A perigosa viagem de Bento 16 ao Oriente Médio
A partir de segunda feira, em território Israelense e palestino Bento 16 estará correndo mais riscos de segurança, de qualquer outro Papa já enfrentou nos últimos 100 anos.
Foto: Reuters
O Rei Abdullah da Jordânia assiste com Bento 16 o desfile militar em homenagem ao visitante Chefe de Estado, no Aeroporto Internacional Rainha Alia.
Fontes: The New York Times , G1 , Estadão, ANSA Latina, Ultimo Segundo
O papa Bento 16 corre riscos desnecessários ao fazer a primeira visita do seu papado ao oriente médio. No seu segundo dia na Jordânia, hoje, sábado, onde foi recebido como chefe de estado e com líder religioso, tem sido acolhido de forma civilizada, cordial e respeitosa, como era de se esperar.
Foto: Reuters
A beleza da Rainha Rania da Jordânia, na recepção ao Papa no aeroporto de Amã, fez o fotografo desfocar o Sumo Pontífice.
A partir de segunda feira, porém a coisa muda quando sua santidade pisar o solo de Israel e da Palestina.
Planejada desde outubro, por insistência do Papa o calendário se manteve embora a região não ofereça garantias nem para um cidadão comum, imaginem para o líder espiritual da Igreja Católica.
Israel acaba de instalar um governo de direita, do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que não tem o controle político do país, como o tinham alguns outros líderes judeus no passado. Sua elevação ao cargo é um misto de politicagem, populismo e conchavos, bem semelhante ao de alguns países da América Latina.
Além disso, duas das principais facções palestinas permanecem hostis e divididas, com a secular Autoridade Palestina, liderada pelo presidente Mahmoud Abbas, controlando a Cisjordânia e o grupo islâmico Hamas com poder em Gaza.
Segundo o jornal The New York Times, as emoções ainda estão à flor da pele por causa da morte de 1.300 palestinos na ofensiva israelense a Gaza em janeiro, que foi criticada pelo Vaticano, mas que não são tidas como sinceras pelos extremistas palestinos.
A região já seria um risco permanente em condições normais, ainda mais agora, que os governantes não têm o controle político da sociedade dita formal, imaginem dos milhares de grupos extremistas encravados clandestinamente nas ruínas de Gaza.
Foto: Getty Images
Essa é a foto liberada pelo serviço de imprensa do Vaticano, L'Osservatore Romano, mostra Papa Bento 16 vestindo o tradicional keffiyeh lenço árabe, vermelho-e-branco durante uma missa na Igreja de Nossa Senhora da Paz, em Amã
As vésperas de completar 82 anos, Bento 16 não deixa de ser o teimoso alemão Joseph Ratzinger, que não cede a argumentos de segurança pessoal, quando está determinado a cumprir a sua missão pastoral.
Para piorar as coisas sua visita acontece três anos depois dele ter ofendido e muito os muçulmanos com um discurso em Regensburg, Alemanha, no qual citou um imperador bizantino que disse que o Islã encorajou a violência e trouxe coisas "ruins e desumanas".
Para consertar isso, ele falou com inúmeros grupos muçulmanos e rezou na Mesquita Azul em Istambul em uma viagem à Turquia dois meses depois da gafe. Ele dará continuidade a estes esforços de reconciliação na Jordânia, aonde chegou sexta-feira e visitou uma mesquita e se encontrou com clérigos muçulmanos e estudiosos. Bento também visitou o Monte Nebo, local onde se acredita que Moisés tenha visto a Terra Prometida.
Foto: Reuteres
Papa Bento chega próximo a multidão de fiéis durante a sua visita à Igreja da Senhora da Paz em Amã, no primeiro dia, essa tem sido a tônica dessa viagem, uma imprecaução O seu comportamento pessoal na Jordânia foi arriscado e até irresponsável, aproximando-se da multidão, deixando-se tocar por inúmeras vezes. A se repetir tais gestos em Jerusalém, os riscos de um atentado violento é tão previsível, que nos impressiona como estão deixando que essa visita se realize.
Na segunda-feira, Bento aterrissa em Tel Aviv para quatro dias intensos em Israel que irão incluir o Muro das Lamentações, sagrado para os judeus, e o Santo Sepulcro, sagrado para os cristãos, além da sala onde se acredita que Jesus tenha celebrado a Última Ceia. Em Jerusalém ele visitará o terceiro local mais sagrado para a fé muçulmana: o composto religioso na Cidade Velha conhecido como o Santuário Nobre.
Que Deus, Allah, o profeta Maomé, Tupã e todos os Orixás o proteja, se puderem.
Foto: Reuters
"É justo que comece aqui, nesta montanha, minha peregrinação aos Santos Lugares, já que o magnífico cenário que se vê deste lugar nos reflete o grande plano de salvação que Deus tinha preparado para seu povo". – disse o Papa Bento 16 em seu discurso feito no Monte Nebo, na Jordânia, neste sábado.
O Monte Nebo fica a 35 quilômetros de Amã, capital da Jordânia, e está cerca de 817 metros acima do nível do mar. De lá é possível ver a Terra Santa, o leito do Rio Jordão e, em dias de boa visibilidade, Jerusalém.
Segundo a bílblia, é o local onde Deus fez Moisés ver a "terra prometida", o que hoje é conhecido como Jerusalém. |
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário