Coréia do Norte: assusta com mais um teste nuclear
O governo coreano do norte realizou um teste nuclear subterrâneo "bem sucedido", de acordo com a agência de notícias oficial KCNA.
Foto: KNS/AFP — Getty Images
Esta foto, não datado, divulgado pela agência de notícias oficial norte-coreano em 23 de maio, de mostra líder da Coréia do Norte, Kim Jong-il, inspecionando uma unidade da Força Aérea
Fontes: BBC Brasil
, The New York Times, CNN, ONU, Le Monde
Um comunicado oficial lido na rádio estatal norte-coreana disse que mais um teste foi "conduzido com sucesso (...) como parte de medidas para aperfeiçoar a dissuasão nuclear defensiva da República".
O teste "vai contribuir para salvaguardar a soberania do país, da nação e do socialismo".
Segundo a KCNA, o artefato usado foi mais potente do que o usado para um teste anterior, em outubro de 2006.
Poucas horas depois do teste, a agência de notícias sul-coreana Yonhap disse que a Coréia do Norte aparentemente realizou outro teste, desta vez com um míssil de curto alcance.
Foto: Reuters
Lideres de todo o mundo protestaram. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse que a ação norte-coreana é uma ameaça à paz internacional.
O mercado de ações da Coréia do Sul registrou uma queda de 4%, refletindo temores de um aumento de tensões na região.
A Coréia do Norte não deu detalhes da localização do teste nuclear.
Mas representantes da Coréia do Sul disseram que o abalo sísmico foi detectado na região nordeste, perto da cidade de Kilju, onde os norte-coreanos realizaram o primeiro teste nuclear.
No mês passado, Pyongyang retirou-se da conversação multilateral (envolvendo Estados Unidos, China, Japão, Rússia e as duas Coréias) sobre seu programa nuclear, em protesto contra a condenação internacional do lançamento de um foguete no dia 5 de abril.
Foto: Yuriko Naka/Reuters
Agência Meteorológica do Japão mostra o gráfico do tremor de terra ocorrido na hora exata da explosão do teste atômico da Coréia do Norte
O governo norte-coreano disse que o foguete transportava um satélite, mas vários países acreditam que se tratou de um acobertamento para o teste de um míssil.
As conversações multilaterais emperraram porque a Coréia do Norte não confirmou o fechamento da usina nuclear de Yongbyon. A Coréia do Norte havia concordado em desmantelar a usina como parte de um acordo que previa a concessão de ajuda internacional e, em resposta, os Estados Unidos retiraram a Coréia do Norte de sua lista de terrorismo.
Segundo o analista da BBC David Loyn, a comunidade internacional terá uma tarefa difícil ao confrontar o regime imprevisível da Coreia do Norte.
A Coreia do Norte teve sua pior colheita da década e a ONU acredita que um quarto da população precise de ajuda alimentícia.
Loyn afirma que o governo norte-coreano suspendeu abruptamente as negociações sobre ajuda e, para desviar a atenção, iniciou testes de mísseis de longa distância e o teste subterrâneo desta segunda-feira.
Ele sugere que a mudança de atitude reflita uma disputa interna de poder, com partidários da ala mais linha-dura procurando formas de provocação internacional para justificar a repressão interna.
Foto: Evan Schneider/ONU
O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) condenou, de modo unânime, o teste nuclear feito pelo governo da Coreia do Norte na manhã desta segunda-feira, inclusive a China e a Rússia, tradicionais aliados da Coreia do Norte no CS, se juntaram aos outros membros do órgão na condenação.
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