13 de mai. de 2009

Visita do Papa reacende polêmicas

Visita do Papa reacende polêmicas

Foto: Reuteres

O Papa faz seu pronunciamento diante do Milenar Muro das Lamentações, um vestígio do templo de Herodes, no antigo lugar onde era erguido o templo de Jerusalem. Até 1967 os palestinos usavam o local sagrado dos judeus, para incinerar lixo. Na famosa Guerra dos Seis Dias, neste ano, Israel ocupou o espaço, que transformou-se na principal relíquia judaica. Os judeus o visitam para orar, deposita bilhetes com os seus desejos por escrito.

Fontes: O Globo, Los Angeles Times, Mercury News, Blog Benedictin Israel, Portal Terra

A visita do Papa a Israel que corria riscos de segurança física e diplomáticas, acabou e ninguém atentou contra Bento 16, mas depois de fazer 46 discursos nessa viagem, suas palavras começam a ser vista, como frias, distantes e alheias ao sofrimento dos judeus no Holocausto nazista. Na descrição de um colunista israelense, ele se mostrou "contido, quase frio".

O mais provável é que Bento 16 foi exageradamente contido e precavido em exagero, para evitar mais polêmicas. Com isso acabou gerando outras.

Citando o fato de Bento 16 ter pertencido quando adolescente à Juventude Hitlerista e de ter servido ao Exército alemão, o presidente do Knesset, o Congresso Judeu, Reuven Rivlin, repreendeu o papa por seu pronunciamento de segunda-feira no Yad Vashem, memorial que homenageia os 6 milhões de judeus mortos pelos nazistas.

"Ele veio até nós e nos disse como se fosse um historiador, alguém olhando de fora, sobre coisas que não deveriam ter acontecido. E o que se poderia fazer? Ele era parte (dessas coisas)", disse Rivlin à Rádio Israel.

Na cerimônia no memorial, o papa falou da "horrível tragédia da 'shoah' (Holocausto, em hebraico)", mas frustrou alguns líderes religiosos judaicos que esperavam um pedido de desculpas - como alemão e como cristão - pelo genocídio.

Foto:Reuters

Papa ora diante do muro das lamentações

Numa aparente defesa do papa, o rabino-chefe de Israel, Yona Metzger, disse ter certeza de que Bento 16 subscreveria a oração deixada no Muro das Lamentações há nove anos por seu antecessor, João Paulo II, em que ele pedia perdão pelo sofrimento provocado aos judeus durante séculos.

Foto: Reuters - AP

Na oração deixada num nicho entre as pedras, o atual papa citou em termos gerais "o sofrimento e a dor de todos os povos pelo mundo" e pediu a paz no Oriente Médio.

Rivlin disse que "com o devido respeito à Santa Sé, não podemos ignorar o ônus que ele carrega, como um jovem alemão (foto) que aderiu à Juventude Hitlerista e como uma pessoa que aderiu ao Exército de Hitler, que foi um instrumento de extermínio."

Os católicos saem em defesa de Bento 16 alegando que a adesão à Juventude Hitlerista era compulsória e que ele foi recrutado para o Exército, do qual desertou no final do conflito.

Foto:Reuters

No Domo da Rocha, o papa encontrou o grão-múfti, principal clérigo islâmico palestino, e lembrou as raízes comuns do Judaísmo, do Cristianismo e do Islã

O Domo fica no local onde as três religiões monoteístas acreditam que Abraão preparou o sacrifício do seu filho a Deus, antes de ser contido por um anjo.

Foto:Reuters

Após encontro com os rabinos-chefes de Israel, o papa rezou no local da Última Ceia de Cristo. E hoje, no último dia celebrou missa campal no Jardim de Getsêmani.

Xeque critica duramente Israel diante do Papa

Foto:Reuters

Todo mundo fazendo cara de paisagem, depois do pronunciamento do xeque, enquanto o Cardeal reclamava do seu procedimento.

O Papa Bento 16 passou por um forte constrangimento, nesta segunda-feira, quando um influente clérigo islâmico palestino o xeque Taysir Al Tamimi, chefe das cortes islâmicas da Autoridade Nacional Palestina, Presidente do Supremo Tribunal Federal dos Palestinos, lançou duras críticas a Israel, no seu pronunciamento, fazendo, inclusive, um apelo para que o Sumo Pontífice ajude a impedir os "crimes" do Estado judeu.

Sob os olhares espantados de representantes do Vaticano, do Patriarca Latino de Jerusalém, Fuad Twal e de membros do rabinato de Israel, que tentaram contê-lo sem sucesso, diante do Xeque estava decidido a expor a fratura

“- Peço que veja uma paz justa. Uma paz justa significa um Estado Palestino em que Israel não mate mulheres e crianças e onde não se destruam mesquitas como em Gaza “- gritou o xeque. "Lutamos juntos e sofremos juntos a opressão da ocupação israelense. Esperamos juntos a libertação, a independência e o estabelecimento de um Estado palestino independente".

“- Israel destrói cidades Palestinas e constrói assentamentos em terras Palestinas. Jerusalém vai ser sempre a capital do povo palestino. Espero que líderes de outras religiões defendam os palestinos e suas terras” - bradou Tamimi, em árabe.

O provável é que o Papa não sabia o que o palestino, que falava em árabe, estava dizendo, diante do inesperado, uma vez que pronunciava outro discurso, ao invés do apresentara protocolarmente, com se faz nessas ocasiões, só os membros da comitiva e autoridades judias, compreendiam o agressivo e destoante pronunciamento para a ocasião.

Foto: Reuters

Diante da inquietação e o mal estar, o pontífice que se limitou a observar a demonstração de fúria em silêncio, ao perceber que algo ruim estava acontecendo.

Um dos Cardeais, em paralelo chegou a trocar ásperas palavras com o palestino, depois do seu pronunciamento.

O cerimonial do Vaticano logo em seguida, encerrou a cerimônia oficial, mesmo antes da troca de presentes entre os participantes e saiu sob o olhar cheio de cobrança do xeque, que parecia esperar que o Pontífice, fosse tomar uma improvável atitude de apoio ao seu gesto.

Ataque do vento de Israel

Foto: AP


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Foto: Getty Images


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