A Pizzaria do Edmar Moreira
A Pizzaria do Edmar Moreira Quando os deputados vêm um colega investigado pela Comissão de Ética, identificados com a situação do parceiro, apressa-se em absolve-lo, por solidariedade de mafiosos
Fotomontagem Toinho de Passira Fontes: Folha Online Para o deputado Edmar Moreira Alves, o homem do castelo encantado, no interior de Minas Gerais, não poderia ter sido melhor a hora em que foi escolhida para lhe processar por falta de decoro parlamentar. As acusações que lhe pesam são de ter contratado empresas de segurança de sua propriedade com parte do dinheiro da verba de gabinete (R$ 15 mil mensais) Outra denúncia contra Moreira dá conta de que ele teria utilizado R$ 245,6 mil de sua verba indenizatória em serviços de segurança particular, justamente seu ramo de atuação. O dinheiro é destinado a gastos com o mandato no Estado do parlamentar. A verba indenizatória é de R$ 15 mil mensais e, normalmente, os deputados pedem ressarcimento de gastos com combustíveis, consultoria, impressos e aluguel de escritório. Em 2008, o parlamentar do DEM utilizou com serviço de segurança R$ 140 mil. Sua defesa fala que não houve irregularidade no uso da verba indenizatória porque o ato da Mesa Diretora da Casa da época que tratava do benefício não proibia que o parlamentar utilizasse a verba para pagar serviços em suas próprias empresas. "Se não existia um impedimento, não existiu irregularidade", disse o deputado Sérgio Moraes (PTB-RS), que já afirmou à Folha que vai defender o arquivamento do processo, pela consistência da defesa do deputado. Ninguém fala mais do antigo parecer dessa mesma laboriosa comissão de ética, feito antes dos escândalos aéreos, que afirmava ter o parlamentar Edmar Moreira usado os recursos da verba indenizatória para pagar duas empresas de segurança das quais ele já foi ou ainda é sócio. Uma delas, a Ronda Segurança, empresa falida, registrada em nome do deputado e de sua mulher, com sede em São Paulo, só emitia nota fiscal para Edmar Moreira. Tanto que as notas fiscais apresentadas por ele para comprovar os gastos com a verba da câmara tinham números sequenciais. As empresas estavam impedidas de receber recursos públicos por terem dívidas trabalhistas e previdenciárias. Essas notas fiscais eram pagas em dinheiro para pessoas que não tinham vínculo trabalhista com as empresas do deputado. A suspeita que pairava é de que o serviço não tenha sido prestado. Portanto, a falta de decoro a apurar não era somente por ter usado a verba para serviços particulares era de ter usado um artifício irregular, contratando empresas fantasmas, para ficar com o dinheiro, R$ 140 mil, “embolsado no seu bolso profundo e silencioso”, o dinheiro que era para ser gasto a serviço do Congresso. Mas na pressa de absolvê-lo, os deputados viajantes de outras tramóias, dessa e de “outras legislaturas”, preferem não ficar se prendendo a detalhes irrisórios. Há quem diga que o deputado Edmar Moreira Alves, o homem do castelo mineiro, foi muito atencioso em preocupar-se com apresentar defesa. Para resolver o seu problema bastaria gritar em plenos pulmões na porta do congresso: - Quem nunca falcatruou que atire a primeira pedra...! |
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