O vale tudo da re-re-eleição de Chávez
VENEZUELA O vale tudo da re-re-eleição de Chávez O presidente venezuelano, candidato ao terceiro mandato, apesar de enfrentar um adversário difícil, escolhido como representante único da oposição, mantem-se à frente nas pesquisas, fruto de um discurso populista e a utilização da força total da máquina governamental. Chávez já chamou o adversário de porco, analfabeto político e maricas. Por exemplo, na maioria das vezes impede a transmissão televisiva de atos da oposição requisitando o horário para exibir mensagem da presidência. Foto: Juan Barreto / AFP Postado por Toinho de Passira Quase 19 milhões de venezuelanos elegerão no próximo dia 7 de outubro o presidente que governará o país durante o período 2013-2019. O presidente venezuelano, Hugo Chávez, 58, segundo as últimas pesquisas, está com pelo menos 16 pontos de vantagem sobre o candidato opositor, o ex-governador e advogado, Henrique Capriles Radonski, 40, para as eleições presidenciais da Venezuela, que ocorreram no dia 7 de outubro. Chávez tem 50% dos votos e Capriles 34%. Há ainda 14% de indecisos. A situação da oposição é difícil: mesmo que todos os indecisos migrassem para Capriles, mesmo assim ele não venceria. Há quem comete que as pessoas não confiam nos institutos de pesquisa e preferem não manifestar seu voto contra Chávez, ou mesmo participar da pesquisa, temendo represálias, de grupos radicais ligados ao presidente. O presidente do instituto de pesquisa Hinterlaces, Óscar Schemel, explicou que pela evolução dos números o provável é que o presidente Hugo Chávez no poder desde 1999, continue a governar da Venezuela por mais longos sete anos, se a saúde permitir. Para Schemel, a única chance remota de Capriles obter resultado favorável, é que se torne realidade a possibilidade de um número de abstenção recorde, pois, segundo as pesquisas os prováveis eleitores de Chávez são os menos dispostos e motivados a votar, até por causa do clima do já ganhou. Segundo ele, o torna os resultados finais dependentes do nível de abstenção e da capacidade da máquina governista em mobilizar seus eleitores. O presidente venezuelano, Hugo Chávez, faz uma campanha sem estribeiras, num estilo populista desregrado que faz o nosso Lula, parecer um Lord inglês: diz, por exemplo, que se a oposição ganhar o país pode cair numa guerra civil. Quem comanda a campanha de Chávez é o marqueteiro do PT, o brasileiro, João Santana, contratado a petrodólares. Como em propaganda nada se cria, sua mais visível participação na campanha do venezuelano foi a utilização do célebre bordão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o "nunca antes na história deste país", que na versão chavista ficou assim: "Esto nunca se había visto en este país". Num dos spots televisivo, por exemplo, Chávez pergunta: "Vovô, o que acha da minha canaimita [nome dado ao 1,8 milhão de laptops que o governo diz ter distribuído nas escolas públicas]?". "Esto nunca se había visto en este país", responde o avô. O modelo se repete para o subsídio no preço dos alimentos, para atendimento gratuito de saúde e para a construção de teleféricos nas favelas. Nesta quarta-feira, num comício, respondendo uma proposta de Henrique Capriles, em participar de um debate televisivo, antes das eleições Chávez desqualificou o adversário, dizendo que ele não serviria nem para “ser prefeito”. "Quem vai debater contigo, rapaz? Aprenda a falar primeiro! Você é um analfabeto político", afirmou Chávez. O líder venezuelano ressaltou também que Capriles anda disfarçado de "esquerdista", mas, na realidade, é "de uma família burguesa, sua trajetória é burguesa e seu programa é burguês e neoliberal". "Se tem orelhas de elefante, se tem rabo de elefante, tem patas de elefante, é um elefante", ironizou, pedindo aos seus eleitores, uma sonora vaia, para o opositor. Durante a campanha, Chávez já qualificou Capriles de fascista, porco, nazista e até mesmo de "marica", mas Capriles disse em várias ocasiões que não liga para as ofensas porque, no seu entender, mostram a falta de "ideias" do governo. Restou ao candidato da aliança opositora da Venezuela , Henrique Capriles, dizer que o presidente e aspirante à reeleição, Hugo Chávez, não quis ir a um debate com ele, seu principal rival, porque tem medo. 'Sabem por que não quiseram debater? Tiveram medo de debater ideias, de debater propostas', afirmou Capriles em um ato de campanha no estado de Monagas que não pôde ser transmitido ao vivo, porque, como acontece sempre que há um grande evento da oposição, Chávez requisitou o horário para transmitir uma mensagem presidencial obrigatória de rádio e televisão. |
Nenhum comentário:
Postar um comentário