16 de mai. de 2009

Sarney blefa simulando velhinho deprimido

Sarney blefa simulando velhinho deprimido
Não se avexe não, estamos tratando com um farsante profissional. Quanto mais velho, mais perigoso. Faz parte do seu repertório se fingir de morto. Lembra que antes de se candidatar ele ficou sumido do senado. Temos, sim, que ficarmos atentos, ele prepara um novo golpe.

Foto: Antonio Cruz/ABr (alterada por Toinho de Passira)

Fonte: Gazeta do Povo- (PR)

Sarney fez da jornalista Dara Kramer sua porta voz para dizer que está com "a renúncia" na cabeça, que está arrependido de ter assumido a presidência do senado, nesta hora e que se preocupa com a sua biografia.

A grande jornalista do Estado de São Paulo parece ter acreditado. Isso só prova que Sarney continua mentindo com a mesma competência de sempre.

Essa cena de ex-presidente da República preocupado com a biografia, não cola no Zé Sarney. Fosse assim, há dois anos, repetindo a dose, não teria se candidatado senador pelo Amapá, nem da primeira vez, muito menos dessa segunda. Na verdade, já que na sua terra não tinha chances e não queria ficar longe do poder, foi enganar os amapaenses.

Fosse se preocupar com a sua biografia não teria forçado o governo Lula, a nomear a toupeira teleguiada do Edison Lobão para ser Ministro das Minas e Energia, apenas para ocupar espaços nas estatais do ministério.

Quem pode falar em preocupar-se com biografia, capitaneando o projeto que salvou Renan Calheiro da cassação no Senado.


Sarney e Tancredo Neves
Não foi por ingenuidade, que aceitou agora o projeto tomar de “assalto o congresso” da autoria do mesmo Renan Calheiro, para aproveitar-se dos últimos momentos do segundo mandato do governo Lula.

Esses fantasmas que estão lhe incomodando agora foram semeados por ele mesmo no passado. Como pensava na biografia enquanto enchia o senado com diretores de moral duvidosa e criava regulamento para facilitar as falcatruas.

A biografia do cínico senador José Sarney está comprometida desde os tempos em que se passou para o lado dos militares, durante o regime ditatorial, e lá ficou até o instante em que fugir para o outro lado era melhor.

Ninguém pode esquecer que Sarney foi presidente da ARENA, o partido que representava os militares no Congresso, depois presidente do PSD, que sucedeu a extinta ARENA.

Para exercer cargos como esse, naquele tempo, tinha-se que servir gostando de capacho para as botas dos generais.

Estava ainda na condição de Presidente do PDS, que traindo seus amigos militares, Sarney se mudou para o MDB, para ser vice na chapa de Tancredo Neves, assim que percebeu que o poder militar começava a fazer água.


Adorava se cercar de Generais

O general Figueiredo, no dia da posse de Tancredo Neves estava no Planalto para entregar ao mineiro a faixa presidencial.

Quando soube que Tancredo estava doente e que era Sarney quem ira assumir, Figueiredo foi embora, dizendo que não ia participar da posse de um “traidor”.

Sarney foi ao Planalto e pôs a faixa em si mesmo.

Lembrar que em 21 anos de governo militar, não consta do dos anais do congresso um só discurso, um pronunciamento, um pequeno gesto de descontentamento, do parlamentar Sarney contestando qualquer ato dos militares.

Naquele tempo Lula chamava Sarney de ladrão, de chefe de quadrilha. Temos a clara impressão que as declarações de Lula, de outrora, mereciam enormemente, muito mais credibilidade do que hoje.

Fosse para preservar a democracia Sarney não estava apoiando o governo Lula, deixando-se capitanear pelo alagoano Renan Calheiros, nem apoiando a extravagância do terceiro mandato.

Nada que José Sarney diga merece nenhum crédito. Mesmo quando ele venha a morrer, é preciso precaução, ele pode enganar o demônio e retornar ao Maranhão.

Não se avexem não, que ele não renuncia, nem vai parar de sacanear o Brasil e em especial o Maranhão, é de sua índole.

Sua morte haverá de acontecer como naquelas cenas descritas por Garcia Marques:

Será encontrado fétido, caído sobre a escrivaninha, com seus bigodes atolados em dinheiro público afanados.

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