25 de set. de 2012

Em meio a impasse diplomático, China coloca seu primeiro porta-aviões em operação

CHINA
Em meio a impasse diplomático, China coloca seu primeiro porta-aviões em operação
Pesqueiros de Taiwan realizaram protestos em águas de ilhas disputadas nesta terça-feira (25)

Foto: Xinhua, Zha Chunming/AP

O primeiro porta-aviões da frota chinesa começou a operar nesta terça-feira (25)

Postado por Toinho de Passira
Fonte: Época

         O Ministério da Defesa chinês anunciou nesta terça-feira (25) que o primeiro porta-aviões das Forças Armadas do país, o Liaoning, começou a operar, em um momento de tensão pelo conflito marítimo com o Japão pela soberania das ilhas Diaoyu. Após um ano de testes, o Exército de Libertação Popular (ELP) celebrou hoje a cerimônia de inauguração da embarcação com a presença de altos funcionários do governo comunista.

      O Liaoning foi construído em 1985 pela União Soviética, mas após a queda do regime comunista o porta-aviões, na época chamado Varyag, passou a ser propriedade ucraniana e foi comprado pela China há 13 anos.

         Após anos de remodelações, a primeira viagem de teste do porta-aviões chinês aconteceu em 10 de agosto de 2011, embora até 11 de setembro não se sabia com que nome a embarcação seria batizada. Segundo as normas do exército chinês, os grandes navios devem receber nomes de províncias do país, enquanto as fragatas podem ser batizadas com nomes de cidades grandes ou médias. O Liaoning está equipado para lançar ataques antimísseis contra aviões e outros navios, embora as autoridades militares chinesas afirmem que seu principal uso será para treinamento.

         O gigante asiático era o único membro permanente do Conselho de Segurança da ONU que não contava com este tipo de navio, e o tema inquietava Pequim, que considerava este fato inadmissível levando em conta o tamanho de seu exército, composto por dois milhões de soldados. Até agora, os únicos países da Ásia que contavam com este tipo de navio eram a Índia e a Tailândia.

Foto: Zha Chunming/Xinhua/AP

Tripulação do porta-aviões Liaoning, perfilada no convés durante cerimônia de inauguração, Dalian, China

          A inauguração do porta-aviões ocorre em um momento de forte tensão diplomática entre China e o Japão, que começou quando Tóquio adquiriu de um empresário japonês três ilhas do arquipélago Diaoyu/Senkaku, controlado de fato pela administração japonesa, mas que Pequim reivindica há décadas. Manifestantes chineses realizaram protestos em frente à embaixada do Japão em Pequim e diversas lojas japonesas fecharam suas portas, com medo de ataques.

Navio da Guarda Costeira do Japão (3º do topo para baixo) dispara um jato d'água em um navio pesqueiro de origem taiwanesa, ao mesmo tempo em que é atingido por outro jato d'água, da Guarda Costeira de Taiwan, perto das disputadas ilhas no Pacífico
Pesqueiros de Taiwan realizam protesto em águas de ilhas disputadas

          Pelo menos dez navios da Guarda Costeira de Taiwan e dezenas de barcos pesqueiros de Taiwan entraram no início desta terça-feira em águas das ilhas disputadas pelo Japão, China e Taiwan. Após um protesto simbólico pelo direito de trabalhar na região, as embarcações de pesca se afastaram do local. A guarda-costeira do Japão tentou sem sucesso deter as embarcações lançando canhões de água. Os navios, segundo a NHK, pertencem a uma cooperativa de pesca do condado taiuanês de Yilan, que afirma que as águas das ilhas são uma fonte de recursos para os pescadores de Taiwan.

         O incidente ocorreu após o Japão, país que administra as ilhas, protestarem ontem pela invasão de três navios-patrulhas chineses em águas do pequeno arquipélago, conhecido como Senkaku pelo Japão, Diaoyu pela China e Tiaoyutai por Taiwan.

         O conflito territorial em torno ao arquipélago, que tem uma superfície total de menos de sete quilômetros quadrados, aumentou há duas semanas, quando o governo japonês comprou o território de três das ilhas. Para tentar aliviar a tensão, o Japão, que não mantém relações diplomáticas com Taiwan, mas apenas com a China, enviou ontem seu vice-ministro de Relações Exteriores para Pequim, onde se reunirá hoje com seu colega chinês para tratar sobre o assunto.

          Além de ter grandes recursos pesqueiros, acredita-se que as ilhas tenham importantes reservas de gás e petróleo.

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