20 de ago. de 2012

Milhares de grevistas demitidos em Suape

BRASIL - Pernambuco
Milhares de grevistas demitidos em Suape
Cerca de mil trabalhadores dos Consórcios da Construção da Refinaria e da Petroquímica, de Suape, ao chegarem para trabalhar, na manhã desta segunda-feira (20), foram informados, na portaria que estava demitidos por justa causa. Teriam perdido os postos de trabalho, por estarem envolvidos com os incidentes do último dia 08, quando oito ônibus foram incendiados e houve confronto com a polícia, durante a greve que teve início no dia primeiro.

Foto: Guga Matos/JC Imagem

Trabalhadores exibem a carta de demissão entregue pelo Consórcio

Postado por Toinho de Passira
Fontes: Jornal do Comércio, G1, Diário de Pernambuco

Vinte dias depois de iniciada a greve no canteiro de obras da Refinaria Abreu e Lima (Rnest) e Petroquímica Suape (PQS), as empresas dos consórcios envolvidos nos dois empreendimentos resolveram endurecer. Nesta segunda-feira (20), demitiram centenas de trabalhadores alocados no complexo industrial. O número é impreciso e, embora líderes do movimento paredista cheguem a citar até mil desligamentos, a informação não é endossada nem pelo Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil Pesada (Sintepav) e nem pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil Pesada (Sinicon).

Antes da paralisação, trabalhavam nas duas obras cerca de 54 mil operários. O Sinicon comunicou que “as novas contratações ocorrerão de acordo com a necessidade de cada empresa” e que, desde a última sexta (17), quase metade dos 54 mil empregados das duas obras voltaram ao trabalho normalmente.

As demissões seria por “justa causa”, uma punição pelo tumulto do último dia 8 de agosto, quando oito ônibus foram queimados e houve confronto com a polícia.

Foto: Guga Matos/JC Imagem



Segundo o Jornal do Comércio, com a notícia da demissão, muitos trabalhadores passaram mal. Alguns chegaram a desmaiar. Apesar do clima tenso, não houve registro de confusão ou confrontos.

Na última sexta (17), uma reunião em Brasília, na Secretaria Especial da Presidência da República, tentou uma conciliação entre empresas e operários. Entretanto, sem contar com representação dos funcionários, ficou decidido que o secretário das Relações do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Manoel Messias, assumirá a função de conciliação entre as partes.

Histórico
O movimento grevista nos canteiros de obras da Refinaria Abreu e Lima e da Petroquímica Suape começou oficialmente no último dia 1º de agosto, pela discordância em relação ao acordo coletivo aprovado em assembleia no dia 27 de julho. Na ocasião, ficou estabelecido reajuste de 10,5%, vale-alimentação de R$ 260 e equiparação salarial entre funcionários de mesma função trabalhando em empresas diferentes, entre outros pontos negociados.

Algumas funções receberiam até 40% de reajuste (devido à equiparação salarial).

A paralisação foi julgada ilegal pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT) e o Ministério Público do Trabalho (MPT-PE) também intermediou algumas rodadas de conciliação na expectativa de acabar com os conflitos.

Apesar dos afastamentos, muitos funcionários estariam trabalhando normalmente nas obras de construção da Refinaria Abreu e Lima e da PetoquímicaSuape, segundo levantamento do Sintepav. De acordo com a Polícia Militar (PM), não foram registradas nenhuma ocorrência que precisasse de intervenção policial nesta segunda.

Foto: Guga Matos/JC Imagem


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