Os crimes sexuais de Kadafi
LÍBIA Os crimes sexuais de Kadafi O livro reportagem, “As presas - sobre o harém de Kadafi” , da jornalista do Le Monde, Annick Cojean, conta o horror dos porões do palacio do ditador líbio, onde mulheres, homens e crianças viviam como prisioneiros, para satisfazer o doentio apetite sexual do ditador, que utilizava-se de até quatro vítimas diárias.
Postado por Toinho de Passira
"Ele segurou a minha mão e me forçou a sentar ao seu lado na cama", contou Soraya, acrescentando que não se atreveu a encará-lo. "Ele disse: 'não tenha medo. Eu sou o seu papai. Não é assim que vocês me chamam? Mas também serei seu irmão e amante, porque você ficará e viverá comigo para sempre'". A jovem afirmou que tentou resistir e foi então foi enviada para ter lições com Mabrouka, mulher responsável pelo harém de Kadafi, que recebeu ordens para educá-la e trazê-la de volta. De acordo com o livro, Kadafi repetidas vezes estuprou, espancou e urinou em cima da adolescente nos cinco anos que ela passou em cativeiro. Algumas vezes outras garotas estavam presentes nos seus encontros com o líder. Quando alguma delas fazia sexo oral em Kadafi, ele dizia para Soraya "assistir e aprender". Segundo a jovem, Kadafi estava sempre drogado e obrigava suas vítimas a cheirar cocaína, fumar, beber e dava filmes pornôs para a jovem ver como "dever de casa" . Outra vítima, Houda, relatou à jornalista francesa que concordou em fazer sexo com Kadafi após ele prometer libertar o seu irmão. Ela tinha 18 anos na época do primeiro encontro. Kadafi teria abusado dela nos próximos cinco. Famoso por sua tirania, os relatos no livro ajudam a trazer luz sobre o misterioso exército de mulheres em uniforme que sempre escoltava Kadafi em suas viagens. De acordo com a obra, em vez de fazer a segurança do líder, elas eram suas escravas sexuais e Kadafi adotava o estupro como prática diária. O ex-líder, morto em 2011 ao fim da revolução que tomou conta da Líbia, também estupraria meninos com frequência, segundo relatos de vítimas.
Como Soraya, eram muitas mulheres e até alguns homens, vivendo como escravos sexuais. Alguns ficavam por dias, outros por anos sob o domínio do ditador. O fluxo era constante para saciar o apetite sexual de Kadafi, que mantinha relações com quatro pessoas por dia, segundo as testemunhas entrevistadas por Annick. - Algumas me falaram de 30 mulheres presas ao mesmo tempo, mas é impossível comprovar, havia muitas idas e vindas e os movimentos eram restritos. Não tinham muito contato umas com as outras - disse a jornalista. >Qualquer evento poderia ser usado para encontrar novas presas sexuais, incluindo viagens ao exterior, diz Annick. Segundo a jornalista, qualquer lugar poderia ser usado para saciar o apetite do líder. Nos porões da Universidade de Trípoli, por exemplo, rebeldes encontraram um quarto, com uma enorme cama ainda feita e uma hidromassagem com detalhes de ouro. Mas a obsessão sexual de Kadafi também era uma arma de poder. O ditador usava o sexo para punir seus desafetos políticos, contou um ex-membro do regime, afirmando que o líder abusava sexualmente com alguns de seus ministros, condenados à desonra, e elaborava estratégias para seduzir mulheres de chefes de Estado africanos e embaixadores. - Cada vez que queria se posicionar como vencedor frente a um chefe tribal, de Estado ou um opositor qualquer, prometia que poderia dar dinheiro para uma fundação, diploma de estudo, para sua mulher, sua filha. Uma desculpa para um convite até o complexo de Bab al-Aziziya. O simples fato de ter transado com a filha de um deles o fazia se sentir triunfal - disse Annick. |