A liberdade dentro da jaula iraniana
A liberdade dentro da jaula iraniana
Foto: AP Caio Blinder É uma ironia: o espaço democrático no Irã é muito limitado, mas o vigor demonstrado na campanha às eleições presidenciais desta sexta-feira é de causar inveja na grande maioria dos países do Oriente Médio. Barack Obama, aliás, escolheu o autocrático Egito, na semana passada, para sua mensagem de conciliação para o mundo islâmico. O país governado pelo octogenário Hosni Mubarack nunca teve uma campanha eleitoral tão vibrante como a do Irã que culmina nas eleições desta sexta-feira. Foto: AP Em 30 anos de revolução xiita nunca se vira uma disputa tão emocionante, com tantos brados contra o representante direto do sistema, o presidente Mahmoud Ahmadinejad, em busca de reeleição. Foto: AP Com coragem, muitas mulheres cerram fileiras com Zahara Rahnavard, mulher do candidato reformista Mir Hossein Moussavi. O casal rompeu o tabu e faz a campanha junto. Zahara Rahnavard, intelectual e artista renomada no Irã, não deixou por menos e disse que vai processar por difamação Ahmadinejad, por ele ter questionado a validade do seu diploma universitário. No Irã do ignorante e obscurantista Ahmadinejad, que faz o que pode para remover direitos femininos, a taxa de alfabetização das mulheres é de 77%, uma das mais altas do Oriente Médio e elas representam 60% dos estudantes nas universidades. Foto: Getty Images O líder supremo, o aiatolá Khamenei, não eleito pelo povo, tem autoridades constitucional sobre as alavancas do Estado (incluindo questões militares, judiciais e imprensa) e possui a última palavra nas principais questões, como o programa nuclear e as relações com os EUA. Foto: AP Não sabemos para onde o Irã vai descambar a partir deste processo eleitoral. Os mais céticos dizem que não passa de troca de seis por meia dúzia, caso Ahmadinejad seja derrotado. A conversa, no entanto, será realmente mais interessante quando saírem os números da eleição. Uma vitória reformista será suada. O regime costuma recorrer a táticas corruptas e fraude para se perpetuar no poder. Alguns líderes reformistas estimam que serão necessários cinco milhões de votos adicionais para compensar o trambique. |
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