O Papa já está em Roma
Visita de Bento 16 foi 'um sucesso', dizem israelenses e palestinos
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O último cumprimento a porta do avião que o levaria a Roma após cinco dias de peregrinação na Terra Santa
Fontes: BBC Brasil
Corriere della Sera
Embora tenha havido polêmica durante a visita do papa Bento 16 a Israel e aos territórios palestinos, representantes do Vaticano, de Israel e da Autoridade Palestina disseram à BBC Brasil que a passagem do pontífice pela região foi "histórica e bem-sucedida", com uma ponta de alívio por nada importante ter acontecido, no item segurança, por exemplo
O papa Bento 16 termina nesta sexta-feira sua visita a Israel e aos territórios palestinos, definida pelo Vaticano como "peregrinação pela paz", com uma visita à Igreja do Santo Sepulcro, em Jerusalém, onde segundo a tradição cristã, Jesus foi crucificado e sepultado.
Durante os últimos cinco dias, o papa visitou Jerusalém, Nazaré e a cidade de Belém, e se encontrou com líderes políticos israelenses e palestinos.
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O item segurança foi elogiado por especialistas, mas não parecia haver nenhuma predisposição de atacar o Papa
O pontífice esteve nos principais lugares sagrados para as três religiões monoteístas e realizou três missas a céu aberto, com participação de dezenas de milhares de pessoas.
De acordo com o porta-voz do Vaticano em Jerusalém, Wadi Abu Nassar
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Papa Bento 16 pregou uma mensagem de esperança para toda a humanidade, dizendo no seu discurso na Igreja do Santo Sepulcro de Jerusalém que "o amor é mais forte que a morte".
Nassar destacou que a visita trouxe "muita alegria aos cristãos da região e lhes deu esperança".
"A visita de Sua Santidade a esta região contribuiu para as relações tanto com os israelenses como com os palestinos e esperamos dar continuidade à aproximação com todos", disse Nassar.
O porta-voz do Vaticano não mencionou, em sua declaração à BBC Brasil, alguns incidentes que ocorreram durante a visita e que causaram desconforto no Vaticano.
O principal incidente ocorreu depois da visita de Bento 16 ao Memorial do Holocausto Yad Vashem, em Jerusalém. O discurso do papa durante aquela visita foi recebido com duras críticas por parte do próprio Yad Vashem, de líderes políticos e religiosos e também por parte da imprensa local.
O papa foi acusado de omitir, em seu discurso no Yad Vashem, a responsabilidade dos nazistas pelo extermínio de seis milhões de judeus durante a Segunda Guerra Mundial e também de "não ter pedido desculpas".
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Papa Bento 16 ora diante da Pedra da Unção, onde cristãos acreditam que o corpo de Jesus foi preparado para o enterro, na Igreja do Santo Sepulcro de Jerusalém Velha
O Vaticano reagiu com uma nota incisiva, afirmando que "Sua Santidade não é obrigado a pedir desculpas por algo que não fez e que havia mencionado os seis milhões de judeus exterminados no Holocausto no momento de sua chegada a Israel, já no aeroporto Ben Gurion".
Ao resumir a visita do papa, o porta-voz do ministério das Relações Exteriores de Israel, Yossi Levy, disse à BBC Brasil que "apesar dos momentos delicados que ocorreram nesta visita, o governo israelense a considera um dos eventos mais importantes da história do país".
"Temos certeza de que, nesta visita, o diálogo entre Israel e o Vaticano avançou de maneira significativa", disse. "Este foi um encontro histórico com contribuições politicas, culturais e religiosas da maior importância."
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O Papa Bento 16 aperta as mãos do patriarca ortodoxo grego de Jerusalém Theophilos, chefes de todas as religiões presentes no Oriente Médio, congraçaram-se com o pontifice
Embora o sentimento popular aqui em Israel seja de que a visita do papa João Paulo 2º, em 2000, teria sido "melhor e mais simpática", do que a visita de Bento 16, considerada "fria", analistas dizem que do ponto de vista do conteúdo, o atual pontífice fez pronunciamentos que indicam uma maior aproximação com Israel do que seu antecessor.
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Além de líder religioso comportou-se como líder político, encontrando-se com as autoridades nacionais tanto de Israel, quanto da Palestina, na foto a esquerda o Primeiro Ministro de Israel Benjamin Netanyahu e o Presidente Shimon Peres, também de Israel, nos momentos que antecederam a partida
Em artigo no jornal Haaretz, o analista Lior Kudner comparou os discursos feitos pelos dois pontífices.
Segundo Kudner, em sua visita no ano 2000, João Paulo 2º afirmou que "devemos, sempre e em todos os lugares, agir na direção de expor a verdadeira face dos judeus e do Judaísmo, assim como dos cristãos e do Cristianismo".
Já o papa Bento 16, de acordo com Kudner, foi bem mais "direto" e disse que "a Igreja tem um total compromisso com a reconciliação entre cristãos e judeus".
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Papa Bento 16 beija a Pedra da Unção, onde os cristãos acreditam que o corpo de Jesus foi preparado para o enterro, na Igreja do Santo Sepulcro, na velha de Jerusalém
Para o governador do distrito de Belém, Salah Ta'mari, a visita foi um "sucesso absoluto".
"A Autoridade Palestina está muito satisfeita com a visita do pontífice a Belém", disse à BBC Brasil o governador, que faz parte da Autoridade.
"Apesar de nossas preocupações com questões de segurança, tudo transcorreu na mais perfeita ordem, harmonia, e devo mencionar principalmente a alegria que todos sentiram, principalmente o próprio papa".
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"Percebi que ele se sentiu seguro em nossa cidade pois percorreu Belém, durante toda a visita, com as janelas de seu carro abertas". - Salah Ta'mari, o governador do distrito de Belém,
"Também percebi que ele gostou muito quando as crianças do campo de refugiados de Aida iniciaram a dança da debka (dança tradicional palestina) com um trecho da Quinta Sinfonia de Beethoven, sei que ele é pianista".
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Pelegrinos chegam aos milhares para assistir a última missa do Papa na sua viagem a Terra Santa
"Bento 16 foi honesto e justo, ele expressou solidariedade com os refugiados palestinos, condenou o Muro de Separação e defendeu a criação de um Estado Palestino independente", concluiu Ta'mari.
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Quando esteve no campo de refugiados a sombra do muro construído por Israel, criticou a existência de paredes entre povos e rezou para que o muro fosse um dia derrubado, pelo entendimento entre judeus e palestinos
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