Irã em ebulição: 7 mortos e protestos continuam
Irã em ebulição: 7 mortos e protestos continuam Vai haver recontagem parcial dos votos, numa manobra para desmobilizar a oposição enquanto retiram do país os jornalistas estrangeiros. Vão calar o povo que se rebelou de uma forma nunca antes vista no antigo e conservador Irã, a antiga Pérsia
Foto: AP Fontes: Estadão O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, mostrou-se favorável a uma recontagem parcial dos votos da eleição presidencial que reelejeu Ahmadinejad, o Conselho de Guardiães do Irã, órgão que supervisiona a eleição presidencial anunciou que vai recontar os votos nas áreas em litígio. mas apenas das urnas em que existam denúncias de irregularidades. A decisão sucede a três dias de protestos no país, com pelo menos sete mortos e conflitos entre os partidários do presidente Mahmoud Ahmadinejad e de seu principal adversário, Mir Hussein Mousavi, acerca do resultado da eleição presidencial. As mortes teriam ocorrido depois um ataque a um posto militar nas proximidades de onde os protestos aconteceram, nesta segunda-feira. Novas manifestações aconteceram nesta terça-feira em Teerã. A agência de notícias France Presse informou que o serviço de medicina legal, ligado ao Ministério da Justiça, negou o registro de mortes. Foto: Vahid Salemi/AP Mas na internet são divulgadas fotos de mortos, abandonados nas ruas ou conduzidos como bandeiras nas mãos dos manifestantes. Milhares de iranianos recorrem à internet para organizar manifestações dentro e fora das ruas. Se em Teerã os protestos são sistematicamente reprimidos pela polícia, no Twitter - comunidade de microblogs que reúne milhões de usuários através de mensagens de apenas 140 caracteres - a discussão sobre o impasse político se tornou o principal assunto da rede. Foto: Behrouz Mehri/AFP - Getty Images Até mesmo o candidato derrotado Mir Hussein Mousavi, tem usado sua página no site para protestar e divulgar sua mensagem de resistência, em inglês e farsi. O governo do presidente Mahmoud Ahmadinejad já reage: tanto o Twitter como o Facebook, outra popular rede de relacionamentos da web, estão bloqueados no país, informa a rede de televisão árabe Al Jazeera. De acordo com a emissora, no domingo também não era possível enviar mensagens de texto por celular. Foto: Naghshe Jahan Sq Esfehan/IRAN Enquanto os protestos ganham força mesmo proibidos - nesta segunda, mais de 100 mil pessoas compareceram a um ato em Teerã -, Mousavi pede "calma e paciência" em seu site de campanha. Foto: AP O governo iraniano advertiu a todos os jornalistas enviados pela imprensa internacional para cobrir as eleições que devem deixar de forma imediata o país uma vez expiradas as credenciais que lhes foram concedidas. Vários correspondentes receberam ligações, presumivelmente procedentes do Ministério de Orientação Islâmica, nas quais foram lembrados de que em nenhum caso vão ser estendidos os vistos. Foto: AP Fontes do Ministério de Orientação Islâmica negaram o envio deste fax e falaram da existência de muitos "rumores" no país. Em qualquer caso, há vários casos concretos de assédio à imprensa internacional. Pelo menos dois jornalistas estrangeiros foram detidos e outros receberam golpes por parte da polícia e dos "basij" enquanto cobriam as manifestações. Foto: Reuters No sábado, em uma grande entrevista coletiva, Ahmadinejad acusou a imprensa internacional de imiscuir-se nos assuntos internos do Irã e de projetar uma imagem "errônea e negativa" do país. Os jornalistas iranianos também estão sofrendo o assédio das autoridades. O jornal partidário de Mousavi foi fechado e não pôde ser vendido no domingo, enquanto vários jornalistas locais viram como seu credenciamento não foi renovado para colaborar com estrangeiros. |
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