EGITO Os egípcios retornaram a Praça Tahrir Os protestos no Egito contra o futuro do poder da cúpula militar desde a derrubada, há nove meses, do ditador Hosni Mubarak, ele próprio egresso da Força Aérea, entraram no sexto dia. Houve uma trégua, desde a madrugada de hoje, entre os manifestantes acampados na Praça e as forças de segurança, no intuito de normalizar a situação para a realização das eleições parlamentares na segunda-feira. Os militares foram a televisão pedir desculpas pelos quase 40 mortos e milhares de feridos. A alta comissária para Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), Navi Pillay, condenou, a atuação das forças de segurança egípcias contra os manifestantes que protestam na Praça Tahrir, e pede investigação independente, dos incidentes. A primavera árabe segue o seu curso. Foto: Goran Tomasevic/Reuters/Paris Match Postado por Toinho de Passira Foto: Goran Tomasevic/Reuters/Paris Match Manifestantes na Praça Tahrir, porém, disseram que uma trégua havia sido estabelecida à meia-noite. Ao amanhecer, a área estava tranquila pela primeira vez em dias. Foto: Goran Tomasevic/Reuters/Paris Match Faltando menos de uma semana para as eleições parlamentares no Egito, marcada para segunda-feira, 28, o clima de revolta contra o governo aumenta em várias cidades, em especial na capital Cairo. Desde sábado, manifestantes pedem a renúncia da junta militar que controla o país e de seu líder, marechal Mohamed Hussein Tantawi. Foto: Goran Tomasevic/Reuters/Paris Match O ministro do Interior do Egito, Mansour Al Essawy vem defendendo o adiamento do pleito, devido às condições de segurança do país, mais o Conselho Supremo das Forças Armadas, confirmou a realização das eleições na data marcada. Fotos: Goran Tomasevic/Reuters/Paris Match Mas nas conversas em cafés e restaurantes, o assunto é o futuro político do país e os confrontos entre jovens e polícia nas imediações da Tahrir. Foto: Goran Tomasevic/Reuters/Paris Match O pior de tudo para as muitas centenas de milhares de jovens que removeram em 18 dias uma ditadura de 30 anos foi à decisão dos militares de se colocar acima das leis. Nem a Constituição nem a legislação que a ela se seguir poderão interferir na esfera militar - incluindo, entre outras coisas, o orçamento das Três Armas, as atividades econômicas sob o seu controle e a política de defesa nacional. Foto: Goran Tomasevic/Reuters/Paris Match As Forças Armadas egípcias estão no poder desde que depuseram o carcomido rei Faruk, em 1952, para livrar a nação da herança do colonialismo britânico. Ao longo desses quase 60 anos, nenhum aspecto da vida nacional do mais populoso país árabe ficou à margem de sua influência. Friamente, faz sentido que desejem preservar a sua hegemonia nas instituições de Estado, com os privilégios e as oportunidades de corrupção a isso associados. Não é tudo, porém. Foto: Goran Tomasevic/Reuters/Paris Match Tiveram sensibilidade política para não reprimir (salvo numa ocasião) o clamor pelo fim da era Mubarak. Mas nas academias militares - da antiga URSS às dos Estados Unidos e Reino Unido - não lhes ensinaram a conviver com a algaravia inerente à política nas democracias nascentes. Fazendo lembrar o Iraque pós-Saddam, por exemplo, mais de 70 legendas e coligações lançaram milhares de candidatos ao Parlamento do Cairo. A favorita delas assombra a junta militar. Trata-se do Partido Justiça e Liberdade (PJL), codinome eleitoral da Irmandade Muçulmana, banida no antigo regime. Foto: Goran Tomasevic/Reuters/Paris Match Como os seus camaradas de décadas atrás na Argélia, a oficialidade secular egípcia tem horror à ideia de ver os fundamentalistas no governo, ainda que se declarem tolerantes e pacíficos. Teme que se repita no país a vitória do partido conservador islâmico Nahda nas recentes eleições tunisinas. Por via das dúvidas, a Irmandade vem agindo como bombeiro no novo ciclo de conflitos de rua, a ponto de um dos dirigentes do PJL, o moderado Mohamed Beltagy, ter sido escorraçado da Praça Tahrir pelos jovens irados - e sem comando - que agora pregam a derrubada do marechal Tantawi. Foto: Goran Tomasevic/Reuters/Paris Match |
24 de nov. de 2011
23 de nov. de 2011
Menina francesa estuprada e morta por colega da escola
FRANÇA Menina francesa estuprada e morta por colega da escola Em todo mundo ninguém sabe como tratar deliqüentes menores. O jovem estrupador e assassino francês, já havia sido condenado por outro crime sexual. A primeira vítima escapou com vida. Ele passou sob a tutela judicial apenas quatro meses e conseguiu ser matriculado numa escola, sem que a direção soubesse claramente a origem dos seus problemas com a justiça. Foto: Paris Match Postado por Toinho de Passira Foto: Philippe Desmazes/AFP A escola de ambos diz que sabia que o menino havia tido problemas com a Justiça, mas alega que desconhecia a natureza das acusações. Foto: Paris Match Após uma reunião emergencial de gabinete na segunda-feira, o ministro do Interior da França, Claude Gueant, disse que houve uma "disfunção" no andamento do caso e que uma reforma no tratamento de menores pelo sistema judicial será "prioridade" após as eleições, no ano que vem. Foto: Maxppp/La Montagne |
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O SUBSTRATO DA CORRUPÇÃO
BRASIL
O SUBSTRATO DA CORRUPÇÃO O patético caso do ministro Carlos Lupi dá à presidente Dilma Rousseff a oportunidade de corrigir uma prática que está na raiz da maioria dos escândalos: o loteamento de cargos com o objetivo de obter apoio ao governo
Foto: Wilson Dias/ABr Postado por Toinho de Passira *Acrescentamos subtítulo, foto e legenda ao texto original |
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Marcadores: Brasil, Corrupção, Governo Dilma, Ministérios, PDT, VEJA
22 de nov. de 2011
Enéas, amigo para sempre
PERNAMBUCO - LUTO Enéas, amigo para sempre Usamos a saudade de Gustavo Krause para homenagear Enéas Álvarez
Foto: Blenda Souto Maior/DP/D.A.Press Gustavo Krause *Acrescentamos subtítulo, foto e legenda ao texto original |
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EUROPA Crise economica já derrubou 10 governos, pode derrubar mais Os eleitores espanhóis foram às urnas neste final de semana e derrubou o governo de Zapatero. Repetiu-se a história: desde maio do ano passado quando os trabalhistas ingleses sofreram uma derrota histórica, praticamente todos os governos que tem se submetido ao julgamento dos eleitores, vem sofrendo derrotas frustrantes, não importam a ideologia, nem a qualidade do adversário. O inimigo comum de todos é a economia, na versão de desempregos, redução de aposentadorias, aumento de impostos e poucas perspectivas de crescimento. Foto: Getty Images Postado por Toinho de Passira |
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21 de nov. de 2011
Gamburtsevs, os Alpes da Antartida
PLANETA TERRA
Gamburtsevs, os Alpes da Antartida Cientistas de sete nações, conseguiram mapear a cordilheira oculta do continente gelado, descoberta nos anos 50, por cientistas russos. Foto: AGAP Postado por Toinho de Passira
"Pesquisar estas montanhas foi um enorme desafio, mas fomos bem-sucedidos e produzimos um trabalho fascinante", disse Fausto Farraccioli,(Foto) da British Antartic Survey (BAS), que chefiava a equipe de pesquisadores do projeto AGAP (sigla em inglês para Província Antártida de Gamburtsev). A equipe de cientistas de várias nacionalidades viajou algumas vezes durante os anos de 2008 e 2009 ao leste do continente gelado, mapeando o formato da montanha escondida usando um radar capaz de penetrar o gelo. Outros instrumentos registraram os campos gravitacionais e magnéticos, enquanto sismômetros estudavam as profundezas da Terra. A equipe AGAP acredita que estes dados podem agora construir uma narrativa consistente para explicar a criação das Gamburtsevs e sua existência através do tempo geológico. É uma história que começou pouco antes de um bilhão de anos atrás, muito antes de formas de vidas complexas se formarem no planeta, quando os continentes estavam se atraindo para formar um supercontinente conhecido como Rodínia. A colisão que aconteceu gerou as enormes montanhas. Foto: Robin e Bell/Associated-Press. No decorrer de centenas de milhões de anos, os picos sofreram gradualmente um processo de erosão. Apenas as "raízes", ou bases, das montanhas teriam sido preservadas. Arte de Zina Deretsky, da National Science Foundation, estudo topográfico de por Abdulhakim Abdi, Lamont-Doherty do Earth Observatory of Columbia University Seus picos cresceram ainda mais na medida em que vales profundos foram sendo cortados por rios e geleiras ao seu redor.
"Esta pesquisa realmente soluciona o mistério de por que você pode ter montanhas aparentemente jovens em meio a um velho continente", diz a pesquisadora principal do estudo, Robin Bell, da universidade de Columbia. "As montanhas originais provavelmente foram erodidas, para retornar como uma fênix. Elas tiveram duas vidas", disse ela. A ideia é agora conseguir financiamento para escavar as montanhas em busca de amostras de solo, que poderiam confirmar o modelo divulgado na Nature. Os pesquisadores também buscam determinar o local mais adequado para fazer a escavação no gelo. Ao examinar bolhas de ar presas na neve compactada, os pesquisadores podem determinar detalhes do passado, como condições ambientais, incluindo a temperatura e a concentração de gases na atmosfera, como dióxido de carbono. Acredita-se que em algum local da região de Gamburtsev seja possível a coleta de amostras de gelo com mais de um milhão de anos. A amostra seria ao menos 200 mil anos mais antiga do que o gelo antártico já analisado por cientistas. Foto: VALMAP Para se ter uma idéia da importância da Antartida, descoberta pelos humanos em 1820, basta se constatar que se o gelo da calota derretesse por completo, os oceanos subiriam entre 60 a 65 metros, fazendo com que os continentes, praticamente submergisssem. Foto: AGAP |
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19 de nov. de 2011
Venezuela
O combate secreto de Chávez contra o câncer O presidente venezuelano declarou estar curado do câncer, mas
fontes em seu país afirmam que ele pode
não sobreviver até as eleições de 2012. Foto: Ariana Cubillos/AP
Leonardo Coutinho e Duda Teixeira |
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Após dez anos BENETTON volta a polemizar
ITALIA - PUBLICIDADE
Após dez anos BENETTON volta a polemizar
Após anos bem comportada a grife italiana Benetton reacende o debate com sua nova campanha, no estilo “publicidade de choque” que desagrada alguns e cria polêmicas uteis a divulgação da marca. Há riscos do tiro sair pela culatra e a marca sair chamuscada, dizem alguns, afirmando que a campanha pode acabar não despertando simpatia do consumidor final. Esses são os riscos da ousadia.
Foto: Blog Benetton
![]() Obama beijando o presidente chinês Hu Jintao, exibido diante de uma catedral espanhola. O governo americano fez duras críticas à propaganda, na qual uma fotomontagem mostra o presidente americano beijando outros líderes mundiais.
Postado por Toinho de Passira
Fontes:Press Benetton, BBC Brasil, New York Daily News, The Fashionist, La Reppublica, Tribune de Genève Uma série de peças publicitárias lançadas nesta semana pelo grupo italiano Benetton reacendeu o debate sobre os prós e contras das campanhas polêmicas.
Imagens Benetton
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As imagens, que mostram beijos entre líderes mundiais como a chanceler alemã Angela Merkel e o presidente francês Nicolas Sarkozy, circularam rapidamente em portais de notícias e redes sociais, mas também foram alvo de críticas.
Imagens Benetton
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A campanha também foi condenada pelo Vaticano, que qualificou a fotomontagem de um beijo entre o papa Bento 16 e o imã sunita egípcio Ahmed el Tayeb como "uma grave falta de respeito com o papa" e "uma ofensa aos sentimentos dos fiéis".
Tiziana Fabi/AFP/Getty Images
![]() Cartaz do beijo Papal em frente à Fonte de Trevi, poucas quadras do Vaticano.
Horas depois do lançamento, a Igreja Católica ameaçou processar a empresa, que pediu desculpas e retirou a imagem de seu site, onde estava disponível para download.
Imagens Benetton
![]() Obama-Chavez: “A Casa Branca tem uma polícia de desaprovar o uso do nome do presidente para propósitos comerciais”, disse o porta-voz, da Casa Branca, Eric Schultz à agência AFP.
Outras peças mostram o presidente americano Barack Obama beijando o líder venezuelano Hugo Chávez e o presidente chinês Hu Jintao, um beijo entre o premiê israelense Binyamin Netanyahu e o líder palestino Mahmoud Abbas e outro entre o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-Il e o presidente da Coreia do Sul, Lee Myung-bak. Em todas elas aparece a mensagem "Unhate" ("Não ódio").
Imagens Benetton
![]() O primeiro ministro de Israel, Binyamin Netanyahu e o líder palestino Mahmoud Abbas ![]() O líder da Coreia do Norte Kim Jong-II e o presidente da Coreia do Sul, Lee Myung-bak.
Desde os anos 80, com o fotógrafo Oliviero Toscani, o grupo Benetton usa imagens de impacto em suas campanhas, que tratavam de temas controversos como a discriminação de portadores do vírus da AIDS e violações de direitos humanos.
Fotos produzidas por Oliviero Toscani
![]() ![]() Antigas campanhas polêmicas da Benetton
Por sinal o fotografo Oliviero Toscani, que não trabalha mais para a Benetton, há dez anos, fez questão de desaprovar a nova campanha da Benetton, UNHATE declarando-a "vulgar e patética". "Não há criatividade, estilo, ou poesia”. “Parece que o produto de uma escola de arte para iniciantes" declarou o famoso fotógrafo ao jornal La Repubblica.
Os especialistas chamam a estratégia de "propaganda de choque", que se tornou uma prática cada vez mais utilizada por publicitários, considerada uma maneira eficiente de ganhar a competição pela atenção do público.
"É uma volta da Benetton a suas origens", diz Darren Dahl, professor da escola de negócios Sauder, em Vancouver, no Canadá. "A marca sofreu um lento declínio e claramente quer voltar a chamar a atenção."
A estratégia de 'propaganda de choque' é utilizada pela Benetton desde os anos 80 No entanto, a estratégia pode ter efeitos contraproducentes, segundo Dahl. Ele lembra que há dez anos, o grupo lançou uma campanha considerada infeliz, que mostrava presidiários americanos condenados à pena de morte. Em meio à polêmica, a empresa teve que pedir desculpas aos familiares das vítimas e retirar a campanha de circulação. Especialistas em marketing advertem, por exemplo, que alguns consumidores católicos e muçulmanos podem rejeitar a marca após a foto do beijo entre o papa e o imã. Alberto Jaén, o diretor de criação executivo da agência de publicidade SCPF América acredita que, apesar de campanhas como a da Benetton serem consideradas uma maneira fácil de atrair a atenção do público, poucas empresas adotam a estratégia por temer as consequências. "Ganhar detratores ou criar conexões emocionais mais intensas com os consumidores é um risco que a Benetton teve a coragem de correr", disse à BBC. Apesar das peças publicitárias audaciosas, o grupo Benetton parece ter sido relativamente cuidadoso na escolha dos líderes mundiais que apareceriam se beijando.
Fotos: Oliviero Toscani
![]() Uma freira beijando um padre, a polêmica campanha de 1991
Os diretores da empresa admitiram que chegaram a considerar usar imagens dos líderes do Paquistão e da Índia, países em conflito há décadas, mas optaram por não fazê-lo para não ferir as sensibilidades culturais dos consumidores daquela região.
Fotos: Oliviero Toscani
![]() Preto no Branco: campanha da Benetton, nos tempos do fotografo Oliviero Toscani
A Benetton tem 425 estabelecimentos na Índia e seus planos de expansão para 2011 incluem a abertura de outras 70 lojas.
No entanto, a professora de marketing da Universidade do Oeste de Oregon, nos Estados Unidos, Kristina Frankenberger, diz que o público que pode se escandalizar com as imagens da campanha não é o mesmo que consome as roupas da marca. Apesar da audácia, a nova campanha pode não atrair o público jovem atual, segundo especialistas "Há pessoas que farão um alvoroço nos meios de comunicação por isso, mas elas não são o público objetivo deles, que é de adolescentes e jovens adultos", diz. Mesmo assim, Frankenberger diz ter dúvidas se a nova campanha conseguirá atrair este mesmo público. "A Benetton não faz campanhas grandes desde 2000 e é possível que esta audiência potencial nunca tenha visto um anúncio da marca. Mas os jovens de hoje são muito diferentes daqueles do final dos anos 90." "Eles estão acostumados a anúncios que promovem valores sociais. E há marcas que, neste aspecto, estão à frente da Benetton, como a marca de sapatos Tom´s. Cada vez que um cliente compra um par de sapatos deles, tem que se comprometer a doar outro par a crianças pobres", diz.
Fotos produzidas por Oliviero Toscani
![]() ![]() ![]() ![]() Outras campanhas polêmicas da Benetton entre os anos 80 e 2000 – Imagens produzidas por Oliviero Toscani |
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17 de nov. de 2011
BRASIL
Lula, o barbudo eterno, sem barba O presidente divulga as primeiras fotos do visual antecipando os efeitos da quimioterapia, que por certo já se pronunciava. Ninguém se lembrava como era o presidente sem barba.
Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula
Postado por Toinho de Passira Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula/Associated Press
A previsão é de que as sessões de quimioterapia terminem na primeira quinzena de janeiro. Após três ou quatro semanas, será iniciada a radioterapia. Nessa etapa, Lula ficará deitado dentro de um equipamento no qual é emitida uma radiação direcionada ao local do tumor. O procedimento será repetido durante sete semanas e deve ser encerrado até o final de fevereiro. Segundo os médicos, só será possível garantir que o ex-presidente está curado do câncer se não houver recorrência do tumor nos próximos cinco anos. Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula |
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Tragédia italiana
11/11/2011
BRASIL - OPINIÃO Tragédia italiana “O cálculo da consultoria inglesa Capital Economics é que seriam necessários gigantescos 650 bilhões para tirar a Itália do mercado pelos próximos três anos para um ajuste nas contas do país. Poderia chegar a 700 bilhões se for feita alguma capitalização nos bancos. De onde pode sair tanto dinheiro?”
Foto: Filippo Monteforte/AFP/Getty Images Míriam Leitão e Alvaro Gribel Na preparação para a formação da Zona do Euro e da União Europeia estabeleceram-se parâmetros que não foram seguidos pela maioria dos países, mas alguns se esforçaram. A Irlanda é um caso triste porque sua dívida era de 130% do PIB e durante quase duas décadas o país lutou para derrubar esse percentual. Levou-a a 30% do PIB. E perdeu esse ajuste em dois anos. No ano passado, pelos dados da Eurostat, a dívida do país chegou a 95%. Já a Itália derrubou ligeiramente esse percentual, mas ficou 20 anos com a dívida em torno de 100% do PIB e, com a crise, subiu um pouco. A Irlanda fez o ajuste e cresceu de forma sustentada de 1995 a 2007 numa média de 6% ao ano. Era considerada o caso exemplar. Até que tudo desandou no estouro da bolha imobiliária, numa gigantesca crise bancária que derrubou o PIB em 8% em 2008 e produziu déficits públicos enormes. No ano passado o déficit bateu na inacreditável marca de 31%. O governo irlandês gastou para resgatar os bancos e se afundou na desconfiança dos bancos que exigiram cada vez mais juros. Pediu o resgate quando os juros bateram em 7%. Ontem os juros exigidos da Itália bateram em 7,4%. A travessia do 7% sempre foi o ponto de não retorno: Grécia, Irlanda e Portugal pediram resgate quando se chegou nesse nível. Mas há um tempo entre a travessia desse número, considerado a marca no chão para o início da zona de resgate, até o momento em que o socorro chega. A Grécia chegou em 7% de juros em abril de 2010, mas eles subiram até 12%, quando então iniciou-se o programa de ajuda. A Irlanda atingiu o 7% em novembro de 2010 e os juros continuaram subindo até 9%. Portugal atravessou a linha em novembro de 2010 e foi socorrida em maio de 2011. Mas a grande dúvida em relação à Itália é se ela pode ser resgatada. A dívida de 1,9 trilhão é o dobro do que seria o Fundo de Estabilização Europeu ampliado. O Banco Central Europeu pode ser engolfado por essa dívida. O BCE não pode emprestar diretamente aos países, mas tem ajudado através de compra de bônus, mas se o banco central da região for comprar bônus na quantia necessária ele arruína o próprio balanço. O cálculo da consultoria inglesa Capital Economics é que seriam necessários gigantescos 650 bilhões para tirar a Itália do mercado pelos próximos três anos para um ajuste nas contas do país. Poderia chegar a 700 bilhões se for feita alguma capitalização nos bancos. De onde pode sair tanto dinheiro? Nem o BCE nem o Fundo de Estabilização têm esse dinheiro. E esse é o ponto da consultoria: a Itália não apenas é grande demais para quebrar, mas pode ser grande demais para ser resgatada. Tudo é diferente entre a Irlanda e a Itália. Um país é pequeno, dependente de exportação, tinha fama de ter feito o dever de casa e parecia ser um exemplo. O outro é grande, tem uma economia sofisticada e diversificada, não tinha feito o dever de casa na dívida, mas o mercado achava que não havia problema porque, afinal, é a oitava economia do mundo. A Irlanda foi resgatada pelo Fundo de Estabilização Europeu, BCE e FMI, e hoje está vivendo um período de maior tranquilidade comparativamente ao período do olho do furacão. A Itália é grande demais para receber o mesmo tratamento de um programa desenhado para evitar que ela tenha que ir ao mercado. A Grécia ontem anunciou ter chegado a um acordo para formar um novo governo, mas depois se viu que o primeiro-ministro, George Papandreau, havia se precipitado: o país continua sem governo à vista. Os gregos têm uma história diferente dos italianos, acharam que ao entrar na Zona do Euro, e por terem tido queda no custo de financiamento da dívida, haviam ficado ricos. Isso se somou à manipulação de indicadores fiscais e de dívida. Papandreau errou na condução da crise, mas, quando assumiu, a fraude contábil tinha sido cometida pelo governo conservador que o antecedeu. Meses atrás, as autoridades europeias achavam que havia uma crise de liquidez em alguns países e uma crise de solvência na Grécia. Imaginaram a solução de isolar a Grécia, negociar um calote com os bancos, emprestar o suficiente para rolar a dívida de curto prazo para que o país fizesse um ajuste e conseguisse reconquistar a confiança do mercado. Hoje já se sabe que: o calote de 20% na dívida foi para 50%, a ajuda não deu certo, a crise política se agravou, o governo caiu, e o mercado continua olhando a Grécia como pária e a população vai enfurecida às ruas a cada vez que uma parte do programa de ajuste é votada. Para os gregos a única vantagem é que agora já não é mais uma crise deles. Hoje é a gigante Itália que vive a mesma tragédia: crise política, desconfiança, aumento dos juros para rolar a dívida. E a Europa está emparedada. A pedra do dominó que está em queda agora é grande demais e não há solução à vista. *Acrescentamos subtítulo, foto e legenda ao texto original |
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EUA: "Algo de podre" - Lucas Mendes
11/11/2011
ESTADOS UNIDOS - OPINIÃO Algo de podre Agricultura nos Estados Unidos depende de uma força de trabalho imigrante. Três quartos de todos os trabalhadores de culturas trabalhando em agricultura americana nasceram fora dos Estados Unidos. De acordo com estatísticas do governo, desde o final dos anos 1990, pelo menos 50% dos trabalhadores de culturas não foram autorizados a trabalhar legalmente nos Estados Unidos.
Foto: David Bacon Lucas Mendes - Nova Iorque
Nas eleições de terça-feira passada, os eleitores do Arizona defenestraram um dos campeões da discriminação de imigrantes, dos cortes em saúde e educação e do poder federal. O senador estadual republicano Russel Pearce, (foto) um dos ídolos do Tea Party, sofreu uma derrota surpreendente e humilhante contra um democrata estreante em política, Jerry Lewis. Russell Pearce conseguiu aprovar uma das leis mais infames do país, a SB 1070, Senate Bill 1070. A lei, aprovada em junho e contestada pelo governo federal no Judiciário, transforma em criminoso quem estiver no Arizona ilegalmente. Ou seja, se você é um imigrante sem visto, vivendo, trabalhando ou visitando o Estado, você é um criminoso. Cadeia para você. Perplexo, com olhar de espanto, diante da derrota de 53% a 47% ao tentar se reeleger para o 11º mandato, disse às câmeras e seus eleitores: "Se o preço de falar a verdade é a derrota, assim seja". E lá se foi o senador Russel, antes tarde do que nunca.
Fazendeiros e consumidores de todo país, de maçãs, alfaces, pêssegos, melões, tomates, pimentões, laranjas, mirtilos e dezenas de outras frutas e legumes tiveram um momento de alívio e esperança, mas outros Estados, entre eles Alabama e Geórgia, aprovaram leis brutais e demagógicas contra imigrantes e agora colhem o que plantaram. Foto: Sandy Huffaker/Getty Images O trabalho no campo é brutal. Os americanos duram dois ou três dias na colheita e desistem. Antes da proibição de crianças no campo, um mexicano de 8 anos no Maine colhia 3 vezes mais cestas de mirtilo do que um adulto americano e esta não é a única fruta. Foto: Ed Kashi/CORBIS Quase todo trabalho de colheita manual é feito por um milhão de imigrantes ilegais que começam a trabalhar nos laranjais da Flórida em dezembro, sobem para colher pimentões verdes e melões na Geórgia, mais um pouco para colher tabaco na Carolina do Norte e Virgínia, um pouco mais para as melancias em Delaware, depois os tomates e pêssegos em Nova Jersey, em julho estão no Maine para os mirtilos, e daí seguem para as maçãs e peras em Nova York. Daí, de volta para os laranjais da Flórida.
A horticultura gera US$ 144 bilhões por ano e os americanos comem fartamente algumas das melhores frutas pelos preços mais baixos do mundo. Os ilegais fugiram do Alabama e da Geórgia porque as leis radicais afetam não só o trabalho no campo como todos os aspectos do dia a dia, como escolas e assistência médica. O senador Russel Pearce quase aprovou uma lei que proibia cidadania americana para filhos de ilegais. A realidade está no calcanhar dos xenófobos e demagogos americanos. Há dez anos, os Estados Unidos deportavam 500 mil ilegais por ano. Ano passado deportaram 80 mil. Neste ritmo, em breve terão de proibir ilegais de sair do país ou pagar US$ 5 por uma maçã. Mais do que nunca precisam dos latinos no campo e a maioria deles trabalha com documentos falsos, pagam impostos e uma Previdência que jamais será recolhida. O Tio Sam embolsa a grana, cospe um caroço e agradece. *Acrescentamos subtítulo, fotos e legendas ao texto original |
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