Mahamoud Ahmadinejad já não vem tarde
O presidente do Irã avaliou que sua vinda ao Brasil não ia acrescentar em nada para suas eleições em julho próximo, cancelou sua visita, há dois do previsto, o que diplomaticamente é uma grosseria vexatória. Quem mandou Lula convidá-lo?
Fotos: Reuters
Mahmoud Ahmadinejad vem colecionando presidentes latinos americanos, Evo Morales da Bolívia, Hugo Chávez, Venezuela e Rafael Correa, Equador, ficou faltando Lula a sua coleção
Fontes: BBC Brasil , Folha de São Paulo,
Jornal do Brasil, Portal Angola, De Brasília, Jornal do Brasil, Estadão
O governo brasileiro soube pelas agencias de notícias que o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, não vinha mais ao Brasil no dia 06 como estava previsto. Depois da primeira onde de rumores, a embaixada do Irã em Braasilia negou que houvesse cancelamento, todo mudo publicou que ele viria, teve gente até dizendo que Lula o havia convencido de manter a viagem.
Só mais tarde, finalmente, o mau humorado iraniano enviou oficialmente uma mensagem ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva pedindo o adiamento da sua visita ao Brasil, para outra data, após as eleições presidenciais do Irã, que acontece daqui há um mês.
Nos bastidores diplomáticos fala-se que a recepção preparada pelo governo brasileiro para o iraniano não estava à altura do que sempre era destinada aos chefes de estado que visitam o Brasil.
“Fontes da Presidência da República informam que há algumas semanas o departamento de protocolo do Irã tem reclamado do fato de Ahmadinejad não poder ser recebido no Palácio do Planalto, local de trabalho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e nem poder subir a rampa do Planalto ou passar em revista as tropas na tradicional Esplanada dos Ministérios, em frente à Praça dos Três Poderes, área usual para a recepção de chefes de Estado.”
O palácio do Planalto está desativado desde o final de março para passar por reformas. Funcionários do presidente iraniano manifestaram insatisfação ao governo brasileiro pelo fato de Ahmadinejad ter de ser recebido no Palácio do Itamaraty, local onde despacha o ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim.
O mandatário seria o primeiro chefe de Estado a ser recebido naquele palácio desde que o presidente Lula passou a despachar no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), fora da zona central de Brasília, no final de março.
Membros da delegação de Ahmadinejad que já estão em Brasília haviam atribuído o cancelamento a acirradas disputas políticas que antecedem a eleição presidencial de 12 de Junho, na qual Mahmoud Ahmadinejad procurará se manter no cargo.
Foto:Reuters
Ontem, 04,a candidatura do presidente iraniano sofreu um duro golpe, quando o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, o repreendeu publicamente e desfez uma medida adminsitrativa tomada por Ahmadinejad, fazendo retornar ao posto Mostafa Khaksar Qahroudi, chefe da organização da peregrinação a Meca, que havia sido afastado pelo presidete.
A rara e inesperada repreensão de Khamenei ocorre em um momento em que os iranianos observam atentamente qualquer sinal de que seu apoio a Ahmadinejad esteja se enfraquecendo, com o presidente enfrentando resistências a um segundo mandato, ao qual concorrerá nas eleições de 12 de junho.
O apoio de Khamenei é importante para a vitória de qualquer um dos nomes da disputa, em março, afirmou que seu papel é apoiar o presidente em exercício, mas que sua posição não está relacionada às eleições e que ele não diz a ninguém em quem votar.
Ahmadinejad enfrenta um forte desafio nas eleições por parte dos reformistas, que pedem mais liberdade no país e melhores relações com o Ocidente. Ao mesmo tempo, sua popularidade vem diminuindo em sua base conservadora, principalmente por causa dos problemas econômicos.
Críticos também acusam Ahmadinejad em razão de sua negação do Holocausto e por sua insistência em um programa nuclear que, segundo o Ocidente, tem o objetivo de produzir armas atômicas. Fotos : Vahid Salemi/AP
OS CANDIDATOS: entre os concorrentes de Ahmadinejad estão o ex-presidente do Parlamento Mahdi Karrubi e o ex-primeiro-ministro Mir Hossein Moussavi, os dois da corrente reformista, e o ex-comandante dos guardiães revolucionários Mohsen Rezaei, dos tradicionalistas. “Tutti buona gente” O presidente iraniano vinha ao Brasil com uma delegação gigante de 110 pessoas, numa viagem tipicamente de campanha política, para mostrar que havia alguém no ocidente que ainda o receberia com pompa e circunstância.
Segundo o embaixador brasileiro em Teerã, Antônio Salgado, em 2007, o Brasil exportou mais de US$ 1,7 bilhão ao Irã, principalmente em minérios, cereais e veículos. Já o volume de produtos iranianos importados pelo Brasil é menor, pois consiste basicamente em tapetes e pistache.
A visita do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, ao Brasil havia sido criticada pelo congressista americano, havia afirmado de tarde que a iniciativa brasileira de receber o iraniano é "vergonhosa" e "manda a mensagem errada para a região".
Lembrou que dia 20, Ahmadinejad discursou durante a Conferência de Revisão de Durban sobre Discriminação Racial, em Genebra, quando pediu o fim do Estado de Israel e afirmou que o holocausto não existiu. Engel criticou o fato do governo brasileiro manter o convite ao líder iraniano após as declarações.
Segundo Engel, além de não cancelar a visita, a delegação do Brasil na conferência errou ao não seguir outros diplomatas e deixar a sala durante o discurso de Ahmadinejad embora no dia seguinte, foi emitida uma nota oficial pelo governo brasileiro contra as posições do presidente iraniano, que não gostou.
Com camisas e cartazes, cerca de mil pessoas participaram de uma passeata, na manhã deste domingo, na Praia de Ipanema, para protestar contra a visita desta semana ao Brasil do presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad. O chefe de Estado iraniano se encontraria na quarta-feira, em Brasília, com presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por quem foi pessoalmente convidado, em novembro do ano passado, para visitar o Brasil.
Foto: : Marcos D' Paula/AE
A manifestação nesse domingo reuniu integrantes de comunidades israelenses e grupos que representam minorias, como os homossexuais.
Em São Paulo, a comunidade judaica também realizou uma concentração para protestar contra a recepção oficial a Ahmadinejad. Cerca de 300 pessoas, segundo estimativa da Polícia Militar, se reuniram na região da Avenida Paulista. Entre os manifestantes também estavam representantes de movimentos de defesa de Direitos Humanos e homossexuais.
As passeatas contra de Ahmadinejad começaram na semana passada, coincidindo com o dia de lembrança às vítimas do Holocausto. Mas os maiores protestos deveriam acontecer em Brasília, coincidindo com a chegada do presidente do Irã.
Foto: Damon Winter/The New York Times
Protestos diante da Universidade de Columbia: Além do Holocausto, Ahmadinejad negou, em 2007, que houvesse homossexuais no Irã, de onde muitos gays fogem, por serem considerados criminosos, sujeitos a prisão. Durante palestra na Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, ele disse que "nós não temos homossexuais como em seu país (EUA). Nós não temos isto em nosso país. Não temos este fenômeno".
O Irã enforcou jovem suspeita de crime cometido aos 17 anos
Foto: Divulgação dos movimentos de apoio
Veja o tipo de governo e país o Sr Ahmadinejad representa: <
No dia primeiro de maio, o Irã enforcou essa jovem condenada por assassinato quando ainda era menor de idade, anunciou neste sábado (02/05) o advogado dela. A execução desencadeou denúncias de grupos de defesa dos direitos humanos contrários à aplicação da pena capital a criminosos juvenis.
A execução de Delara Darabi, de 23 anos, ocorreu na sexta-feira no norte do Irã sem que o advogado dela tivesse sido notificado nem que a família da prisioneira pudesse estar presente.
Provavelmente, a pressa para a execução, foi para evitar protestos e pedidos de perdão para a jovem quando da visita do presidente ao Brasil. Ele queria chegar por aqui, com essa questão já consumada.
A jovem tinha 17 anos, em 2003, quando o crime pelo qual acabou condenada foi cometido.
Delara inicialmente confessou o assassinato de uma prima de seu pai, quando tentava realizar um furto junto com o namorado Amir Hossein, 19 anos.
Posteriormente, esclareceu ao juiz que sua confissão era falsa, estava tentando proteger o namorado, (condenado a dez anos de reclusão por cumplicidade) que havia assegurado que ela não seria executada porque era menor de idade.
No processo consta que os peritos, comprovaram não ter sido ela a autora do golpe de punhal que matou a vitima, por ser ela canhota e enquanto o ferimento foi causado por alguém destro.
Foto: Reprodução
Um dos quadro pintado por Darabi na prisão: "Há três anos eu tento me defender usando cores, formas e palavras", escreveu Darabi em um site.
Pelo furto e intimidade com o namorado, já havia sido castigada com 70 chicotadas, 50 pelo furto e mais 20 pelas relações amorosas com o namorado.
A jovem não sabia que pela “charia”, o código de leis do islamismo, por onde se rege a justiça iraniana, uma menina é considerada adulta com nove anos e um menino com 15.
Na verdade depois que a Corte Suprema confirmou a condenação a morte em 2007, a única chance legal para Delara Darabi seria a família da vítima, - sua prima -, aceitar uma indenização em dinheiro.
O pai da condenada chegou a fazer uma oferta, mas não houve aceitação.
Os pais ficaram sabendo da execução porque, momentos antes do enforcamento, Delara recebeu autorização para telefonar para os pais.
"Mãe, eu enxergo a forca e o carrasco daqui. Eles vão me executar. Salve-me, por favor", teria dito a jovem no telefonema. Quando a família chegou à prisão, no entanto, as autoridades penitenciárias não permitiram que Delara recebesse uma última visita.
De acordo com a Anistia Internacional (AI), o Irã é o país que mais executa delinquentes juvenis. Foram oito no ano passado e 42 desde 1990, detalhou a entidade. A execução de ontem foi a segunda do gênero no Irã este ano.
Países como Arábia Saudita, Iêmen, Paquistão e Sudão também promovem execução de pessoas condenada por crimes ainda quando menores de idade, mas o Irã promoveu mais de dois terços de todas as execuções nos últimos quatro anos, denunciam grupos de defesa dos direitos humanos.
Apesar de a maioria das execuções serem realizadas por enforcamento, a lei iraniana também permite o apedrejamento em casos de adultério ou incesto.
Mesmo o enforcamento é praticado diferentemente de outros países, que aplicam o método em que o pescoço é quebrado e o condenado morre instantaneamente.
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No Irã, a pessoa é levantada lentamente por um guindaste e sofre vários minutos antes de morrer asfixiada.
Também já houve casos em que o jovem condenado não tinha completado 18 anos no momento da execução, como Atefeh Rajabi, (foto ao lado) que foi enforcada aos 16 anos, por cometer "atos incompatíveis com castidade", por ter tido relações sexuais com um homem mais velho, e por ter removido o hijab (o lenço utilizado pelas mulheres para cobrir a cabeça) enquanto discutia com o juiz no tribunal.
A adolescente foi enforcada em um local público em agosto de 2004, pelo próprio juiz que a condenou, e seu corpo ficou pendurado durante dias para servir de exemplo a adolescentes que cometessem atos considerados incompatíveis com a castidade.
A Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos da Criança, da qual a república islâmica é signatária, proíbe a aplicação da pena de morte a pessoas que cometeram crimes antes dos 18 anos de idade.
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