26 de jun. de 2009

Morte de Michael Jackson faz bem a Sarney

Morte de Michael Jackson faz bem a Sarney

Fotomontagem Toinho de Passira

Fontes: Agência Brasil, Portal Terra, Folha de São Paulo…>

Devido à morte de Michael Jackson a imprensa deixou de apresentar hoje novas denuncias envolvendo mais parentes do Presidente José Sarney.

Só temos denuncias velhas para divulgar: a edição do dia 25 do jornal O Estado de S. Paulo aponta que o neto de Sarney, José Adriano Cordeiro Sarney, faria parte de um esquema irregular de crédito consignado pelo Senado, sendo inclusive investigado pela Polícia Federal.

O pai do garoto o deputado Zequinha Sarney (PV-MA), filho de Sarney, ocupou, a tribuna da Câmara para defendeu o filho José Adriano Cordeiro Sarney. Disse que o filho estudou e morou oito anos no exterior, e nunca lhe fez um pedido, sequer (pelo visto pedia tudo ao avô).

Zequinha negou que a empresa do filho tenha tido vantagens no Senado por pertencer a um neto de Sarney. “O contrato com o HSBC [um dos bancos em nome dos quais José Adriano estava autorizado a operar] é de 1995, e não do ano retrasado, como diz a matéria”, afirmou o deputado.

Acontece que o Presidente Sarney era presidente do Senado em 1995, será coincidência?

Depois teve a história da funcionária Valéria Freire dos Santos, viúva de ex-motorista do presidente do Senado que foi nomeada por um ato secreto, tem salário de R$ 2.313,30 para servir café em expediente de meio período divulgado pela Folha de São Paulo.

Valéria também foi autorizada, por Sarney, a morar num apartamento localizado no térreo de um dos prédios exclusivos para senadores, há quatro anos. O imóvel é uma espécie de zeladoria que fica no térreo do prédio onde estão os apartamentos funcionais. Tem um quarto, sala, cozinha e banheiro e deveria ser destinado ao descanso dos seguranças. O prédio fica em área nobre de Brasília.

Sarney disse que não comenta essa história da viúva, mas deixou vazar que se tratava de um “ato humanitário” que estava fazendo, logicamente utilizando o dinheiro do contribuinte.

Alguém precisa fazer uma contabilidade, mas sob o nosso ponto de vista, mais de 60% do orçamento do Parlamento está comprometido com a família Sarney, apaniguados, encostos, viúvas, noras, cunhadas e netos de várias origens e procedências.

Josias de Souza no seu Blog diz que a minoria faz barulho, mas dos 90 senadores, 51 estão com Sarney e não o deixam na mão. Apesar de ultimamente liderados pelo senador Demóstenes Torre, o presidente arrisca-se a perder alguns dos 14 votos dos Democratas, mas devido a amizades pessoais e “parcerias”, o numero de dissidentes contra Sarney não chega a tomar-lhe a maioria da casa e ameaçar o seu pescoço.

Leve-se em conta também que um dos aliados de Sarney é o Senador Renan Calheiros, com quem o presidente da casa se reuniu hoje, que tem aquela coleção de dossiês incrementados que o absolveu no passado e continua com muita serventia.

Quem vive o afastamento sistemático de Sarney é o Senador Pedro Simon, que sempre está pedindo o afastamento de alguém e o senador Cristovão Buarque, que poderá parar de pedir a qualquer instante se o planalto mandar, como fez retirando a assinatura da CPI da Petrobras.

A última contribuição para a crise do senado do presidente Lula, que já defendeu Sarney dizendo que ele não era um homem normal, agora cobrou, a apuração dos escândalos para "matar o assunto", uma vez, que, segundo ele, o país "tem coisas mais importantes para serem discutidas.”

O presidente pode estar coberto de razão, há certamente escândalos maiores e melhores, no poder executivo, para serem denunciados.


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