18 de mar. de 2009

Delegado Protógenes na berlinda da Polícia Federal

Delegado Protógenes na berlinda da Polícia Federal
Fica cada vez mais dificil opinar sobre essa história do delegado e sua investigação. O certo é que Daniel Dantas está cada vez mais tranquil e longe de ser castigado.

Foto: Arquivo

A lenda Protógenes está passando por um momento de baixa no mercado de credibilidade

Fontes: Estadão

O delegado Protógenes Queiroz, mentor e executante da Operação Satiagraha, foi indiciado criminalmente na terça-feira, 17, pela Polícia Federal. Foi uma audiência de 2 horas marcada pela tensão e constrangimento.

Poucas vezes se tem notícia de um delegado ser indiciado depois de ter feito uma investigação. O corregedor da PF, Amaro Ferreira, enquadrou o criador da Satiagraha em dois crimes: quebra de sigilo funcional e violação da Lei de Interceptações. Protógenes teria sido responsável pelo vazamento de dados secretos da Satiagraha, investigação federal contra o banqueiro Daniel Dantas, do Opportunity. Tal conduta, na avaliação da PF, caracteriza quebra do sigilo funcional - revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e que deva permanecer em segredo -, punida com detenção de 6 meses a 2 anos.

A violação à Lei do Grampo teria ocorrido quando mobilizou 84 arapongas da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) para a Satiagraha e lhes deu acesso irrestrito ao conteúdo de escutas e documentos contábeis.

Protógenes também teria confiado ao pelotão da ABIN senhas secretas de uso exclusivo de agentes da PF para acesso ao Guardião, a máquina de grampos da Polícia Federal. Segundo a PF, Protógenes fica passível de pena de reclusão - 2 a 4 anos.

O indiciamento é o passo mais importante do inquérito porque representa a convicção da autoridade que o preside. Mas não significa que Protógenes será processado judicialmente. Cabe ao Ministério Público Federal, titular da ação penal, oferecer ou não denúncia contra o delegado, caso concorde com as provas constantes do inquérito que formou o convencimento para o seu indiciamento.

Estranho que o delegado não ter dito em sua defesa que toda a operação foi determinada, autorizada pelo planalto e acompanhada de perto pelo Juiz e Procurador Federal como havia feito na Procuradoria Federal, segundo os documentos publicados por Veja no outro final de semana.

No apropriado dia 1º de abril o delegado vai depor na CPI do grampo da Câmara onde prometeu falar tudo que sabia, não se sabe se esse indiciamento vai incentivá-lo a manter a promessa de jogar meleca no ventilador, ou o silenciaram com o indiciamento.

De uma forma ou de outra, Daniel Dantas no alto de sua cobertura está morrendo de rir.


Nenhum comentário: