17 de mai. de 2009

Índia: eleições mantêm coalizão atual mais forte

Índia: eleições mantêm coalizão atual mais forte

Foto: Amit Gupta/Reuters

Festejos nas ruas da capital, Nova Deli, dos partidários do histórico partido da dinastia Nehru-Ghandi

Fontes: AFP, O Globo, Correio da Manhã

O Partido do Congresso, liderado por Sonia Gandhi, e a coligação de centro esquerda, com a qual o primeiro-ministro Manmohan Singh governou a Índia durante os últimos cinco anos, perfila-se como o vencedor incontestável das eleições gerais na India.

A Comissão Eleitoral anunciou que a aliança governista ficou com 390 cadeiras a mais que a oposição liderada pelo Partido Bharatiya Janata (BJP), da oposição, conquistara apenas 153 num Parlamento com 543 assentos. Apenas o partido governista, sem o apoio dos aliados, consegui 204 cadeiras, um desempenho arrazador.

Foto: Reuters

O povo da Índia sabe o que é bom para si e faz sempre a boa escolha", disse a influente presidente do Partido do Congresso, Sonia Gandhi enquanto o primeiro-ministro declarou a vitória, dizendo que os eleitores tinha dado à aliança governista "um mandato maciço".

Com a divulgação do resultado oficial, eleitores comemoraram nas proximidades da sede do partido governista, com fogos de artifício e cartazes de Sonia Gandhi.

A vitória sobre a aliança de oposição hindu-nacionalista significa que o Congresso de centro-esquerda pode ter mais facilidade para formar uma coalizão com partidos menores e ser menos vulnerável à pressão em assuntos como reformas econômicas.

Os resultados devem aumentar a confiança dos investidores e a esperança por reformas. Os mercados estavam desconfiados de qualquer aliança nacional, temendo o surgimento de uma coalizão fraca.

Foto: AP 

"Isso é um sonho para o mercado. Você não poderia pensar em nada melhor do que isso. Prepare-se para um crescimento de 7,8% da bolsa de valores na segunda-feira". disse Samir Arora, um gestor de fundos da Helios Capital, em Cingapura.


Detalhe da primeira página do Jornal "News India Times" de ontem
Cerca de 714 milhões de pessoas estavam aptas para votar no maior pleito do mundo.

O crescimento rápido da economia indiana nos últimos quarto anos, incluindo o aumento da renda no campo, pode ter sido perfeito para a coalizão do Partido do Congresso Nacional Indiano, liderada pelo reformista Singh.

Mesmo o forte declínio da economia que começou no ano passado e continua na terceira maior economia da Ásia parece ter tido pouco impacto no sucesso da aliança governista.

Mas para dirigir um mastodonte de 1,17 bilhão de almas, mosaico de etnias, culturas e castas, com 18 línguas oficiais, o Congresso deverá ainda negociar com partidos regionais para manter uma coalizão estável.

A Índia continua sendo assim o país das desigualdades sociais gritantes, com 620 milhões de indianos vivendo com menos de 1,35 dólar por dia, e em meio a tensões interreligiosas entre a maioria hindu (80,5%) e as minorias muçulmana (13,5%) e cristã (2,3%).

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