31 de ago. de 2013

Reservas do BC argentino estão nos níveis mais baixos desde 2007 (e a queda continua)

ARGENTINA – Economia
Reservas do BC argentino estão nos níveis mais baixos desde 2007 (e a queda continua)
Desde o início de 2010 o governo Kirchner usa reservas do BC para pagar os títulos da dívida pública com credores privados e organismo multilaterais de crédito.

Postado por Toinho de Passira
Reportagem de Ariel Palacios
Fonte: Blog do Ariel Palacios

Dados divulgados pelo Banco Central argentino indicam que as reservas da entidade monetária estão em seu nível mais baixo desde 2007, ano da primeira posse da presidente Cristina Kirchner. No total o BC conta com US$ 36,924 bilhões, volume que indica uma queda de US$ 6,366 bilhões desde o início deste ano.

O ponto culminante de reservas ocorreu em janeiro de 2011, meses antes da reeleição da presidente Cristina Kirchner, quando o BC alcançou a faixa de US$ 52,497 bilhões. No entanto, a partir dali iniciou uma sangria de fundos que – segundo os analistas – continuaria ao longo do segundo semestre deste ano, já que o governo, sem dinheiro próprio disponível, recorrerá às reservas do BC para implementar os pagamentos dos vencimentos da divida pública (os bônus Bonar VII e Discount). Para este pagamento a presidente Cristina retirará outros US$ 2 bilhões do BC, que ficará com reservas de US$ 35 bilhões.

Desde o início de 2010 o governo Kirchner usa reservas do BC para pagar os títulos da dívida pública com credores privados e organismo multilaterais de crédito. Naquele ano, para poder implementar esta política, a presidente Cristina removeu o então presidente do BC, Martín Redrado, que recusava-se a usar as reservas com esse fim.

O governo Kirchner argumenta que o uso das reservas tem o objetivo de “propiciar o máximo de certezas sobre a Argentina”, gerando uma garantia de que o país não dará o calote. No entanto, os líderes da oposição sustentam que a Casa Rosada está “dilapidando” as reservas do BC. O governo também está usando as reservas para financiar o crescente déficit energético do país.

Nos próximos dois anos, até dezembro de 2015, mês no qual a presidente Cristina entregará o poder ao novo governo, a administração Kirchner terá que pagar vencimentos de US$ 21 bilhões. Na cityfinanceira portenha os analistas ressaltam que “o novo presidente herdará um BC com reservas baixíssimas”.

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