Reino Unido: Deputados corruptos não tem perdão
Os deputados tidos como corruptos do parlamento do Reino Unido, comparativamente com os nossos, são infantis e incompetentes, por incrível que pareça dão até satisfação a opinião pública, coisa de britânicos
Foto: Reuters
A casa do escândalo do deputado do partido trabalhista, Elliot Morley, na verdade é uma casinha, não serviria nem para o motorista do secretario do Senado de Brasília
Fontes: Diário Digital , The Independet, The Telegraph, Estadão
Políticos são todos iguais, em qualquer lugar do mundo, vê um dinheirinho público fácil e já pensam que é dele. Jornalistas e jornais também são iguais, quando descobrem que os políticos ultrapassaram os limites da ética, denunciam e fazem o maior escândalo.
Os políticos sempre dizem a princípio que os jornais estão exagerando, que não é bem assim. Os jornais insistem, e os políticos dizem que estão sendo perseguidos.
O que muda de lugar para lugar no mundo, é o povo que julga e elege esses políticos.
Comparado aos escândalos daqui os corruptos deputados do reino unidos são uns ingênuos, cheios de preocupações com a opinião pública, e por mais que se expliquem, não conseguem se reeleger, e até o seu partido perde espaço eleitoral.
Apesar de que corrupção é corrupção, não se mede pelo tamanho do avanço na verba pública, mas pelo descaramento em se aproveitar da situação para dar uma mordida em seu favor no dinheiro do contribuinte.
Mas temos inveja do Reino Unido, pois desde que o jornal Daily Telegraph denunciou os parlamentares, e seus abusos com as verbas de representação, que eles nunca mais tiveram sossego, quer os governistas, quer os oposicionista.
Talvez seja essa a diferença desse pessoal branco de olhos azuis, para esse pessoal mestiço que habita por aqui.
A denuncia aconteceu na edição do dia 05 de maio, desse anos, há exatos 10 dias, e algumas soluções para punir os transgressores, estão em andamento, e mesmo ontem, dois dos mais expressivos corruptos, do governo e da oposição já sofreram parte do castigo por ter comportado-se de maneira inconveniente.
Não se falou em lixa, ou lixadores, os culpados confessaram os seus erros, derreteram-se em desculpas, ressarciram os cofres públicos, ou estão a espera que as comissões digam os exatos valores para pagar o mais rápido possível.
20 deputados, ministros e secretários de Estado devolveram ao Parlamento ou prometeram devolver um total estimado de cerca de 120 mil libras (R$ 400 mil).
Foto: Arquivos
O Trabalhista Elliot Morley e o Conservador Andrew MacKay, corruptos bobinhos, conformados e dispostos a ressarcir
Dois deputados britânicos envolvidos com os reembolsos no bolso errado já fez as primeiras duas vítimas, o ex-secretário de Estado Trabalhista Elliot Morley e o Conservador Andrew MacKay.
Elliot Morley, ex-secretário de Estado das Pescas , mais tarde da ministro da Agricultura e presidente da Comissão de Energia e Clima do Parlamento, foi suspenso hoje do grupo parlamentar do partido Trabalhista enquanto tramita o inquérito par examinar a gravidade da forma como o parlamentou pediu o reembolso de despesas.
O deputado do partido do governo admitiu ter recebido “por engano” 16 mil libras (R$ 51 mil) para o pagamento da hipoteca da sua casa 18 meses depois de esta já estar completamente paga, alegando “desleixo na contabilidade”.
O primeiro-ministro, Gordon Brown, declarou-se “muito zangado com o que aconteceu” e prometeu ação “disciplinar se for necessário”.
Do lado da oposição, Andrew MacKay, do partido Conservador, demitiu-se das funções de conselheiro parlamentar do líder, David Cameron.
MacKay reconheceu ter cometido um “erro de juízo” ao declarar a sua casa de Londres como segunda residência, permitindo reclamar o reembolso de despesas com a sua compra, enquanto a esposa, também deputada, fazia o mesmo com a outra casa do casal em Bromsgrove, a cerca de 200 quilômetros noroeste de Londres.
Um jeitinho igual aos dos Camatas aqui no Brasil.*
Apesar de MacKay alegar que o que fez foi a conselho do gabinete de despesas do Parlamento, David Cameron considerou a situação “inaceitável” e determinou o seu afastamento das funções de conselheiro.
Morley garantiu que já devolveu o dinheiro recebido indevidamente, enquanto o deputado Conservador se ofereceu para fazer o mesmo após uma avaliação do comitê criado pelo Partido para avaliar estas situações, o conselho de ética, lá deles.
Foto: Daily Telegraph
Exemplos de corrupções inglesas: O deputado Andy Burnham pediu indenização pela compra de um roupão de banho da marca Ikea no valor de R$ 60 reais; a deputada Hazel Blears ficou hospedada algum tempo no luxuoso Zetter boutique hotel em Clerkenwell, por conta do parlamento
Por representarem regiões eleitorais, os deputados britânicos podem pedir o reembolso de despesas com uma segunda casa, que pode ser em Londres, onde exercem as funções parlamentares, ou na região que representam fora da capital britânica, para manterem contacto aos seus eleitores.
Todavia, alguns, aproveitando a brecha, pediram o reembolso de despesas consideradas abusivas, como comida de cão, tampões higiênicos, compra de carrinhos de bebês, iogurtes, candeeiros, cadeiras, a limpeza de piscinas ou a contratação de uma decoradora de interiores.
Foto: Daily Telegraph
Exemplos de corrupções inglesas: o deputado Geoff Hoon adquiriu dois televisores digitais com a verba idenizatória; o deputado Paul Murphy gastou R$ 11 mil reais com os encanamentos de sua residência por conta do parlamento
O jornal Daily Telegraph, denunciou esses escândalos, apesar de um tribunal já ter decidido recentemente que todas as despesas parlamentares deveriam ser tornadas públicas até ao final do ano, com acesso a qualquer cidadão.
"A imprensa persegue os pobres parlamentares em todos os lugares e a justiça intromete-se obrigando uma transparência absurda", haveria de dizer o presidente Sarney se coisa acontecesse por aqui.
Comparado com os nossos parlamentares, os deputados britânicos recebem um salário de miséria, algo como o que percebem qualquer Assembléia Legislativa por aqui. Um membro do Parlamento, tem um salário anual de 63.291 mil libras (R$ 17.600,00 por mês), mas os reembolsos de despesas podem ir até 24 mil libras anuais (R$ 6.000,00 mensais), destinados às despesas de alojamento, viagens, telecomunicações e o pagamento de funcionários, todos pagos pelo parlamentar.
O primeiro ministro Gordon Brown, e seu adversário conservador, David Cameron, estão sob grande pressão para limpar a imagem do Parlamento após as revelações feitas pelo jornal "The Daily Telegraph".
A divulgação dos gastos enfureceu a população e ameaça afetar os resultados das eleições locais previstas para o próximo mês. Nós não podemos só responsabilisar nossos parlamentares, faltam o item povo, rebelar-se nessa historia entre nós.
*O senador Gerson Camata (PMDB-ES) e sua mulher, a deputada Rita Camata (PMDB-ES), recebiam auxílio-moradia dobrado, mesmo morando em apartamento próprio em Brasília. Ele chorou se explicando e ficou por isso mesmo. |
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