14 de mar. de 2009

Estaria Obama esnobando Lula?

Estaria Obama esnobando Lula?
Diz a revista “Foreign Policy” sobre a visita de Luis Ignácio “Lula” ao presidente americano

Foto: AP

Risos e descontração protocolares

Fontes: Foreign Policy

A manchete da revista na verdade é a seguinte: Estaria Obama esnobando outro líder mundial? (Is Obama snubbing another foreign leader?) A imprensa americana considerou que antes de Lula, a visita do primeiro ministro britânico Gordon Brown foi um fiasco porque a Casa Branca esnobou o líder inglês, sem nenhuma deferência, tido se resumindo numa fria e curta reunião de trabalho.

Desta vez a publicação registrou que o nome do meio do presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, que visitou o presidente Barack Obama, neste sábado ficou escrito, no site da Casa Branca, até poucos minutos da chegada do presidente, com a grafia errada, "Ignácio". Outro problema: o apelido "Lula" é colocado entre aspas, apesar de o presidente ter incorporado este termo ao nome há anos.

De acordo com “Foreign Policy”, o encontro de Lula com Obama foi adiantado em função das comemorações do dia de São Patrício, o que foi interpretado como um sinal de desprestígio da visita brasileira.

Sem querer criticar a política externa de Lula e já criticando: ser o primeiro presidente latino a ser recebido na Casa Branca pode ter sido bom para as manchetes do Diario Oficial, mas Lula pagou caro por esse pioneirismo. Primeiro porque a equipe de Obama ainda não está afinada, depois porque o governo brasileiro, não pode saber como o presidente Obama encara essas visitas de chefes de Estados e nem dimensionar como seria a recepção. >

Foto: Jonathan Ernst/Reuters

Observe atentamente: Obama estava levando Lula a sério?

No Brasil o presidente criou uma expectativa muito grande: que ia dizer uma porção de coisas, como se fora um mestre a ensinar o jovem presidente americano. Hugo Chávez, Evo Morales e Fidel Castro fizeram de Lula possível portador de suas pretensões de mudar o mundo ao redor do próprio umbigo. Mas a realidade foi bem outra.

Claro que essas reuniões não se decidem na hora, e o que Lula estava dizendo no Brasil era o que estava sendo acertado pelo ministro Celso Amorim nos Estados Unidos. Nada pode ser anexado de última hora, cada tema que vai ser tratado é discutido aceito ou rejeitado pelas partes, e cada presidente fala dentro daqueles limites.

Pelo que se pode percebe,r pela entrevista concedida após o encontro de trabalho de pouco mais de hora e meia, Obama não está disposto a se comprometer com nada e muito menos fazer nenhuma das coisas tão sonhada pelo governo brasileiro, sem antes passar pela solução ou melhoria interna da economia americana.

Exemplar seja o tema “energia renovável”, o nosso álcool que o governo brasileiro pedia reduções das taxas para vender mais e ganhar mais, com os americanos. Obama comentou que os Estados Unidos têm que descobrir seu próprio combustível alternativo, e tem muito que apreender com o Brasil a quem elogiou pela política energética e só.

Foto:Reuters

A Entrevista no salão oval da Casa Branca, após a reunião dos dois presidentes

Em resumo, diz que não vai sair da chantagem energética de Hugo Chávez para cair na dependência brasileira. Nas entrelinhas vê-se que no maximo estariam dispostos a comprar tecnologia brasileira, nunca abrir as portas para o nosso álcool. Redução de taxa? Nem comentou.

Ao invés daquele líder simpático que dominou as massas americanas durante mais de dois anos, Lula se deparou com um burocrata apressado, que tinha mais o que fazer e só por uma impaciente educação suportou perder tempo com mais esse latino amigo de Chávez, de Evo Morales... e de Bush.

Foto:Ricardo Stuckert / PR

A mãe do PAC foi estava lá, com um estranho penteado

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