preso antes de 2013, diz Thomaz Bastos O advogado e ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos calcula que o julgamento do mensalão só será concluído em 2013. Antes disso, nenhum dos réus, mesmo se condenado agora, será preso, disse ele em entrevista a Folha.Bastos defende o ex-diretor do Banco Rural, José Roberto Salgado, no processo do mensalão. O cliente de Bastos não tem grande visibilidade no processo, mas há quem atribua ao causídico a coordenação de toda a defesa do mensalão, exceção a defesa de Roberto Jefferson. A ideia é impedir que, para livrar seus clientes das acusações no processo, os advogados acabem municiando teses do Ministério público, evidenciando atos criminosos dos clientes dos outros. Foto: Gabo Morales/Folhapress Postado por Toinho de Passira O advogado e ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos calcula que o julgamento do mensalão só será concluído em 2013. Antes disso, nenhum dos réus, mesmo se condenado agora, será preso. Em entrevista ao "Poder e Política", projeto da Folha e do UOL, Thomaz Bastos calculou que no ritmo atual o julgamento tomará o mês de setembro e "poderia até entrar em outubro". Depois, em "alguns meses" será publicado o acórdão --a compilação de todos os votos dos ministros do Supremo Tribunal Federal e com as eventuais penas para quem for condenado. O julgamento do mensalão será retomado hoje à tarde. O revisor do processo, ministro Ricardo Lewandowski, deve começar a ler o seu voto sobre o item do relatório de Joaquim Barbosa --que inclui apenas os réus João Paulo Cunha, Marcos Valério e seus sócios e o ex-dirigente do Banco do Brasil Henrique Pizzolato. Não há previsão sobre o tempo que será gasto por Lewandowski na sessão de hoje. Na suposição de Thomaz Bastos, com o "julgamento em si" terminando em meados de outubro, seria improvável o acórdão ficar pronto antes do final do ano. Mesmo porque o STF entra em recesso na metade de dezembro, emendando os feriados de Natal e de Ano Novo. "O acórdão é longo. Tem que passar pela revisão do relator, dos outros ministros, todos, para ver se as suas posições estão corretas. Eu acho que isso leva alguns meses. No mínimo", afirmou o advogado. Publicado o acórdão, o Supremo receberá os chamados embargos de declaração, as ações contestando possíveis incongruências na redação do documento. Esses embargos podem ser apresentados por advogados e pelo Ministério Público. Como o acórdão do mensalão será volumoso, "com mais de 1.000 páginas", diz Thomaz Bastos, haverá uma enxurrada de embargos chegando ao STF. As ações contestando a redação do acórdão serão julgadas ao longo de 2013, diz o ex-ministro da Justiça -mas aí o STF já estará sem a pressão de estar tratando de um tema político num ano eleitoral como o atual. Só depois do acórdão definitivo ser publicado é que o processo do mensalão ganhará a condição de "transitado em julgado", o jargão jurídico para definir o momento em que não caberá mais nenhum tipo de recurso. Só então mandados de prisão poderão ser expedidos (se for o caso). "Se houver mandado prisão, ele será expedido quando a sentença transitar em julgado". Ou seja, o processo do mensalão não termina em 2012? "Não termina. Não acredito que termine, [ou] que haja a menor hipótese de terminar", responde Thomaz Bastos. "Isso tudo [apresentação dos embargos] eu acredito que já no que vem. Mas é um trabalho ainda pra bastante tempo. Eu, que estava na iminência de me aposentar, estou adiando essa aposentaria por conta disso", declara o ex-ministro da Justiça, hoje com 77 anos. Foto: Carlos Humberto./SCO/STF VOTO DE PELUSO Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/ABr VITÓRIA DA DEFESA Foto: José Cruz/ABr LULA ACERTOU Acesse a transcrição completa da entrevista. *Acrescentamos subtítulo, foto e legenda a publicação original |
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