Kama Sutra da Satiagraha
Kama Sutra da Satiagraha
Fotos: Agência Brasil Fonte: Podcasts do Mainardi
Na primeira reportagem de VEJA sobre o conteúdo do computador de Protógenes Queiroz foi reproduzida uma passagem escandalosa que, estupidamente, acabou sendo ignorada na cobertura da imprensa. Ela diz: "Para cada tonelada de álcool, é pago US$ 1,5 para o Silas. O Zeca é dono da Dilma. Na estatal, ganham Sarney, Romero Jucá, Renan e Barbalho". Interpretando: Silas só pode ser Silas Rondeau. Quem é que lhe paga um dólar e meio? Alguém já perguntou a Protógenes Queiroz? O que significa aquela frase sobre Zeca, ou Zeca Diabo, ou José Dirceu, ser dono da Dilma? Que estatal é essa que gratifica José Sarney, Romero Jucá, Renan Calheiros e Jader Barbalho? Na CPI dos Grampos, Protógenes Queiroz tem de ser esmagado contra a parede até responder essas perguntas. Quando VEJA publicou sua reportagem, Protógenes Queiroz alegou que, em seu computador, havia apenas fragmentos da Satiagraha. Mentira. Os trechos envolvendo Dilma Rousseff, Valter Cardeal, Silas Rondeau e todos os outros referem-se claramente ao setor de energia. A suspeita é que a PF tenha um aparato de espionagem que passa dados sigilosos de um inquérito para o outro, sem o menor controle da autoridade judiciária. Dessa maneira, o conteúdo de um grampo realizado para a Operação Navalha pode ser repassado clandestinamente para a Operação Boi Barrica ou para a Operação Satiagraha. Os delegados que fazem parte desse aparato tornam-se proprietários de notícias valiosas, que podem ser usadas contra quem lhes interessa. Por isso as operações da PF fazem tanto barulho, mas raramente resultam em condenações. O que interessa, no caso, é a posse da informação, e não a informação em si. O perigo é um só: que a informação se transforme em matéria-prima para achaques. À primeira vista, o Kama Sutra da Satiagraha é somente uma bizarrice repugnante. Mas ele pode ajudar a esclarecer como alguns agentes da PF garantiram a impunidade a um bocado de gente associada ao governo. Basta descobrir o que Protógenes Queiroz pretendia obter com aquele "dólar e meio pago para o Silas". *Ilustramos a matéria com fotos e acrescentamos legendas |
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