17 de nov. de 2011

Médico é culpado pela morte de Michael Jackson

09/11/2011

ESTADOS UNIDOS
Médico é culpado pela morte de Michael Jackson
O médico pessoal de Michael Jackson, Conrad Murray, foi considerado culpado, pelo júri de Los Angeles, Califórnia, nesta segunda-feira pela morte do cantor. Os jurados não aceitaram os argumentos da defesa de que a morte teria sido causada pelo artista que tomara o remédio sem o consentimento do médico. Os pais e a irmã de Michael Jackson foram até o tribunal para assistir a declaração do veredicto. Nas ruas os fãs vibraram com a condenação do médico.

Fotos: Reuters



Conrad Murray, acusado de homicídio culposo pela morte de Jackson, saiu do tribunal de Los Angeles algemado

Postado por Toinho de Passira
Fontes:BBC Brasil, BBC Brasil, Yahoo Notícias, Correio Braziliense, The New York Times

O médico Conrad Murray, foi considerado culpado de homicídio involuntário quase dois anos e meio após a morte chocante de Michael Jackson aos 50 anos. O veredicto veio depois de quase 50 testemunhas, 22 dias de audiências no tribunal de Los Angeles e menos de dois dias de deliberação por um júri de sete homens e cinco mulheres. O júri tinha que decidir principalmente se Dr. Murray era culpado de ter negligenciado ou de ter agir com criminosa imprudência, causando diretamente a morte de seu paciente.

Considerado culpado, agora, Dr. Murray, 58 anos, pode pegar até quatro anos de prisão e a perda definitva de sua licença médica. Ele sentou-se estoicamente após a leitura do veredicto e não demonstrou nenhuma emoção enquanto era conduzido para fora da sala do tribunal algemado.

O juiz Michael Pastor decidiu que ele deveria ficar encarcerado sem direito a fiança até que fosse divulgada a sua sentença, na audiência marcada para o dia 29 de novembro.

Foto: Toby Canham/Getty Images


Foto: Toby Canham/Getty Images


Foto: Toby Canham/Getty Images

Fans de Michael Jakson, comemorando diante do Tribunal em Los Angeles, a condenação do médico particular do cantor, como responsável culposamente pela sua morte.

Centenas de fãs desmontraram sua devoção, fazendo plantão do lado de fora do tribunal durante todo o julgamento. Muitos deles ostentando autografos de Michael Jackson, ou usavam marcas registradas do cantor, como a única luva branca. Nesta segunda-feira, após a divulgação do veredicto eles comemoraram gritando "Justiça, justiça" e passaram horas dançando sucessos de Michael, entre eles "Beat It" e "I Want You Back".

Foto: Bret Hartman/Associated Press

Joe e Katherine Jackson, os pais de Michael, chegando ao tribunal em Los Angeles, nesta segunda-feira, para assistir a divulgação da decisão do júri

Os pais do cantor, Joe e Katherine Jackson, a irmão La Toya e os irmãos, Jermaine e Randy estiveram presentes no tribunal para assistirem a divulgação do veredicto. A família deixou o tribunal sem falar com a multidão de jornalistas que se aglomeravam em frente ao tribunal. Disseram apenas que estavam “muito felizes” com a decisão do júri e erguiam o polegar em sinal de positivo.

Foto: Associated Press

O sorridente e “bem sucedido” Dr. Murray nos tempos de glória, quando posava como celebridade por ser médico particular de Michael Jackson

Dr. Murray, um cardiologista de Houston, recebia US$ 150 mil por mês para ser exclusivamente o médico pessoal de Michael Jackson enquanto ele ensaiava em Los Angeles para "This Is It", o que seria uma série de 50 concertos, em Londres, com ingressos já esgotados, que serviriam para o artista pagar milhões de dólares em dívidas.

Foto: Reed Saxon/Associated Press
O anestesista Dr. Steven Shafer, convocado pelos promotores, como perito, descreve a conveniência de só se plicar o anestésico Propofol em instalações hospitalares adequadas.
As testemunhas mostraram que o Dr. Murray ficava com Michael, pelo menos, seis noites por semana e foi regularmente solicitado pelo cantor insone para dar-lhe drogas poderosas o suficiente para colocá-lo para dormir.

Dr. Murray disse às autoridades, que acabou prescrevendo Propofol, um anestésico cirúrgico que o colocava para dormir, pois outros sedativos potentes não faziam mais efeito. Testemunhos técnicos indicaram que o Propofol, em conjunto com outras drogas exerce um papel fundamental para causar a sua morte, em 25 de junho de 2009.

Os promotores tentaram pintar Dr. Murray como médico ambicioso e sedento por dinheiro que faria coisas que nenhum médico respeitável faria - incluindo de forma abusiva e imprudente a inciativa de prescrever um anestésico normalmente administrado apenas em hospitais. O coquetel de droga dado a Michael Jackson, enquanto ele estava sob os cuidados do Dr. Murray era tão além da prática normal, disseram os promotores, que equivalia a uma "experiência farmacêutica."

Por seu turno, a defesa tentou retratar MIchael como um homem tão desesperado para fazer desses concertos seu retorno um sucesso, que era incapaz de descansar, devido ao desmedido nivel de stress, a que se submetia, diante da insegurança de não ser capaz de executar para seus próprios padrões de exigencia, a tarefa que lhe competia.

Na manhã Jackson morreu, Dr. Murray afirmou aos investigadores segundo uma gravação exibida no Tribunal, que o cantor havia lhe dito:

"Apenas me faça dormir, mas não importa o que aconteça."

Foto: Al Seib-Pool/Getty Images

No testemunho a cozinheira particular de Jackson, Kai Chase, que descreveu as ações do médico como "frenéticas" logo depois que o "Rei do Pop" foi encontrado desacordado.

Quando Jackson morreu, sua divida pessoal era US $ 400 milhões, mas desde então os negócios envolvendo seu nome, suas múscias e sua imagem, properaram e já redenderam mais US$ 310 milhões. Mas os redimentos continuam crescendo em vários negócios lucrativos, incluindo um filme, jogos de vídeo, um contrato de gravação e duas produções do Cirque du Soleil. Dois dias depois da morte de Jackson, Dr. Murray disse aos investigadores que ele estava usando propofol quase todas as noites, durante dois meses para ajudar o sono cantor. Em suas alegações finais, oa promotores repetidamente invocaram os três filhos de Jackson, a um júri que incluiu nove pais, dizendo que o artista queria fazer, esses shows, em parte, para que eles pudessem ver seu pai no palco.

O Ministério Público procurou mostrar que o Dr. Murray se desviou significativamente da prática médica aceitável em muitos procedimentos: desde a administração de propofol, a inexistência de equipamentos de monitorização adequada para acompanhar o frágil estado de saúde do cantor e de não ter ligado imediatamente para o 911 (o serviço de emergência), entre outras coisas.

Foto: Al Seib, Pool/Associated Press

O médico Conrad Murray pediu ajuda para recolher frascos de remédios do quarto de Michael Jackson antes de telefonar para os serviços de emergência, segundo o segurança do cantor, Alberto Alvarez, o primeiro a chegar ao quarto do astro.

Dr. Murray não comunicou aos paramédicos chegaram à casa de Michael Jackson, para socorrê-lo, sobre o Propofol, o que segundo os promotores demostrava que ele sabia que era responsável pela morte do cantor.

Dr. Murray, talvez intimidado com a veemencia da promotoria, decidiu não depor em seu favor, como estava previsto para o dia final do julgamento.

Em um dos momentos mais dramáticos do julgamento, os promotores exibiram a gravação que Dr. Murray fez no seu iPhone onde Michael nos últimos instantes de vida divagava sobre seu sonho de construir maior hospital as crianças do mundo.

"Vou pegar esse dinheiro, 1 milhão de crianças, o hospital de crianças, o maior hospital do mundo, o Hospital de Crianças Michael Jackson, vou construir um teatro, uma sala de jogos. As crianças estão deprimidas, nos hospitais não há salas de jogos, nem teatros. Elas ficam doentes porque ficam deprimidas, suas mentes as deprimem."

"Não têm esperança suficiente. É a próxima geração que salvará o planeta, começando por... depois falamos sobre isso. Estados Unidos, Europa, Praga, meus bebês", diz o cantor, com a fala arrastada, na gravação surpreendente ouvida hoje na Suprema Corte de Los Angeles. "Vão lembrar mais disso do que de minhas performances", continua Jackson. Meus shows estão ali para ajudar minhas crianças, e sempre será meu sonho. Eu as amo porque não tive infância. Sinto a sua dor. Posso lidar com isso."

Quando a voz do cantor sumiu, o Dr. Murray esperou alguns segundos antes de perguntar: "Você está bem?"

Depois de vários segundos a mais, Jackson respondeu: "Eu estou dormindo."

Foto: Arquivo

"Quando as pessoas deixarem o meu show, quero que digam: 'Nunca vi nada igual (...) Impressionante, é o maior artista do mundo", disse Jackson, referindo-se aos shows que faria em Londres, numa das gravações exibidas no tribunal que julgava o seu médico Dr. Murray.


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