22 de set. de 2012

O Palhaço, de Selton Mello, representará o Brasil na seleção do Oscar

BRASIL
O Palhaço, de Selton Melo, representará
o cinema brasileiro na seleção do Oscar
Falando ao Estadão, ainda surpreso, e se acostumando com a notícia, Selton declarou: "O Palhaço é um filme luminoso. Causou grande encantamento no público brasileiro. Filme que oferece reflexão em uma estrutura simples, sem querer ser maior do que o tema pedia. E é na simplicidade dele que reside sua grandeza. Recebo com grande alegria a incumbência de representar meu País".

Foto: Divulgação

Selton Melo, o palhaço Pangaré, no picadeiro do Circo Esperança

Postado por Toinho de Passira
Fontes: Estadão , O Globo, Agência Brasil, Veja

O filme O Palhaço, dirigido e protagonizado por Selton Mello, será o representante brasileiro na disputa a uma vaga para concorrer ao prêmio de melhor filme estrangeiro do Oscar 2013, nos Estados Unidos. A escolha foi feita nesta quinta (20) por uma comissão especial que se reuniu na representação regional do Ministério da Cultura, na capital fluminense.

A decisão foi consensual entre os seis membros presentes da comissão, que considerou critérios artísticos e da capacidade de distribuição e promoção do filme no exterior. “Passamos por três horas de discussões e, consensualmente, esta comissão escolheu O Palhaço, da Bananeira Filmes, dirigido pelo Selton Mello, como representante brasileiro no Oscar 2013”, informou a secretária do Audiovisual, Ana Paula Santana.

O filme, uma co-produção entre a Bananeira Filmes e a Globo Filmes, levou 1,4 milhão de pessoas às salas de cinema, arrecadando, no Brasil, R$ 13,4 milhões, segundo a Imagem Filmes, empresa responsável por sua distribuição. Os bons resultados comerciais, em um filme considerado pela crítica como autoral, tiveram peso na escolha.

O Palhaço,, que tem tido boa aceitação em festivais de cinema, recentemente abriu a mostra do 16° Festival de Cinema Brasileiro de Miami. A produtora do longa-metragem, Vania Catani, disse que a indicação permite uma nova fase de comercialização do filme no exterior. Com acordos de distribuição em seis países, a obra tem tido boa aceitação internacional.

“A gente teve uma sessão em Nova York, em julho, no MOMA [Museu de Arte Moderna]. Só tinha americano na plateia e eles amaram o filme, interagiram, riram, entenderam tudo”, disse a produtora.

Selton, que é co-roteitista, protagonista e diretor do longa, sonha agora ampliar a conexão e atingir Hollywood.

“Esperança é o nome do circo do filme, e agora sonho em conseguir tocar corações mundo afora, como aconteceu aqui no Brasil”, diz.

O Palhaço conta a história do palhaço Benjamin, um herdeiro de circo em crise com a profissão.

Foto: Divulgação

A dupla de palhaços Puro Sangue (Paulo José) e Pangaré (Selton Melo)

Selton, 38 anos, acumula as funções de ator, diretor e roteirista (esta última ao lado de Marcelo Vindicatto) para narrar a trajetória de Benjamim, rapaz tímido e ingênuo que divide com o pai, vivido por Paulo José, o picadeiro e a administração do Circo Esperança. É entre uma e outra peraltice dos palhaços Puro-Sangue e Pangaré, vividos por pai e filho, por estradas de chão pelo interior do Brasil, que o rapaz passa a questionar sua real vocação.

Para enfeitar a trajetória de Benjamim em busca de um sentido na vida, Selton escalou um elenco repleto de boas surpresas, entre elas Moacyr Franco, que brilha em pequena participação na pele de um delegado.

Depois de algumas exibições no Festival do Rio com sucesso de público, o filme ganhou lançamento nacional, já com quatro prêmios na bagagem, conquistados na última edição do Festival de Paulínia (direção/ roteiro/ ator coadjuvante para Moacyr Franco e figurino para Kika Lopes).

Falando do filme, quando do seu lançamento Selton Melo contou que o trabalho de pesquisa com a Alessandra Brantes, ex-artista de circo, foi fundamental.

- Ficamos um ano dedicados à pesquisa. Com o palhaço Kuxixo, nosso “personal palhaceitor”, aprendi gags físicas e a linguagem do picadeiro. Quem é de circo vai assistir ao filme e saber que ali houve uma pesquisa e reconhecer as referências. E quem não conhece o oficio, vai se divertir e compreender um pouco desse universo.

- As referências já começam na escolha dos nomes dos personagens centrais. O nome do meu personagem, Benjamim, é uma homenagem a Benjamin de Oliveira, nome importante do circo brasileiro, e Valdemar, personagem do Paulo José, é um tributo a Valdemar Seyssel, o grande Arrelia.

O Brasil já concorreu quatro vezes ao Oscar de filme estrangeiro: em 1963, com O Pagador de Promessas; em 1996, com O Quatrilho, em 1998 com O que É Isso Companheiro e em 1999, com Central do Brasil, que também emplacou Fernanda Montenegro na disputa pelo Oscar de melhor atriz.

Em 2004, Cidade de Deus concorreu a quatro estatuetas fora da categoria de filme estrangeiro, incluindo a de melhor diretor para Fernando Meirelles.

A seleção dos cinco filmes na lista final da categoria Melhor Filme Estrangeiro do Oscar deve ser anunciada em 10 de janeiro de 2013.

A cerimônia de premiação será realizada em 24 de fevereiro, em Los Angeles, Estados Unidos.

Estamos na torcida!


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