31 de mai. de 2009

Promotor assedia a perigosa Suzane Richthofen

Promotor assedia a perigosa Suzane Richthofen
Olhando fixamente a cruel parricida, o romântico membro do Ministério Publico confessou estar perdidamente apaixonado, ao fundo, Julio Iglesias cantava Crazy

Foto: Reprodução TV Globo

Fontes: Jornal do Brasil, Correio da Bahia, O Dia, Portal Terra

O pessoal que está produzindo o filme sobre o crime cometido por Suzane von Richthofen, condenada pelo assassinato da mãe e do pai, em 2002, tem que acrescentar essa cena e dar vida ao personagem do promotor apaixonado que tentou seduzir a assassina no seu gabinete ao som de uma trilha sonora romântica.

Na vida real, Suzane von Richthofen no depoimento que prestou à juíza da Vara de Execuções da Comarca de Taubaté, acusou o promotor das execuções criminais Eliseu José Berardo Gonçalves de ter lhe assediado enquanto ela esteve presa na Penitenciária de Ribeirão Preto.

O promotor esteve na cela onde ela convivia com as outras presas fotografando sob a alegação de que apurava possíveis privilégios que Suzane estaria desfrutando.

Numa segunda ocasião, dias depois, foi conduzida ao gabinete do promotor, em local fora da prisão, e permaneceu a sós com ele por várias horas. A conversa em nada lembrou um questionamento do ministério público a uma prisioneira, foi mais um papo sobre a vida pessoal de Suzane, em tom carinhosamente coloquial.

Dez dias depois, num terceiro contato, Suzane foi conduzida de ambulância e sem algemas, outra vez ao gabinete do promotor. Ao som de CDs românticos, com voz embargada o membro do MP Eliseu José Berardo Gonçalves teria dito estar apaixonado por uma moça, para quem tinha escrito inúmeras poesias e sonhava em beijá-la e abraçá-la.

Como Suzane se fez de desentendida, ele teria confessado que essa moça era ela.

Até agora o promotor nega o assédio, mas admitiu ter ido à cela de Suzane e tirado fotos, pois, segundo ele, havia denúncia de supostos privilégios às presas e que ela foi ouvida duas vezes no seu gabinete sobre as supostas regalias. Nada disse sobre os CDs de Julio Iglesia.

O estranho é que esses fatos aconteceram há dois anos, e só agora Suzane os tenha trazido ao conhecimento do poder judiciário, exatamente no momento em que está sendo decido a possibilidade dela ter o direito à progressão da pena, ou seja, ter o direito de ficar fora do presídio durante o dia.

Outro promotor, o da Vara de Execuções Criminais de Taubaté, Paulo José de Palm, já deu parecer e foi contrário à concessão do beneficio de regime semiaberto à Suzane:

“Não há indicativo e tão pouco provas de que ela não é perigosa. Pelo que tenho nos autos ela é perigosa”.

Diante disso, provavelmente a Juíza de Taubaté que decidirá sobre o benefício, pediu ao romântico promotor de Justiça Eliseu José Berardo Gonçalves, um parecer sobre Suzane, do tempo em que ela esteve presa na Penitenciária de Ribeirão Preto.

A defesa achou por bem desqualificar o parecer do promotor, que deve ter se comportado fora dos padrões, acusando-o do assédio. De uma forma ou de outra a juíza, quer acredite ou não no assédio, não vai poder tomar sua decisão com base no parecer do Promotor de Ribeirão Preto, por suspeição de estar impregnado de romantismo ou de ressentimentos de amor rejeitado.

Como somos perdidamente romanticos e sensíveis as paixões descontroladas e impossíveis, dedicamos ao promotor Eliseu e a assassina Suzane a canção que se segue:
Crazy - Julio Iglesias


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