“Marolinha” faz estragos na Venezuela
“Marolinha” faz estragos na Venezuela
Foto: AFP Fontes: AFP A oposição acusa Chávez de adotar medidas populistas e arbitrárias para ocultar a verdadeira crise que atinge a Venezuela. Na semana passada, o líder da oposição e ex-candidato presidencial da Venezuela, Manuel Rosales, acusou Chávez de ocultar a real situação do país, severamente afetado com a queda nos preços do petróleo. "Estamos com os olhos vendados e a Venezuela exige do governo que fale com clareza porque enfrentamos uma crise que está sendo escondida de todos", disse Rosales, prefeito da cidade de Maracaibo (500 km a oeste de Caracas, famosa pela produção de petróleo).
Chávez aumentou o controle sobre o setor de produção de alimentos básicos nos últimos dias, numa tentativa de amenizar as ondas de escassez de comida no país.
Várias processadoras de arroz já sofreram intervenções - incluindo uma filial da americana Cargill, que produzia arroz, e foi diretamente expropriada no início do mês. Além da inflação e do desabastecimento, Chávez enfrenta uma onda de protestos de milhares de trabalhadores, que pedem melhores condições de vida em um momento de queda da renda do país, consequência direta da queda dos preços do petróleo. "As empresas básicas estão quase paradas. Além do fato de os trabalhadores cruzarem os braços, não há como pagar as dívidas com os fornecedores. O atraso tecnológico é muito grande, assim como a dívida trabalhista", advertiu Pastora Medina, congressista dissidente do partido do governo. As manifestações e greves aumentaram depois da vitória de Chávez no referendo de 15 de fevereiro, atingindo setores públicos vitais como o petróleo, a energia elétrica, a indústria básica e o metrô da capital, Caracas. Os conflitos trabalhistas se multiplicam por todo o país, num momento em que o preço do petróleo, principal recurso venezuelano, oscila em torno dos 40 dólares, contra uma média de 90 dólares em 2008 e os 60 calculados no orçamento oficial de 2009. Diante desta situação, Chávez, cujo segundo mandato termina em 2012, endureceu sua postura. "Se uma empresa do Estado parar, está se metendo comigo; isso é sabotagem e eu não vou tolerar. Isso é um recado para aqueles que estão fazendo politicagem nas empresas dizendo que são um desastre e estão se desmantelando", advertiu o presidente. Foto: SkyscraperCity Chávez chegou a ameaçar uma militarização do metrô de Caracas caso haja uma greve, e pediu à inteligência venezuelana que investigue casos de corrupção em indústrias como a do alumínio, indicando que os privilégios de executivos e líderes sindicais às vezes "beiram o obsceno". Permalink |
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