18 de set. de 2012

PT convoca 'batalha' contra as "verdades"

BRASIL – Eleição 2012
PT convoca 'batalha' contra as verdades
O Estadão publica uma notícia assinada pela jornalista Vera Rosa, da Agência Estado, informando que o PT está convocando a militância para combater “as mentiras” que estariam atingindo o partido, e seus candidatos, graças as notícias vinculadas ao julgamento do mensalão e as, publicadas na revista Veja neste fim de semana, onde Marcos Valério, operador do mensalão, disse que Lula era o chefe dos mensaleiros

Foto: FolhaPress

Fugindo de jornalista, como o diabo foge da cruz: Lula chegando ao evento de apoio a Haddad em São Paulo no domingo, 16, nem uma palavra com os jornalistas, um silêncio ensurdecedor

Postado por Toinho de Passira
Fonte: Estadão

Preocupada com o impacto do julgamento do mensalão nas campanhas eleitorais, a cúpula do PT decidiu na segunda-feira (17) convocar os militantes, para ir atrás do prejuízo, para uma "batalha do tamanho do Brasil" em defesa do partido, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do legado dos governos petistas.

É assim que eles interpretam os acontecimentos, sem lembrar que foram os atos criminosos praticados pelas principais lideranças do partido, que estão submergindo da lama, agora, para cobrar o passado.

Depois de uma reunião que durou o dia todo, a Executiva Nacional do PT divulgou nota na qual afirma que a "mobilização geral" da militância é condição fundamental para desfazer "mentiras", reafirmar o projeto de poder do PT e vencer as eleições municipais.

A situação reflete desespero: o presidente do PT, Rui Falcão, saiu da reunião antes do almoço para encontrar Lula e só retornou três horas depois.

O tom da nota divulgada pela direção do partido, no dia em que o Supremo Tribunal Federal começou a julgar o "núcleo político" do mensalão, passou pelo seu crivo. A presidente Dilma Rousseff também conversou por telefone com Lula, na segunda-feira (17) e no fim de semana.

Falcão não quis comentar o encontro, mas o jornal O Estado de S. Paulo apurou que Lula ficou muito irritado com notícia publicada na segunda-feira (17) na coluna do jornalista Ricardo Noblat, no jornal O Globo, informando que Marcos Valério, operador do mensalão, teria gravado um vídeo com denúncias capazes de "derrubar" seu governo, se ele estivesse no poder.

Além disso, afirmações atribuídas a Marcos Valério pela revista Veja puxam Lula para o centro do escândalo como "chefe do mensalão".

Apesar de dizer, em conversas reservadas, que o PT e ele são vítimas de "golpe baixo" dos adversários, Lula prefere manter o silêncio, sob o argumento de que qualquer declaração pode interferir tanto no julgamento no Supremo como nas principais campanhas do partido. A ordem vale para dirigentes, deputados e senadores, orientados por advogados a não comentar publicamente o processo. Diante desse cenário, a estratégia definida na segunda-feira (17) foi a de conclamar os militantes do PT para entrar na guerra.

O comportamento correto de um homem público, atacado na sua dignidade, seria interpelar judicialmente a revista Veja e exigir que Marcos Valério prove o que afirmou a Revista. Por que Lula não faz isso?

"A mobilização geral de nossa força militante é a condição fundamental para nosso sucesso nos dias 7 e 28 de outubro. Pois é a militância consciente quem desfaz as mentiras, demarca o campo, afirma nosso projeto, reúne nossas bases e alianças, construindo vitórias não apenas eleitorais, mas também políticas", diz a nota aprovada pela Executiva do PT.

Fiel à estratégia de não esticar a polêmica, Falcão foi enigmático ao deixar a reunião. Questionado por jornalistas sobre a quais mentiras o PT se referia, o deputado desconversou. "São mentiras que costumam ocorrer nas campanhas eleitorais. Faltam três semanas para as eleições e estamos convocando a militância porque o PT sempre foi o partido da reta de chegada."

A nota do PT convoca filiados, simpatizantes, parlamentares e até governantes "para uma batalha do tamanho do Brasil" em bairros, escolas, empresas e nas redes sociais. "(...) Em cada cidade, pequena, média ou grande, trata-se de obter grandes votações, elegendo vereadores (...) e prefeitos.

E fazendo a defesa de nosso partido, do ex-presidente Lula, de nossos mandatos e lideranças, bem como do legado dos nossos governos, que melhoraram as condições de vida e fortaleceram a dignidade do povo brasileiro", assinala o texto.

Esqueceram-se de convocar o Supremo Tribunal Federal

O PT fez questão de manifestar apoio às medidas anunciadas por Dilma na área econômica. "Estas medidas - entre as quais se destaca a redução da taxa de juros e das tarifas de energia elétrica - já se demonstraram essenciais para proteger o Brasil dos impactos da crise internacional, que continua se agravando", diz o documento.

Na convocação aos militantes, o PT argumenta que a vitória nas eleições municipais "deve ser vista nesta mesma perspectiva", para fortalecer o projeto nacional petista. Que pelo visto está indo para o pântano do mensalão.

Embora a direção do PT diga que a sigla está bem nas disputas em João Pessoa, Cuiabá, Goiânia e Rio Branco, o receio é que a série de reveses enfrentados pelo partido seja prejudicial às campanhas nas principais capitais do País.

Vejam que as cidades citadas como de expectativas de bons resultados petistas, não são as mais importantes, nem econômica e populacionalmente, no cenário geopolítico brasileiro. Fica também o registro que eles já entregaram a rapadura quanto a eleição do Recife.


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