Vargas Llosa: ”Venezuela poderá ser segunda Cuba!”
Vargas Llosa: ”Venezuela poderá ser segunda Cuba!” Segundo o escritor peruano, ontem em Caracas: “Não há nenhuma dúvida que o país se aproxima de uma ditadura comunista". "Se este caminho não for interrompido, a Venezuela se converterá numa segunda Cuba da América Latina.
Foto: Reuters Fontes: La Verdad O escritor peruano Mario Vargas Llosa, 73 anos, alertou hoje a Venezuela caminha em direção a uma ditadura sob a liderança do presidente Hugo Chávez e que o país poderá se parecer cada vez mais com uma autocracia comunista no modelo cubano. O aclamado escritor, que veio para participar de um fórum sobre Liberdade e Propriedade Privada teve o passaporte retido por 90 minutos, na área de migração e chegou a ser advertido por um funcionário que “por ser estrangeiro, “não tinha direito de fazer declarações políticas” na Venezuela. ”- Foi dito com amabilidade, disse Vargas, e eu o respondi que na terra de Bolíva, (...) não deveria haver obstaculos ao livre pensamento”. Disse também que sua bagagem foi submetida a “uma revista minunciosa” e acrescentou em tom irônico, não foi localizado “nada de contrabando, nem material subversivo, nem explosivo”, encontraram apenas livros de poesias. Ao ser perguntado pelos jornalistas se podia criticar a um governo livremente eleito em outras partes do mundo, respondeu que “absolutamente podia, o que não se pode é insultar.” Mario Vargas Llosa, mostrando que não se intimidou, abriu o fórum pró-democracia dizendo que o governo Chávez "está se movendo para bem longe de uma democracia nos moldes liberais". "Ainda existe espaço para críticas", disse Vargas Llosa no fórum em Caracas. Mas "a ameaça de um blecaute na área dos direitos, liberdade de expressão e liberdade de imprensa cresceu significativamente" - disse e acrescentou- “Não há nenhuma dúvida que o país se aproxima de uma ditadura comunista".
"Se este caminho não for interrompido, a Venezuela se converterá numa segunda Cuba da América Latina. Não devemos permitir. É por isso que estamos aqui", afirmou o escritor, ele próprio, no começo, um admirador da "revolução" cubana, da qual tornou-se, depois, um feroz oponente. "Ainda há espaços de liberdade no país e é preciso aproveitá-los se não quisermos que a Venezuela deixe de ser uma sociedade democrática e se converta em ditadura comunista", insistiu o escritor. Segundo Vargas Llosa, há uma recente "radicalização do regime" venezuelano, um "temor crescente a toda a espécie de crítica" que provoca uma redução das "liberdades públicas". "Os espaços são cada vez menores. A ameaça de um apagão no campo das liberdades de imprensa e expressão cresceu muitíssimo", insistiu, admitindo, no entanto, que sua presença em Caracas era "prova" de que ainda é possível expressar-se livremente na Venezuela. O escritor peruano, fez referência também "à perseguição e às ameaças por parte do governo à rede de televisão privada Globovisión" e à redução das atribuições dos "prefeitos e governadores eleitos em pleitos legítimos", fazendo com que alguns "recorram ao exílio", referindo-se a figura do governador de Maracaibo, Manuel Rosales, exilado no Peru, temendo ser arbitrariamente preso. "O fato de haver eleições livres de nenhuma maneira garante que o resultado delas seja positivo. Alguns dos piores ditadores conhecidos pela humanidade chegaram ao poder através de eleições, como Hitler". "Não há como se enganar, há ditadores que são muito populares. Há povos inteiros que sucumbem e se deixam castrar do ponto de vista moral e político. Vimos na América Latina. Hoje (essa tendência) foi reduzida à mínima expressão mas está aí", explicou. Em relação ao referendo de 15 de fevereiro na Venezuela, no qual foi aprovada a reeleição presidencial contínua, Vargas Llosa considerou que foi "uma decisão equivocada", como acontece com qualquer outra votação que permita a um governante "eternizar-se no poder". Sobre as últimas decisões de Chávez no setor de política econômica, Vargas Llosa considerou que a "propriedade social" em lugar de propriedade privada é de deixar os cabelos em pé e "satanizar o empresário privado é política suicida" porque vai contra a prosperidade das nações. O encontro internacional do qual participou reuniu outras 50 personalidades venezuelanas e estrangeiras como o ex-presidente boliviano Jorge Quiroga ou o ex-chanceler mexicano Jorge Castañeda. Sem citar o escritor peruano, Chávez disse que intelectuais em visita à Venezuela vieram ao país para ofendê-lo. Veja os vídeos de 30 segundo, de inserção televisiva, produzidos pelo Centro de Divulgación del Conocimiento Económico para la Libertad, conscientizando o povo a defender o direto de propriedade:
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