O Congresso brasileiro precisa se contaminar com o espírito da polis grega
Fotomontagem Toinho de Passira
Ruínas do Parthenon, na Grécia, a democracia na sua origem, a polis que o Congresso Brasileiro precisa se identificar
Dias desses o senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) disse da tribuna que ninguém agüentava mais tanta denúncia, que os denunciantes, denunciassem logo tudo e todos para que isso cessasse de vez.
Até para nós meros espectadores eleitores, isso está virando um pesadelo. Nós que acreditamos na democracia sonhamos com um parlamento que seja a cara do nosso país, às vezes chegamos a deprimir pensando que esse parlamento é cara do nosso país.
Alguns poucos políticos que respeitamos, ou respeitávamos, quando em quando aparecem nestas listas de abusados usuários de vôos, vantagens e privilégios indecorosos. Caí um pouco a nossa estabilidade humana.
Apesar disso, de sermos um blog, independente e autoral, modesto, mas com leitores assíduos, que interagem com o blogueiro como se fossem velhos amigos, perdemos o direito de deixar de falar o que está acontecendo, mesmo que o acusado seja alguém que não gostaríamos estivesse naquela exposição.
Somos particularmente admiradores da linha de conduta dos democratas e tucanos e fosse prevalecer a nossa vontade, nunca falaríamos mal deles por aqui.
Com pesar registramos muitas das noticias que envolve gente da oposição, afinal sou um deles. Se não nos fortalecermos, nesse e no próximo ano, não teremos chances de desalojar esse perigoso bando que se aboletou no poder.
Mas só vale a pena, o esforço, a torcida e a exposição se não estivermos trocando de nomes e colocando no lugar os mesmos vícios e conceitos de que o público e o privado podem se misturar se em causa própria.
Algumas pessoas de bem, que se enojam com o que aí está, precisam se candidatar, precisam nos dá opções, de novas escolhas e quando lá chegarem precisam reagir à sedução desses benefícios exagerados e se comportar com civilidade.
Lembro de um tempo que quando se queria atacar um político acusava-se de “político profissional”. Política era uma coisa para se exercida por algum tempo, um sacrifício de cidadãos em benefício do seu país.
Alguns eram praticamente obrigados pelo povo a se candidatar. Hoje os políticos dizem que atendem ao chamamento do povo, mas estão mentindo.
Orgulham-se de estar há dezenas de anos no senado, na câmara, nas assembléias, nas câmaras municipais.
Fazer política precisa ser de novo motivo de orgulho para quem exerce e de esperança para quem elege.
Basta lembrar a filosofia aristotélica que definia a expressão política como a ciência que tem como objetivo a felicidade humana, tanto no aspecto individual (ética) ou a política propriamente dita que se preocupa com a felicidade coletiva do povo.
Bonito, não?
Será que estou falando grego? Μιλώ ελληνικά;
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