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1 de mai. de 2013

Deputados da oposição são agredidos e impedidos de falar durante sessão no congresso venezuelano

VENEZUELA – Bizarro
Deputados da oposição são agredidos e impedidos de falar durante sessão no congresso venezuelano
Deputados chavistas atacaram com socos e pontapés, durante sessão parlamentar, os colegas da oposição, após esses protestarem por terem sidos impedidos de falar na Assembleia, até que reconheçam o resultado da eleição com fortes indícios de fraude, que elegeu o Nicolas Maduro presidente do país. Sete parlamentares foram espancados enquanto o chefe do Parlamento a tudo assistia sorrindo, da sua cadeira na presidência. É assim que funciona a Democracia venezuelana

Foto: Captura de Video

OS MAIS LESIONADOS: A deputada, María Corina Machado, teve o septo nasal quebrado e o deputado, Julio Borges, sofreu ferimentos no rosto

Postado por Toinho de Passira
Fontes: BBC Brasil, G1, Le Figaro, La Razón, El Nacional

Tudo começou após a aprovação sumária da indicação da nova presidente do Banco Central venezuelano. Cabello impediu os deputados opositores de participar de debates adicionais sobre o assunto, alegando "reciprocidade" por esses ignorarem a vitória de Maduro nas eleições de 14 de abril.

O clima era tenso antes mesmo do início da sessão, quando os deputados não alinhados ao chavismo que chegavam ao Parlamento não encontravam microfones em frente a seus assentos. Os equipamentos foram retirados por ordem do presidente da Assembleia, o chavista Diosdado Cabello. Os trabalhos só foram abertos com mais de três horas de atraso e, cerca de 30 minutos depois, o confronto eclodiu.

"Enquanto aqui nesta Assembleia Nacional não forem reconhecidas as autoridades, as instituições da República, os senhores da oposição poderão falar na (TV) Globovisión , no (jornal) El Nacional, mas aqui não", disse Cabello.

Os deputados opositores então iniciaram um apitaço e mostraram um cartaz em que se lia "Golpe no Parlamento".

Foto: Miguel Gutierrez/EFE

Presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Diosdado Cabello, está sendo responsabilizado pelo conflito

Foi o bastante para membros da bancada governista partirem para cima de seus pares não chavistas, dando início a um conflito que, segundo relatos, teve até a participação de um guarda-costas da Assembleia. Ao mesmo tempo, as câmeras da TV Assembleia foram viradas para o teto do plenário. Em seguida, a transmissão foi suspensa e o acesso de jornalistas ao local, proibido.

María Corina Machado, deputada da coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD), contou que quando se aproximava da bancada da presidência da Assembleia foi derrubada pela deputada chavista Nancy Ascensio. Mesmo no chão continuou a ser agredida, com pontapés. O mais grave é que assistindo a cena, de perto, o presidente da Assembleia, Diosdado Cabello, apenas sorria.

Por sua vez, o deputado Julio Borges disse que a oposição não compareceria a uma reunião convocada pela bancada governista na manhã desta quarta-feira, e pediu ações concretas para restabelecer a ordem no Parlamento. Para Borges, as agressões foram um golpe à democracia na Venezuela. “Nós não viemos mostrar nenhum golpe, não nos golpearam hoje, golpearam a Venezuela, a democracia venezuelana”, disse.

A tensão política na Venezuela está em nível máximo desde que Nicolás Maduro venceu o líder da oposição, Henrique Capriles, na eleição presidencial de 14 de abril por uma diferença de apenas 224.000 votos (1,49 ponto percentual). Trata-se do número final, atualizado na segunda-feira após a divulgação do resultado das urnas no exterior, nas quais Capriles teve mais de 93% dos votos. A oposição não reconhece a vitória de Maduro, alega fraude eleitoral e, nos próximos dias, entrará com um recurso para impugnar o pleito no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Foto:Captura de Video

Das agressões onze deputados sairam com algum tipo de ferimento, a grande maioria oposicionista

Além do deputado Julio Borges, o mais atingido, também foram agredidos os parlamentares oposicionistas: Américo de Grazzia, Ismael García, Eduardo Gómez Sigala, Homero Ruiz, Luis Barragán, Abelardo Díaz e as deputadas María Corina Machado e Nora Bracho. Entre os aliados do Governo saíram lesionados: Claudio Farías, Odalis Monzón e Nancy Ascencio.


17 de abr. de 2013

VENEZUELA: rumores da decretação de prisão de Capriles, por suposta incitação à violência

VENEZUELA – Eleição
Rumores da decretação de prisão de Capriles, por suposta incitação à violência
Protestos pós eleição já causou 7 mortos, 60 feridos e 170 presos. O país está em crise desde que Capriles, derrotado por pequena margem nas urnas, disse que não reconhecia a vitória de Maduro, herdeiro político de Hugo Chávez, e exigiu recontagem dos votos. Se confirmado os rumores de uma ordem de prisão contra o candidato de oposição, pode piorar as coisas

Foto: Reuteres

Capriles nega que tem pregado a violência e o confronto entre os irmãos venezuelanos

Postado por Toinho de Passira
Fontes: Reuters, El Universal, G1, El Nacional, El Universal

Caracas amanheceu hoje, com rumores de que estaria sendo emitida pela justiça, uma ordem de prisão contra o candidato de oposição Henrique Capriles, baseado na legislação antiterror, responsabilizando-o pela violência no país, pelas mortes e pelos feridos.

Leopoldo López, líder do Partido “Vontade do Povo (VP) e correligionário de Capriles, em sua conta @ leopoldolopez, disse que ter informações de fontes seguras que ordens de prisão contra ele e Capriles já havia sido emitidas pelo juiz Miguel Graterol Maneiro da 6ª Vara da Área Metropolitana de Caracas (el Juzgado Sexto de Control del Área Metropolitana de Caracas). Junto exibe na sua conta do Twitter, pequeno detalhe do que seria o documento oficial.

Em entrevista à CNN em espanhol, Henrique Capriles disse que o “mundo é testemunha que todos os meus pronunciamentos, todas as minhas informações não contém uma única palavra que signifique apelo à violência ou confronto entre irmãos”.

Reiterou que a sua exigência pela recontagem total dos votos, é em respeito a vontade legítima do povo venezuelano.

Foto: Reuters

Protesto em Caracas, confronto com a polícia

Milhares de partidários da oposição participaram de passeatas nesta terça-feira na Venezuela para exigir uma recontagem de votos, depois da apertada vitória do chavista Nicolás Maduro na eleição presidencial de domingo, em mais uma jornada de distúrbios pós-eleitorais em que, segundo o governo, sete pessoas já morreram.

Maduro foi declarado presidente eleito na segunda-feira, mas a diferença inferior a 2 pontos percentuais sobre o oposicionista Henrique Capriles e denúncias de irregularidades durante a votação acirraram ainda mais os ânimos no polarizado país, provocando confrontos nas ruas.

A procuradora geral Luisa Ortega disse que sete pessoas morreram e 60 ficaram feridas em incidentes em várias cidades. As autoridades detiveram 170 pessoas, e o governo determinou o aquartelamento das forças policiais. Na terça-feira, porém, a violência não se repetiu no mesmo grau.

"Isso é responsabilidade de quem chamou à violência, de quem desacatou a Constituição e as instituições", disse Maduro em ato público pela televisão. "Seu plano é um golpe de Estado."

Milhares de eleitores de Capriles se reuniram nesta terça-feira diante das sedes regionais do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) para exigir uma auditoria nos votos. Capriles diz que a apuração paralela feita por sua equipe indica sua vitória na eleição, a mais acirrada na Venezuela em quase meio século.

MARCHA SUSPENSA

Num esforço para acalmar os ânimos, o candidato oposicionista decidiu suspender a passeata que previa liderar em Caracas na quarta-feira, depois de Maduro chamá-lo de "assassino" e declarar que não iria permitir uma manifestação da oposição na capital.

"O país precisa de calma, exercer seu direito sem violência. Pedimos a recontagem de votos, cadernos de votação e atas", disse Capriles em entrevista coletiva. "Eu quero pedir calma ao senhor Maduro. Quem está no (palácio presidencial de) Miraflores tem de garantir a paz dos venezuelanos."

A Organização dos Estados Americanos (OEA), os Estados Unidos e a União Europeia apoiaram Capriles em seu pedido de recontagem, mas vários países aliados, como Argentina, Brasil, Bolívia e Rússia, reconheceram a vitória de Maduro, que terá mandato até 2019.

Foto: Reuters

Os protestos continuam

Enquanto Maduro se prepara para assumir, na sexta-feira, o comando do país com as maiores reservas de petróleo do mundo, o conselho eleitoral não deu ouvidos às exigências de Capriles.

"O candidato Henrique Capriles não entregou ao CNE nenhuma prova nem demanda que apoie o que afirma publicamente", disse a chefe da autoridade eleitoral, Tibisay Lucena, em mensagem pelo Twitter.

Embora o sistema eletrônico de votação no país seja considerado confiável por organismos internacionais, a oposição diz que nem todas as atas de votação foram computadas pela autoridade eleitoral. Por isso, opositores exigem uma revisão de cada urna com o registro de papel que acompanha os votos.

A eleição na Venezuela foi convocada depois da morte do popular líder socialista Hugo Chávez, que passou 14 anos como presidente e morreu de câncer em 5 de março. Maduro, que já é o presidente interino, havia sido apontado por Chávez como seu herdeiro político.

Uma provável prisão de Henrique Capriles pode desencadear uma onda de violência e até um clima de pré-guerra civil na Venezuela.


15 de abr. de 2013

Maduro vence, com apenas 1,59 de vantagem. Capriles denuncia fraude e requer recontagem

VENEZUELA – Eleição
Maduro vence, com apenas 1,59 de vantagem.
Capriles denuncia fraude e requer recontagem
Tudo é suspeito no resultado da eleição venezuelana: a Comissão Eleitoral, o TSE deles, tem decido de forma a não merecer credibilidade. É incrível que todos os institutos de pesquisas tenham errado de forma tão grosseira, a favor do candidato governista, a quem davam vitória folgada de até 12% à frente do opositor Henrique Capriles. O mais claro resultado da eleição é que o chavismo não sobreviverá a morte de Hugo Chávez.

Foto: AFP

Henrique Capriles, e declarou enfaticamente que nenhum pacto com "uma pessoa que considero ilegítimo" e pediu à CNE para abrir todas as caixas e que cada voto é contado. " O hoje é derrotado você (Casal) e de seu governo e eu digo como firmeza, mas comprometido, com total transparência ", disse Capriles enquanto exigia respeito para o povo da Venezuela." Nós não vamos confundir ou tentar elevar em uma posição diferente.

Postado por Toinho de Passira
Texto de
Fontes: O Globo, Uol, El Universal, El Mundo, El Nacional, Reuters, Blog do Reinaldo AzevedoBBC Brasil,

O cadáver de Chávez pode ainda está insepulto, mais o chavismo foi enterrado como o resultado das eleições neste domingo na Venezuela.

No seu Blog Reinaldo Azevedo escreveu:

“É a ditadura que sustenta o chavismo, não é o chavismo que sustenta a ditadura”. Com essas palavras, chama a atenção para o fato de que é mentirosa a versão de que a sociedade venezuelana foi mesmerizada pelo tirano e de que a oposição representa não mais do que a vontade de uma extrema minoria. Nicolás Maduro, que já exerce o poder de forma ilegítima — cuja posse foi legalizada por uma Corte de Justiça composta de eunucos — foi declarado o vencedor das eleições deste domingo.”

Nicolas Maduro oficialmente obteve 7.505.338 votos (50,66%), contra 7.270.403 votos (49,07%) oposicionista Henrique Capriles.

Comparada com a votação de Hugo Chavez, em outubro do ano passado, 8.191.132 votos, vê-se 600 mil eleitores abandonaram o chavismo, no pleito desse domingo.

A expressiva participação dos eleitores, 78,71%, num país em que votar não é obrigatório, comprova o interesse dos venezuelanos em participar do pleito.

Logo que o resultado foi divulgado pela presidente do Conselho Nacional Eleitoral, Tibisay Lucena, o candidato da oposição Henrique Capriles, pronunciou-se pedindo recontagem do total de votos, afirmando que recebera mais de 3 mil denúncias de fraudes, vindas de todo o país.

Desdenhando e fingindo segurança, no discurso da “vitória”, Maduro concordou com a recontagem, mas ninguém acredita que ele levará essa intenção adiante ou com seriedade.

Mesmo reconhecendo que o resultado esteja correto, tem-se claramente a certeza que o processo eleitoral como um todo foi uma fraude a céu aberto.

Desconfia-se inclusive de todos os Institutos de Pesquisas, que até a última hora, davam como certa a vitória de Maduro, por margens de diferenças de até 12 pontos percentuais. O que mais se aproximou da realidade afirmou que a diferença seria de 7%.

As pesquisas não interferem fortemente no resultado de uma eleição, mas o candidato que sempre tem a expectativa de vitória, por números acachapantes, como era o caso, faz alguns setores indecisos aderirem ao provável vitorioso e motiva desânimo, retração e até falta de comparecimento, naqueles que torcem pelo candidato tido como derrotado.

Como a maquina governamental nas mãos e no exercício do poder, Nicolás Maduro, tomou medidas inadmissível, no processo eleitoral de qualquer democracia, como o fato de ter a cinco dias da eleição (9) ter anunciado um aumento de até 45% no salário mínimo.

Foto: Ramon Espinosa / AP

A expressiva participação dos eleitores, 78,71%, num país em que votar não é obrigatório

Comenta adiante Reinaldo Azevedo:

”Ainda que se faça a recontagem de 100% dos votos e que a “vitória” de Maduro seja confirmava, é evidente que se trata de roubo e de fraude — mesmo que os votos tenham sido os declarados oficiais. Por quê?”

”A eleição na Venezuela não é nem livre nem limpa. Não é livre porque a oposição não dispõe dos mesmos instrumentos de que dispõe o governo para falar com a população”.

”Chávez estatizou a radiodifusão no país, e as TVs e as rádios são usadas como porta-vozes oficiais do governo. O Beiçola de Caracas chegava a ficar no ar, por dia, até seis horas. Falava bem da própria gestão e demonizava seus opositores”.

”As notícias passam por um severo serviço de censura interna, e só vai ao ar o que o governo considera “saudável” e “didático” para a consciência do povo. Os críticos do governo são tratados como larápios, como sabotadores, como malvados em defesa de privilégios”.

”As eleições na Venezuela, pois, não são livres, já que a oposição é obrigada a enfrentar uma estupenda máquina de desqualificação. Ainda assim, praticamente a metade dos que foram votar disse “não” ao chavismo”.

”Isso é formidável! Significa que toda essa gente soube resistir à pressão oficial, especialmente de 5 de março a esta data, quando morreu o tirano. Chávez passou a ser tratado como santo. Declarou-se não apenas a sua imortalidade. Falou-se também na sua ressurreição”.

”A oposição também têm de enfrentar uma formidável máquina assistencialista. Chávez transformou a Venezuela num país dependente exclusivamente do petróleo, destruiu a indústria, arrasou a agricultura e passou a distribuir caraminguás da renda do óleo às populações mais pobres. É a sua versão do “Bolsa Família”. Só que essa distribuição de benesses é controlada por milícias — armadas! — que dominam as áreas mais pobres do país”.

”A degeneração social é de tal sorte que Caracas é hoje uma das cidades mais violentas do mundo, com, atenção!, 122 mortos por 100 mil habitantes. A taxa, no Brasil, já escandalosa, fica em torno de 25. Mata-se em Caracas DEZ VEZES MAIS do que em São Paulo e quatro vezes mais do que no Rio”.

Foto: Ronaldo Schemidt/AFP

Os jornais registram a vitória apertada de Maduro

O Chávez amado pelas massas — e, consequentemente, o chavismo supostamente invencível — é fruto da propaganda oficial. Se as oposições pudesse disputar em condições de igualdade e se houvesse imprensa livre no país, essa canalha já teria sido varrida do poder há muito tempo. Até porque a Venezuela continuará em espiral negativa porque o governo está infiltrado de delinquentes — alguns deles procurados internacionalmente por envolvimento com o tráfico de drogas”.

”Parte da cocaína que circula hoje no EUA e no Brasil tem origem na Venezuela, que dá abrigo e apoio material aos narcoterroristas das Farc. É esse o governo para o qual Lula gravou um vídeo emprestando seu apoio entusiasmado”.

”Se as eleições não são livres, também não são limpas. As milícias chavistas assombram os locais de votação e aterrorizam os eleitores, especialmente os mais pobres”.

“Assim, a Venezuela é hoje um país governado por um súcia autoritária, eivada de criminosos, sim! Se tiverem curiosidade, pesquisem sobre as denúncias feitas pelo ex-juiz venezuelano Eládio Ramón Aponte Aponte.

Ele era nada menos que o presidente do Superior Tribunal de Justiça, o STF da Venezuela, e um dos pilares do chavismo no Judiciário.

”No ano passado, fugiu do país, entregou-se às autoridades americanas e declarou-se cúmplice da máfia do tráfico de drogas no país, com a qual, afirma, está envolvida a alta cúpula do chavismo”.

O jornalista José Casado, ano passado, no Globo, diz que o ex-Juiz Eládio Aponte Aponte, asilado sob a proteçãoda agência antidrogas dos EUA citou especificamente [como envolvidos com o tráfico] várias autoridades do alto escalão do governo de Hugo Chávez: o ministro da Defesa, general de brigada Henry de Jesus Rangel Silva; o presidente da Assembleia Nacional, deputado Diosdado Cabello; o vice-ministro de Segurança Interna e diretor do Escritório Nacional Antidrogas, Néstor Luis Reverol; o comandante da IVa Divisão Blindada do Exército, Clíver Alcalá; e o ex-diretor da seção de Inteligência Militar, Hugo Carvaja.

Não se pode pois falar em eleições livres e limpas num país nessas condições. Admira que mesmo assim, debaixo de falcatruas e pesada propaganda oficial, o corajoso e consciente povo venezuelano, tenha demonstrado de forma veemente e desconcertante sua insatisfação!

Foto: Luis Acosta/AFP

Nicolás Maduro comemora ao lado de sua esposa Cilia Flores o resultado da eleição presidencial na Venezuela


13 de abr. de 2013

Venezuela: O futuro do passado

VENEZUELA- Opinião
Venezuela: O futuro do passado
“A Venezuela vive uma divisão que só aumentou depois da morte de Hugo Chávez. Vem de erros políticos históricos, mas piorou pelo estilo de liderança escolhido por Chávez. Ele não fez a revolução que prometeu, mas aprofundou a clivagem entre os pobres, que são a clientela das suas políticas sociais paternalistas, e a classe média e elite do país.”

Foto: Leo Ramírez e Ronaldo Schemidt/AFP

Henrique Capriles, a oposição, Nicolas Maduro, o indicado por Chávez

Postado por Toinho de Passira
Texto de Míriam Leitão
Fontes: Blog da Miriam Leitão

Amanhã a Venezuela contrata um futuro difícil, qualquer que seja o resultado da eleição. O mais provável é a vitória de Nicolás Maduro para um novo período presidencial chavista. É o resultado da manipulação da emoção da morte do líder Hugo Chávez ao ponto do desatino. Ele foi apresentado como divindade. A oposição não teria, se ganhasse, a capacidade de suturar o tecido social do país.

A Venezuela vive uma divisão que só aumentou depois da morte de Hugo Chávez. Vem de erros políticos históricos, mas piorou pelo estilo de liderança escolhido por Chávez. Ele não fez a revolução que prometeu, mas aprofundou a clivagem entre os pobres, que são a clientela das suas políticas sociais paternalistas, e a classe média e elite do país.

O eleito terá que enfrentar um espantoso crescimento da criminalidade do país, que faz com que a Venezuela tenha se tornado um dos campeões na estatística de homicídios por 100 mil habitantes. A leniência com que Chávez tratou essa questão foi apenas um dos sintomas da sua inabilidade para as ações administrativas. Chávez dedicava seu tempo às ações de mobilização, como se estivesse eternamente em campanha.

Além disso, terá de enfrentar uma conjuntura econômica de inflação crescente. Já era alta e ainda está sendo elevada como efeito da forte desvalorização cambial. O desabastecimento que sempre houve no governo chavista, em alguns produtos, tem incomodado mais os consumidores. Nem a inflação, nem o desabastecimento devem melhorar a curto prazo. O país perdeu o melhor do boom do preço do petróleo que ocorreu durante os 14 anos de governo Hugo Chávez.

Maduro usou tudo o que pôde usar, ao arrepio das instituições, para se eleger. A Constituição estabelece que é o presidente da Assembleia que deve governar neste período até a eleição. Mas ele é que foi empossado. Assim, ficou no lugar privilegiado para a campanha, concedendo aumentos salariais e outras benesses no meio da disputa eleitoral. A institucionalização democrática é outro desafio que a Venezuela está longe de enfrentar. Lá, vale a máxima: se a regra não favorecer o grupo chavista é desrespeitada.

Se a oposição vencer — o que não é o mais provável — dificilmente terá resposta para tudo isso e para controlar as Forças Armadas, que hoje tutelam o governo chavista e querem mantê-lo no poder. Nos últimos dias, o candidato Henrique Capriles demonstrou força política e reduziu a diferença nas intenções de voto. Mas não o suficiente.

É muito difícil que o chavismo permaneça unido sem Chávez. Ficará nos primeiros tempos. Nos próximos anos vai se fracionar nas brigas internas para testar a liderança ainda incipiente de Nicolás Maduro. Nada será como antes, Maduro não é Chávez. Passado o período inicial, da força que vem das urnas, ele terá que acomodar os vários grupos de interesse no consórcio do poder para continuar governando.

A imprensa independente foi calada ou os grupos venderam as empresas, o que torna o debate político no país empobrecido para a dimensão dos desafios que o espera a partir de segunda-feira, quando um novo presidente estará oficialmente eleito.

Durante a campanha, Nicolás Maduro disse aos eleitores que se for para fazer — a vontade do nosso comandante —, os venezuelanos teriam que aprofundar as relações estratégicas com a China. O país tem emprestado muito dinheiro para a Venezuela, é natural que ele se volte para lá. O que não é natural é o Brasil continuar acreditando que haverá um bloco chamado Mercosul no qual a Venezuela entra para fortalecer. O país vizinho tem emergências que o Mercosul não consegue atender.
*Acrescentamos subtítulo, foto e legenda a publicação original

11 de mar. de 2013

VENEZUELA: Guerra verbal no anuncio das candidaturas

VENEZUELA - Eleição pós Chavez
Guerra verbal no anuncio das candidaturas
Ao anunciar que será o candidato de oposição, Henrique Capriles chama adversário de mentiroso e o acusa de usar o cadáver de Hugo Chávez, para ganhar pleito. Maduro, atual presidente, e o adversário, não perdeu tempo e foi para televisão para chamar Capriles de fascista, o que se faz prever o que acontecerá de baixaria até 14 de abril, dia da eleição

Foto: EFE/El Universal

Capriles sabe que concorre a uma eleição que é impossível ganhar, mas quer marcar presença para embates futuros.

Postado por Toinho de Passira
Fontes: Uol, O Glob, G1, Reuters, Veja, Correio Braziliense, El Mundo, La Razon, El Universal

O sucessor de Hugo Chávez, Nicolás Maduro, e o candidato da oposição, Henrique Capriles, iniciaram de maneira dura neste domingo (11/3) a disputa para as eleições venezuelanas de 14 de abril, que poderia coincidir com um referendo para decidir se o corpo embalsamado do falecido presidente será levado ao Panteão Nacional.

Capriles, um advogado de 40 anos que perdeu a eleição de outubro do ano passado para Chávez por 11 pontos, anunciou que enfrentará a Maduro, em uma entrevista coletiva na qual acusou o candidato oficialista de "mentir" sobre a morte do presidente e de usá-la para fazer campanha política.

"Vou lutar com vocês, com todos vocês. Nicolás, não vou deixar o caminho livre para você, companheiro. Você terá que me derrotar com votos", provocou Capriles durante uma entrevista coletiva, acrescentando que, na tarde desta segunda-feira, irá formalizar sua candidatura ante o Conselho Nacional Eleitoral (CNE). Capriles é governador do estado de Miranda (norte) e já foi prefeito do município de de Baruta.

Capriles criticou duramente o governo por sua forma de lidar com a doença de Chávez. "Quem sabe quando morreu o presidente Chávez? Vocês tinham tudo calculado (...) Agora vocês utilizam o corpo do presidente para fazer campanha política", afirmou Capriles, depois de acusar "Nicolás e seu combo" de estar "doentes de poder".

Foto: Captura de video

Maduro atacou Capriles de fascista, em rede nacional

De maneira imediata e com uma foto de Chávez atrás, Maduro, um ex-motorista de ônibus e ex-sindicalista de 50 anos, chamou Capriles de "fascista de rosto nauseabundo", "miserável" e o acusou de "sujar" a memória do "comandante supremo da revolução".

"Cai a máscara e se vê o rosto nauseabundo do fascista que é. Seu objetivo é provocar o povo da Venezuela, é um irresponsável. Está buscando que o povo da Venezuela saia da via e vá pelos caminhos da violência", disse sem explicar o que Capriles está fazendo para provocar a tal “violência”.

"Está buscando a violência para romper o tabuleiro político venezuelano e então manchar o processo eleitoral (...) e depois justificar sua retirada da campanha pela violência que ele mesmo gerou com suas grandes ofensas ao povo", acrescentou.

A eleição está programada para o dia 14 de abril e analistas apontam que serão difíceis para a oposição, devido ao clima de comoção entre os chavistas após a morte de seu líder, que governou o país por 14 anos.

Depois de atacar o adversário, Maduro, que assumiu o governo como presidente interino na sexta-feira, anunciou que o governo deve propor uma emenda constitucional para levar o corpo de Chávez ao Panteão, onde está o libertador Simón Bolívar, o que deve ser submetido a referendo em 30 dias.

"Se há alguém que ganhou em 200 anos o direito de ir ao Panteão Nacional é o comandante Hugo Chávez, elevado ao grau de redentor dos pobres", afirmou Maduro.

Ele não citou explicitamente a convocação de um referendo, a Constituição estabelece que as emendas da Carta Magna devem ser submetidas a votação popular. A Constituição estabelece atualmente que devem transcorrer 25 anos do falecimento de um venezuelano para que possa entrar no Panteão.

"O governo estaria fazendo uma jogada interessante: atrelar a emenda às eleições, de forma que estas estariam completamente centradas em Chávez", disse o presidente do insitituto Datanálisis, Luis Vicente León. O corpo de Hugo Chávez, exposto na capela ardente na Academia Militar, será levado na próxima sexta-feira (15/3) para o Museu da Revolução, em Caracas, anunciou Maduro.

O Museu da Revolução é um antigo quartel-general a partir do qual Chávez iniciou, em 4 de fevereiro de 1992, uma tentativa frustrada de golpe de Estado que o tornou conhecido e deu início a sua carreira política. Chávez faleceu na terça-feira da semana passada aos 58 anos, vítima de câncer, e seu corpo permanecerá na capela ardente até meia-noite de quinta-feira na Academia Militar, onde milhares de simpatizantes passam horas na fila para a despedida.


17 de dez. de 2012

Chavismo vence em 20 dos 23 estados, mas o opositor Capriles se reelegeu

VENEZUELA – Eleições Regionais
Chavismo vence em 20 dos 23 estados,
mas o opositor Capriles se reelegeu
O domínio quase que absoluto do partido de Chávez na eleições regionais, foi muito além do esperado. Além de manter os 15 estados que comandava o chavismo tecnicamente toma mais cinco da oposição, que fica minguada a apenas três estados. Mesmo com a vitória de Henrique Capriles, o principal opositor de Chávez, derrotado nas ultimas eleições presidenciais, o sucesso dos governistas foi avassalador. Um dado preocupante é que entre os chavistas eleitos governadores, 11 são militares.

Foto: Rodrigo Abd/AP

Partidários de Chávez comemoram reeleição do presidente em outubro passado, em Caracas

Postado por Toinho de Passira
Fontes: G1, El Nacional, El Mundo, El Universal, Reuters

Convalescendo no leito de um hospital em Havana, submetido a uma quarta cirurgia, para extirpar um câncer, que teima em voltar, há 2.157,39 km de Caracas, a capital da Venezuela, Hugo Chávez conseguiu o feito de esmagar ainda mais a oposição ao chavismo nas eleições regionais desse domingo.

O partido de Chávez conquistou neste domingo (16) os governos de 20 dos 23 estados da Venezuela, impondo uma severa derrota à oposição, cujo líder, Henrique Capriles, conseguiu se reeleger no estado-chave de Miranda.

"O governo proporcionou uma derrota estrepitosa (à oposição) e de derrota em derrota vêm", disse o vice-presidente Nicolás Maduro, em referência à reeleição de Chávez em outubro.

"Nos sentimos muito felizes de contar (ao presidente) a esta hora de 16 de dezembro que seu povo aqui cumpriu com um ato gigantesco de amor", completou.

A oposição manteve o governo de Miranda (norte), o estado de Lara e de Amazonas (sul), mas perdeu o mais populoso, o petroleiro Zulia (noroeste), o industrial Carabobo (norte), Táchira, na fronteira com a Colômbia, e Nueva Esparta.

Monagas (noroeste), que tinha um governo independente, também foi vencido por um candidato chavista. O chavismo controlava 15 estados antes das eleições.

Foto: AFP

Henrique Capriles se elege com governador de Miranda: “Estoy feliz por Miranda más no por Venezuela”- declarou

Os resultados deixaram uma sensação amarga na oposição, que pelo menos conseguiu resistir em Miranda, o segundo estado mais populoso, que envolve parte de Caracas, e reforçar a liderança de Capriles.

Neste pleito, Capriles bateu o ex-vice-presidente Elías Jaua com 50,35% dos votos, contra 46,13% para o candidato chavista, segundo o boletim do Conselho Nacional Eleitoral (CNE). O resultado mantém o governador de 40 anos como potencial candidato a eleições presidenciais diante da eventual vacância de Chávez.

Capriles festejou o triunfo, mas admitiu que a oposição entra em um 'momento difícil' com a perda de quatro estados dos sete que governava.

A votação foi marcada pela apreensão com o estado de saúde de Chávez, que segundo o ministro Jorge Arreaza se recupera de forma 'progressiva' em Cuba e fez um 'apelo a todos os venezuelanos, especialmente os patriotas (...) para votar e consolidar todos os espaços que nos permitam seguir avançando para a justiça social'.

"Desde a sexta-feira, o 'comandante' já se comunica conosco para instruir, governar, dar instruções para que sejam cumpridas lá em nosso país", disse Arreaza, ministro da Ciência e Tecnologia e casado com a filha mais velha de Chávez.

A situação de Chávez foi utilizada pelo vice-presidente, Nicolás Maduro, que convocou os eleitores a comparecer às urnas para 'não ficar mal' com o presidente.

"Não podemos falhar hoje, ninguém deve falhar com Chávez (...) Vamos mostrar isto, com coração, com voto, com orações", disse Maduro, designado por Chávez como seu herdeiro político.

O reitor do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) Vicente Díaz reagiu às declarações de Maduro afirmando que o vice-presidente não deveria realizar declarações de "claro sentido eleitoral promovendo a candidatura e a oferta eleitoral do governo nacional". "É um fato sem precedentes (...) e uma aberta violação da lei".

Como nas presidenciais de outubro, nas quais Chávez foi reeleito com 55% dos votos para o terceiro mandato de seis anos, o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) adotou a estratégia de "um por dez", para que cada simpatizante chavista obtivesse dez votos.

Jesús Contreras/El Mundo

Gerneral Henry Rangel Silva um dos quatro ex-ministros da Defensa eleito governador neste domingo

O jornal venezuelano “El Mundo” destaca que entre os governadores vencedores no domingo, do partido de Chávez, 11 são chefes militares da reserva. Entre os eleitos quatro são ex-ministros de Defesa (Rangel Silva, Mata Figueroa, Ramon Carrizales e Garcia Carneiro), um ex-chefe do Seniat - a receita federal venezuelana - (Vielma Mora), um ex-ministro do Interior (Ramon Rodriguez Chacin) e um ex-ministro do Ministério da Presidência (Francisco Rangel Gomez).

Lembra o “El Mundo” ainda, que muitos desses oficiais, agora governadores, participaram com Chávez no fracassado golpe militar de 1992, quando tentaram tirar do poder, à força, o presidente Carlos Andrés Pérez.

Chávez, 58 anos, foi operado na terça-feira passada em um hospital de Havana, pela quarta vez, de um câncer cuja localização jamais foi revelada, e enfrenta um pós-operatório que o governo define como 'complexo'.

Reeleito no mês de outubro para mais um mandato, Chávez deveria assumir a presidência no próximo dia 10 de janeiro.

O vice-presidente do PSUV, Diosdado Cabello, afirmou no sábado (15) que a eventualidade de Chávez não retornar ao país até 10 de janeiro 'depende' dos médicos, mas explicou que 'não é a preocupação agora' do partido.

Antes de partir para Havana, Chávez designou o vice-presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, seu herdeiro político para o caso de permanecer 'inabilitado', uma decisão inédita que aumentou os temores sobre a gravidade de seu estado de saúde, pois em nenhuma das ausências anteriores ele insinuara a possibilidade de um sucessor.


Oposição resiste cercada por uma maré vermelha, diz o jornal El Universal mostrando no mapa da Venezuela o resultado das eleições


13 de dez. de 2012

Chávez está morrendo ou blefando?

VENEZUELA
Chávez está morrendo ou blefando?
O presidente venezuelano, Hugo Chávez, passou por uma quarta cirurgia, em Cuba, no histórico de tratamento de um câncer. Pela primeira vez, as autoridades da Venezuela e ele próprio admitiu que o problema é grave. As vésperas das eleições regionais, há quem acredite que Chávez, está usando seu estado de saúde, que não pode ser tão agudo como apregoa para impor nova derrota, as oposições, nas eleições regionais que acontecerão no próximo domingo em todo o país. Tudo é possível

Foto: AFP

"(Que) nosso povo esteja serenamente preparado para enfrentar esses dias duros, complexos e difíceis que teremos de viver", afirmou Maduro, visivelmente consternado, em cadeia nacional.

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Texto de Toinho de Passira
Fontes: Reuters , BBC Brasil, Terra, El Mundo, Estadão, El Nacional, Opera Mundi

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, enfrentará um processo pós-operatório "complexo e difícil", anunciou nesta quarta-feira seu vice-presidente, Nicolás Maduro, - indicado pelo presidente como seu possível sucessor se algo vier a lhe acontecer - num tom de quem está preparando a população para o pior, o que ele chamou de próximos "duros".

No último sábado, Chávez anunciara que voltaria a Cuba para realizar uma nova cirurgia para combater a reaparição do câncer na zona pélvica. A cirurgia, realizada nesta terça, foi qualificada de "bem-sucedida" pelo governo. É o quarto procedimento cirúrgico a que se submete o presidente venezuelano.

Reiterando o chamado à unidade de Chávez, Maduro utilizou nesta quarta o novo "mantra" do governo para tranquilizar a população. "Nós, aqui, em nome das forças políticas da revolução, em nome do mando político, podemos dizer que estamos mais unidos que nunca, espiritualmente, politicamente; estamos unidos na lealdade a Chávez e a nosso povo", afirmou Maduro.

Ao seu lado estavam o presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, e o ministro de Energia e Petróleo, Rafael Ramirez. Ambos acompanharam a cirurgia de Chávez em Havana e retornaram nesta madrugada a Caracas.

Pouco depois das declarações de Maduro, o ministro de Comunicação, Ernesto Villegas, publicou uma nota ainda mais pessimista:

"Confiemos que, com o amor de milhões, o comandante se recuperará logo e virá tomar o comando antes de 10 de janeiro. Se não for assim, nosso povo deve estar preparado para entendê-lo", afirma. "Irresponsável seria ocultar o delicado momento atual e dos dias que estão por vir."

Foto: EFE

Chávez é apresentado agora como um mártir, um lider messianico

Se Chávez ficar impossibilitado de dirigir o país, Maduro assumiria o cargo até 10 de janeiro, data marcada para a posse de Chávez. Depois disso, a Constituição venezuelana determina que o presidente da Assembleia Nacional - atualmente Cabello, um dos principais aliados de Chávez - assuma interinamente a Presidência e convoque novas eleições presidenciais em 30 dias.

A oposição também foi surpreendida com a recaída de Chávez e se preocupa caso tenha que ir a eleições presidenciais novamente. Publicamente, os dirigentes opositores desejam a recuperação do presidente e evitam falar em nomes que poderiam assumir a candidatura presidencial.

Diante desse cenário, as eleições para governadores, no próximo domingo, são consideradas cruciais, em especial no estado de Miranda, onde fica a capital Caracas. Nesse estado, a disputa é entre o ex-candidato presidencial Henrique Capriles e o ex-vice-presidente Elias Jaua.

Foto: AFP

Henrique Capriles concede entrevista coletiva em Caracas; o ex-candidato à presidência busca reeleição como governador de Miranda

Para analistas, se Capriles vencer, poderia se consolidar como líder da oposição e sairia fortalecido para competir novamente na eleição presidencial. Caso perca, haverá um novo cenário de disputa interna entre a coalizão opositora para eleger o candidato que enfrentaria Nicolás Maduro - candidato já apontado por Chávez - se novas eleições tenham de ser convocadas.

Publicamente, Capriles tenta evitar comentar a possibilidade de ir a eleições presidenciais.

Até a recaída de Chávez, não havia clima de campanha para as eleições regionais. Agora tudo mudou. Em comício, os candidatos chavistas afirmam que votar por eles "é votar por Chávez". A candidatura da oposição se vê mais uma vez ofuscada por Chávez, ainda que a disputa não seja diretamente com o presidente.

Diante da incerteza quanto à recuperação de Chávez, o clima no país é de consternação entre a maioria da população, que vê em Chávez mais que um líder político.

"Chávez é nosso líder, mas também é nosso amigo, irmão, pai, ele representa a pátria que resgatamos com essa revolução", afirmou à BBC Brasil Tommy Menezes, assistente social, que acompanhava uma vigília em solidariedade ao presidente na emblemática praça Bolívar, em Caracas.

Desde o anúncio da recaída da saúde do presidente, dezenas de missas e cultos ecumênicos foram realizados tanto na capital, como no interior do país, pedindo por sua recuperação.

O tom messiânico com que a figura de Chávez passou a ser tratada desde que foi anunciada a doença, em junho do ano passado, é alvo de críticas de seus opositores. " Em vez de Estado, temos uma religião", escreveu Alberto Barrera, um dos biógrafos do presidente, no Twitter.

Ao apontar Maduro como seu substituto na liderança da revolução, Chávez tenta garantir a "sucessão" dentro do chavismo, sem fraturas internas de disputa pelo poder. Ao mesmo tempo, de acordo com analistas, ele transfere a comoção gerada em torno a seu estado de saúde a favor da candidatura de Maduro.

Chávez deverá está mesmo enfrentado uma situação crítica, depois da quarta cirurgia, ele sabia que seria assim, quando voltou à Venezuela e apontou como seu possível sucessor, o seu vice-presidente, Nicolás Maduro.

Mas ninguém duvida, que mesmo nessa situação limite, ele seria capaz de usar seu estado de saúde, para atrapalhar a oposição na tentativa de tomar o poder, pela via eleitoral.

Mesmo a beira do túmulo, Chávez continua com apostando no controle da situação política na Venezuela.

Foto: Fernando Llano/AP



O povo auto mobilizado nas ruas, chorando, gritando e orando por Chávez


6 de out. de 2012

A democracia venezuelana resiste
a uma derrota de Hugo Chávez?

VENEZUELA – Eleição 2012
A democracia venezuelana resiste
a uma derrota de Hugo Chávez?
Venezuela se prepara para eleições mais disputadas em anos, nesse domingo, 7. A dúvida é se derrotado, Hugo Chávez desocupará pacificamente o palácio de Miraflores.

Foto: AFP

Essa é a eleição mais disputada desde que Chávez assumiu o poder em 1999, na foto, cartazes de Hugo Chávez apostos sobre os de Henrique Capriles, em Caracas

Postado por Toinho de Passira
Fonte: BBC Brasil

Hugo Chávez enfrenta neste domingo a disputa mais difícil contra a oposição desde que chegou ao poder, há 14 anos. Os venezuelanos vão às urnas decidir se o coronel, fatigado pela luta contra o câncer, continua na presidência ou se é hora de a oposição assumir, guiada pelo candidato Henrique Capriles. Apesar de a maioria das pesquisas apontar o atual mandatário como favorito, há levantamentos recentes que mostram a aproximação de Capriles, empatado tecnicamente com Chávez. E duas pesquisas chegaram a colocar Capriles à frente.

Em jogo, estão outros seis anos no poder para o presidente Hugo Chávez, que assumiu em 1999, ou uma guinada rumo à oposição, liderada pelo candidato Henrique Capriles.

"Espero que o presidente Chávez ganhe as eleições, senão, provavelmente vão levar isso aqui embora e nós vamos todos sofrer", afirmou a líder comunitária "chavista" Raiza Urbina, apontando para uma feira subsidiada, próxima a sua casa, em Caracas. A feira vende produtos da cesta básica: carne, enlatados, ovos e queijo. Tudo a preços abaixo do mercado. É apenas uma entre as muitas iniciativas na área social implementadas pelo presidente Chávez nos últimos 12 anos. O auto-intitulado "defensor dos pobres" de fato trabalhou para aumentar o acesso da população mais pobre aos sistemas de saúde, educação e moradia.

Nos meses que antecederam a campanha presidencial, Chávez aumentou investimentos públicos, inaugurando centenas de novos ônibus e distribuindo casas de graça. O governo afirma ter construído 150 mil novas moradias em 2011, parte de um total de 3 milhões previsto para 2018. Chávez diz que mais um mandato lhe permitira aprofundar a sua "revolução bolivariana" e aprimorar o socialismo na Venezuela.

Em um comício para milhares de pessoas em sua cidade natal, Sabaneta, em 1º de outubro, o presidente prometeu desenvolvimento.

"Sabaneta vai se transformar no epicentro de um grande projeto, dentro do principal plano industrial e agricultural para 2012-19", afirmou.

Foto: Reuters

Cartaz de Hugo Chávez adorna casa em Sabaneta, cidade onde o presidente passou a infância

SUSPEITAS DO EMPRESARIADO - No entanto, para muitos venezuelanos, a perspectiva de mais seis anos de chavismo é preocupante. Empresários afirmam que algumas das políticas de Chávez lhes dificultaram muito a vida. Desapropriações de terras e de empresas também despertam suspeitas em investidores.

Além disso, a legislação criada para evitar fuga de capital do país é acusada de dificultar em muito a importação e exportação.

Rígidas leis trabalhistas reduziram jornadas laborais, proibiram terceirização de mão-de-obra e fortaleceram os direitos trabalhistas, mas também causaram dores de cabeça aos patrões.

Regulo Moreno, dono de uma fábrica de móveis para escritório, diz estar prestes a deixar a Venezuela.

"Andei estudando a Colômbia", afirmou. "Abrimos o mesmo negócio lá há um ano e meio, e agora sinto que a empresa pode crescer mais rapidamente lá do que aqui."

As eleições venezuelanas não interessam apenas aos venezuelanos. O sistema Petrocaribe criado por Chávez beneficia muitos países com acesso mais barato ao petróleo, entre eles Cuba e Nicarágua. O líder também tem fortes laços com a presidente argentina, Cristina Fernandez de Kirchner, reiterados pelo apoio dado por Chávez na disputa pela soberania das ilhas Malvinas ou Falkland. Mesmo fora da América Latina, Chávez é uma força reconhecida. O presidente sírio, Bashar al-Assad, disse considerá-lo um "humanista" e um "irmão". A Venezuela forneceu óleo diesel ao governo Assad durante o embargo imposto por outros países.

Sob o chavismo, o país também se tornou um atuante membro da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), o que ajudou a manter os preços do combustível em alta.

Os interesses são globais, mas o povo venezuelano é quem decidirá sobre o futuro de Chávez. Essa votação é considerada a mais apertada desde a primeira que ele venceu, em 1998.

Foto: Meridith Kohut/The Telegraph

Henrique Capriles mostrou capacidade para derrotar Chávez, faltam os votos

OPOSIÇÃO UNIFICADA - Henrique Capriles, um jovem advogado de formação, conseguiu unificar a combalida oposição do país e venceu as eleições primárias em fevereiro. Desde então, vem cruzando o país para tentar aumentar a sua popularidade. Entre as suas promessas estão a manutenção dos programas sociais de Chávez, ao mesmo tempo em que quer estimular a iniciativa privada no país.

"A minha missão é conseguir fazer os venezuelanos concordarem que podemos levar o país para frente", disse à BBC no início da campanha.

Diante de tanta pressão, muitos temem a eclosão de episódios de violência interpartidária. Três cabos eleitorais de Capriles foram assassinados a tiros no início do mês ao tentar entrar num comício no estado-natal de Chávez, Barinas.

A Venezuela tem uma das maiores taxas de homicídio do continente - 48 por 100 mil habitantes, de acordo com estatísticas do ministério do Interior de 2011. Sequestros e assaltos ainda são comuns em áreas urbanas. O que significa dizer que a criminalidade também será um grande desafio para o vencedor do pleito de domingo, ao lado da alta inflação e da economia praticamente dependente do petróleo.

Chávez diz acreditar que derrotou o câncer que o tirou de ação durante várias semanas em 2011 e no início deste ano. No entanto, ninguém sabe exatamente qual foi a gravidade da doença, e muitos têm dúvidas sobre a saúde para mais um mandato.

Caso Capriles vença, terá de governar com uma Assembleia Nacional dominada por aliados de Chávez.

Foto: Jorge Silva/Reuters

Hugo Chavez sabe seduzir o eleitor, de todas as meneiras

Chávez tem dito ao longo da campanha que se perder as eleições, o país pode mergulhar numa guerra civil, pode ser que ele esteja apenas querendo assustar o eleitorado adversário, ou esse pode ser o plano B, do caudilho, que não querendo deixar o poder, pode inflar uma revolta popular para se manter no Palácio Miraflores, a qualquer custo.

Não se sabe também, se a eleição e a apuração vão transcorrer em clima democrático, e se há lisura e suficiente independência dos órgãos oficiais encarregados de administrar o pleito.

Foto: Marco Bell/Reuters

Multidão de oposicionista participam de comício de Capriles, em Caracas. Antes só Chávez conseguia reunir tanta gente.


* Post baseado no texto escrito por Sarah Grainger da BBC News

27 de set. de 2012

O vale tudo da re-re-eleição de Chávez

VENEZUELA
O vale tudo da re-re-eleição de Chávez
O presidente venezuelano, candidato ao terceiro mandato, apesar de enfrentar um adversário difícil, escolhido como representante único da oposição, mantem-se à frente nas pesquisas, fruto de um discurso populista e a utilização da força total da máquina governamental. Chávez já chamou o adversário de porco, analfabeto político e maricas. Por exemplo, na maioria das vezes impede a transmissão televisiva de atos da oposição requisitando o horário para exibir mensagem da presidência.

Foto: Juan Barreto / AFP

SEM ESTRIBEIRAS - Contando com o entusiasmo de uma militância fanática e jogando sujo, como "nunca se había visto en este país", Chávez marcha para um terceiro mandato

Postado por Toinho de Passira
Fontes: Terra, EFE, Le Figaro, Exame , Folha de S. Paulo

Quase 19 milhões de venezuelanos elegerão no próximo dia 7 de outubro o presidente que governará o país durante o período 2013-2019.

O presidente venezuelano, Hugo Chávez, 58, segundo as últimas pesquisas, está com pelo menos 16 pontos de vantagem sobre o candidato opositor, o ex-governador e advogado, Henrique Capriles Radonski, 40, para as eleições presidenciais da Venezuela, que ocorreram no dia 7 de outubro. Chávez tem 50% dos votos e Capriles 34%. Há ainda 14% de indecisos. A situação da oposição é difícil: mesmo que todos os indecisos migrassem para Capriles, mesmo assim ele não venceria.

Há quem comete que as pessoas não confiam nos institutos de pesquisa e preferem não manifestar seu voto contra Chávez, ou mesmo participar da pesquisa, temendo represálias, de grupos radicais ligados ao presidente.

O presidente do instituto de pesquisa Hinterlaces, Óscar Schemel, explicou que pela evolução dos números o provável é que o presidente Hugo Chávez no poder desde 1999, continue a governar da Venezuela por mais longos sete anos, se a saúde permitir.

Para Schemel, a única chance remota de Capriles obter resultado favorável, é que se torne realidade a possibilidade de um número de abstenção recorde, pois, segundo as pesquisas os prováveis eleitores de Chávez são os menos dispostos e motivados a votar, até por causa do clima do já ganhou. Segundo ele, o torna os resultados finais dependentes do nível de abstenção e da capacidade da máquina governista em mobilizar seus eleitores.

O presidente venezuelano, Hugo Chávez, faz uma campanha sem estribeiras, num estilo populista desregrado que faz o nosso Lula, parecer um Lord inglês: diz, por exemplo, que se a oposição ganhar o país pode cair numa guerra civil.

Quem comanda a campanha de Chávez é o marqueteiro do PT, o brasileiro, João Santana, contratado a petrodólares. Como em propaganda nada se cria, sua mais visível participação na campanha do venezuelano foi a utilização do célebre bordão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o "nunca antes na história deste país", que na versão chavista ficou assim: "Esto nunca se había visto en este país".

Num dos spots televisivo, por exemplo, Chávez pergunta:

"Vovô, o que acha da minha canaimita [nome dado ao 1,8 milhão de laptops que o governo diz ter distribuído nas escolas públicas]?".

"Esto nunca se había visto en este país", responde o avô.

O modelo se repete para o subsídio no preço dos alimentos, para atendimento gratuito de saúde e para a construção de teleféricos nas favelas.

Nesta quarta-feira, num comício, respondendo uma proposta de Henrique Capriles, em participar de um debate televisivo, antes das eleições Chávez desqualificou o adversário, dizendo que ele não serviria nem para “ser prefeito”.

"Quem vai debater contigo, rapaz? Aprenda a falar primeiro! Você é um analfabeto político", afirmou Chávez.

O líder venezuelano ressaltou também que Capriles anda disfarçado de "esquerdista", mas, na realidade, é "de uma família burguesa, sua trajetória é burguesa e seu programa é burguês e neoliberal".

"Se tem orelhas de elefante, se tem rabo de elefante, tem patas de elefante, é um elefante", ironizou, pedindo aos seus eleitores, uma sonora vaia, para o opositor.

Durante a campanha, Chávez já qualificou Capriles de fascista, porco, nazista e até mesmo de "marica", mas Capriles disse em várias ocasiões que não liga para as ofensas porque, no seu entender, mostram a falta de "ideias" do governo.

Restou ao candidato da aliança opositora da Venezuela , Henrique Capriles, dizer que o presidente e aspirante à reeleição, Hugo Chávez, não quis ir a um debate com ele, seu principal rival, porque tem medo.

'Sabem por que não quiseram debater? Tiveram medo de debater ideias, de debater propostas', afirmou Capriles em um ato de campanha no estado de Monagas que não pôde ser transmitido ao vivo, porque, como acontece sempre que há um grande evento da oposição, Chávez requisitou o horário para transmitir uma mensagem presidencial obrigatória de rádio e televisão.


28 de ago. de 2012

Explosão da refinaria ameaça re-reeleição da Chávez

VENEZUELA
Explosão da refinaria ameaça re-reeleição da Chávez
Mesmo antes do grave acidente na refinaria, que matou quase meia centena de venezuelanos, a candidatura de Hugo Chávez sofria sérios reveses registrados nas pesquisas eleitorais. Os índices de intenção de votos, do opositor Henriques Capriles, subiram vertiginosamente e chegou a superar levemente, o antes imbatível Chávez. Não se sabe o que ele fará para reverter à situação, nesse mês e meio que o separa das urnas, nem mesmo se entregará pacificamente o poder, no caso de uma derrota.

Foto: Reuters

Arde mais um tanque de combustível da refinaria venezuelana, transformando em fumaça a popularidade de Hugo Chávez

Postado por
Toinho de Passira
Fontes: Ultimo Segundo, Estadão, Estadão, Reuters, El Mundo, O Globo

Subiu para 48 o número de mortos pela explosão do fim de semana na principal refinaria da Venezuela, a usina de Amuay, no Centro de Refinación Paraguaná (CRP) no Estado de Falcón, a oeste da Venezuela.

A maioria dos óbitos foram de membros da Guarda Nacional e de seus familiares, que se encontravam nas instalações do Destacamento 44, que faz a segurança da refinaria.

A governadora do estado de Falcón, Stella Lugo disse que cerca de 520 construções, entre casas e estabelecimentos comerciais, foram danificadas pela explosão.

Alguns números ainda são desencontrados, o governo informou que pelo menos 86 pessoas precisaram receber algum tipo de atendimento médico e que quase todos já receberam alta, exceto 18 feridos que seguem internados em hospitais de Punto Fijo e Maracaibo. O ministério Público diz que forma 151 feridos, dos quais 33 ainda estão hospitalizadas. Alguns dos feridos internados ainda correm sérios riscos de óbito.

Em número de mortos este já o maior acidente na indústria petrolífera mundial, nos últimos 25 anos.

Hugo Cháves teme que as críticas de qua o acidente tenha ocorrido por falta de manutenção, por parte da PDVSA, a companhia estatal petrolifera venezuelana, afete o seu desempenho eleitoral, na sua tentativa de nova reeleição em 7 de outubro.

Para tanto determinou que todas as informações oficiais sobre o acidente sejam passadas por Elías Jaua, o vice-presidente da República. Chávez não quer ver seu nome associado à catástrofe. Ele aparece como salvador, anunciando verbas para ajudar os desabrigados, visitando feridos nos hospitais, e avisando que mandou fazer uma investigação profunda.

A sua situação eleitoral nesse momento é delicada.

Desde que se lançou candidato Chávez vinha mantendo uma superioridade avassaladora, nas pesquisas eleitorais, com vantagens que chegaram a 18%.

Um dia antes do acidente com a refinaria, dia 24, porém, havia sido divulgado o resultado de uma pesquisa eleitoral feita pelo conceituado instituto Consultores 21, supreendentemente mostrando o candidato da oposição à presidência, Henrique Capriles, à frente, na disputa pelo cargo, com 47,7% da preferência do eleitorado, enquanto o presidente Hugo Chávez, que disputa um terceiro mandato, estava com 45,9% da intenção de voto.

Há um empate técnico, pois, a margem de erro da pesquisa é de 3,2 pontos porcentuais. Mesmo assim, esses números são impressionantes, e faz imaginar que há sim a possibilidade de Chávez ser derrotado nas eleições.

A explosão na refinaria só veio aumentar essas chances, pois expos mais ainda, os problemas estruturais do país, onde há problema de abastecimento alimentar, falta d’ água e luz na capital, pontes desabam, os índices de violência batem recordes e há toda uma deficiência de infraestrutura rodoviária, de saúde e de educação.

Chávez compensa isso com programas sociais generosos, bancados pelos petrodólares.

No momento o candidato presidencial da oposição Henrique Capriles, suspendeu a campanha eleitoral, respeitando o luto decretado pela morte dos venezuelanos no acidente.

Esta usando sim, o acidente para realçar os problemas do país, nas mãos de Chaves desede 02 de fevereiro de 2009.

Capriles, porém, tem que ser cauteloso, para não ser acusado de estar usando os cadáveres para ganhar votos. Tenta mostrar que o governo é o culpado natural pela tragédia, exigir uma investigação rigorosa, ao mesmo tempo em que se solidariza com as famílias enlutadas.

Capriles sabe, que Chávez acuado é perigoso como um javali ferido. Não se sabe qual vai ser sua reação diante de fatos tão graves, ocorridos a um mês da eleição. Sabe-se, porém, por experiência que ele é capaz de tudo. Como culpar a oposição ou os americanos pela explosão, dizendo que houve sabotagem ou atentado.

Resta saber se o povo vai continuar acreditando em Chávez e se derrotado nas eleições ele vai passar a faixa e o bastão presidencial para Capriles pacificamente.

Foto: Reuters

Hugo Chávez consolando familiares das vítimas do acidente


Leia no “thepassiranews”: Explosão na maior refinaria da Venezuela, 26 mortos

14 de jul. de 2012

Chávez comemora "milagre da cura" com eleitores

VENEZUELA - 2012
Chávez comemora "milagre da cura" com eleitores
Chávez mesmo convalescente do tratamento do câncer, saiu em campanha pela Venezuela. Havia rumores que ele não conseguiria fazer comícios, e que seu estado de saúde delicado, o afastaria do corpo a corpo com os eleitores. Mesmo mais comedido e visivelmente exaurido ele faz o que pode para animar e arrastar as multidões de seguidores, disposto a lutar pela reeleição a qualquer custo.

Foto: Carlos Garcia Rawlins/Reuters

O presidente e candidato à reeleição, Hugo Chávez, em carreata pelas ruas de Barcelona, Venezuela

Postado por Toinho de Passira
Fontes: Terra, El Universal, El Tiempo

Mesmo que esteja curado do cancer, todo mundo sabe que o tratamento deixa sequelas e limita fisicamente o paciente. Mas Hugo Chávez em plena disputa eleitoral não pode se dar o luxo de convalecer. Dentro do possível vai as ruas pedir votos para se reeleger. As pesquisas o mostram ainda como vitorioso, em outubro, mas a oposição tem subido nas pesquisas.

Elogiando a sua recuperação do câncer como um "milagre" e alegrando seus partidários com uma retórica espiritual, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, caiu na estrada para fazer campanha para a reeleição em outubro.

Há poucos dias rebatendo a oposição que insinuava que ele não tinha mais a mesma energia, tanto que não estava fazendo campanha, como sempre fez, Hugo Chávez disse que não estava nas ruas, nem em comícios, porque estava sem tempo, cuidado da Venezuela e dos venezuelanos, insinuando que seu opositor Henrique Capriles é um desocupado.

Mas como as pesquisas começaram a se movimentar, mesmo que timidamente, na direçãodo opositor, Chávez foi para a estrada. Para pedir votos e para demonstrar que está “saudável”.

Iniciou uma série de comícios iniciados pela cidade de Barcelona, no leste do país, procurando mostrar que a sua saúde está boa e para aproveitar a conexão emocional com os pobres da Venezuela, que apoiam seu regime, não recuou, nem quando uma tempestade caiu sobre a multidão em delírio.

Foto: Carlos Garcia Rawlins/Reuters

A multidão o acompanhava em cortejo, na noite fria e chuvoso, antes e depois do comício

"Estou na rua novamente, graças a Deus, depois de tudo o que aconteceu no ano passado. É um milagre!", bradou ele a dezenas de milhares de partidários na noite de quinta-feira na primeira de uma série de aparições planejadas ao redor do país.

"O furacão bolivariano está de volta!", acrescentou Chávez a aplausos calorosos, referindo-se ao herói da independência sul-americana Simon Bolivar cujos ideais - e persona - ele procura adotar.

Embora Chávez tenha dito que está completamente curado do câncer depois de três cirurgias em Cuba durante o ano passado para remover dois tumores malignos na região pélvica, as dúvidas persistem. Os médicos dizem que é impossível ser declarado livre do câncer até que dois anos se passem sem reincidência. Mas muitos disseram no passado, que ele nem estaria vivo para tentar se reeleger.

Embora o líder de 57 anos esteja claramente desfrutando de um surto de energia, ele está longe de seu estilo famoso da política de rua, onde ele mergulhara na multidão, praticava esporte nas aldeias, e infinitamente abraçava mães e crianças.

No comício de quinta à noite, Chávez subiu em um caminhão, mandando beijos e colocando a mão no coração, em vez de andar por entre a multidão. Ele caminhou devagar no palco e pareceu visivelmente cansado no final de um discurso de campanha de duas horas.

Foto: Carlos Garcia Rawlins/Reuters

Para os partidários, simplesmente vê-lo ao vivo é suficiente

Muitos esperaram sob a chuva para a sua aparição triunfal em cima de um veículo decorado com as cores do partido e estampado com seu slogan: "Chávez, o coração da minha pátria".

Ele disse a frase repetidas vezes durante seu discurso. "Quando eu vejo vocês, eu me sinto me tornando vocês. Vocês também são Chávez, cada jovem venezuelano, cada trabalhador, cada avô. Vocês são todos Chávez."

Chávez enfrenta agora talvez o mais difícil desafio eleitoral até agora, uma vez que partidos de oposição da Venezuela se juntaram para apoiar um jovem ex-governador de Estado, Henrique Capriles, de 40 anos, que também vêm atraindo multidões pelo país. Chávez lidera a maioria das pesquisas em dois dígitos, mas assessores de Capriles afirmam que sua turnê "de casa em casa" renderá frutos em breve.

Chávez fará tudo que for necessário para impedir.