Estão investigando o roubo de dois milhões
em selos postais, dentro do Senado Federal
BRASIL - Escândalo Estão investigando o roubo de dois milhões em selos postais, dentro do Senado Federal O Senado instaurou auditoria interna para investigar o gasto de quase R$ 2 milhões com a compra de selos, apesar de os senadores usarem máquina seladora para o envio de correspondências que dispensa a postagem em papel. A Casa admite que os selos não são utilizados pela instituição uma vez que a postagem é feita diretamente na agência" dentro dos "parâmetros do contrato" firmado com a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos.
Postado por Toinho de Passira O Senado gastou quase 2 milhões de reais, em um ano e quatro meses, com a compra de quase um milhão e meio de selos, mas não se sabe onde foi parar esta montanha de estampas postais. Uma auditoria interna, aberta em junho, apura as despesas postais dos senadores e da área administrativa. Funcionários suspeitos já foram afastados e a distribuição de mais selos, proibida desde julho. O gasto corresponde ao envio de uma correspondência simples para cada morador de uma cidade como Goiânia, com 1,3 milhão de habitantes; ou 18.000 selos por senador.
O mais intrigantes é que não há previsão nas normas do Senado para a compra de selos. As correspondências dos senadores e da Casa são seladas por meio de uma máquina franqueadora, equipamento utilizado para imprimir o valor da postagem na correspondência, como um carimbo. Em outras palavras: não há a necessidade de selos em papel. Quando vem à tona essas estranhezas, percebe-se que não para de estarrecer as possibilidades ilimitadas de gastos das casas legislativas brasileira: a assessoria de imprensa do Senado informou que os 81 senhores Senadores gastaram até agora, neste ano de 2013, mais de R$ 4 milhões em despesas de correio. E consideram isso uma economia pois no mesmo período do ano passado, 2012, o gasto com o serviço alcançou mais de R$ 6,6 milhões. Segundo fontes ouvidas pela reportagem, parte dos selos foi entregue a senadores que os requisitaram oficialmente, mas não há registro sobre o paradeiro da maior parte do material. O líder do PTB, Gim Argello (DF), é um dos parlamentares que pediram selos, segundo um dos envolvidos nas investigações . A família dele é dona de agência franqueada dos Correios em Brasília. "Não me lembro, não. Foram quantos? Normalmente, mando carta quando tem aniversário de eleitor, mas não estou lembrado de ter pedido", afirmou o senador. O senador Gin Argello foi denunciado, recentemente, pelo Procurador da Republica, pelos crimes de peculato e dispensa ilegal de licitação quando ainda era deputado distrital.
MOEDA CORRENTE Sem ninguém entender por que de uma só vez, em dezembro passado, o Senado comprou 360 000 reais em selos, identificou as investigações. O jornal Estado de S. Paulo ressalta que o selo é considerado moeda corrente. É fácil vender para qualquer empresa que faça uso dos serviços dos Correios, como o pessoal da família do senador Gin Argello, por exemplo. Mesmo nesses tempos de e-mails, Facebook, Twitter e diversas mídias sociais, os senadores não têm limite para gastos com o envio de correspondências formal, embora as despesas com a internet, também sejam pagas pela casa. A norma do Senado, em vigor desde 1991, diz que cada parlamentar pode enviar duas cartas para cada mil habitantes de seu estado, mas não diz qual o volume, o preço ou o peso máximo. O que significa dizer que não faz diferença enviar um envelope ou um contêiner. O líder do PSDB, Aloysio Nunes (SP), por exemplo, por ser de São Paulo, está liberado para enviar 1,9 milhão de correspondências por ano. "Meu Deus, que inveja dele! Isso é quase R$ 1 milhão", reagiu a senadora Kátia Abreu (PSD-TO), ao saber da cota alheia. No mês de julho, a senadora usou o triplo do seu limite. Foram 8.833 correspondências, embora o máximo para seu Estado seja de 2.766. Procurada nesta sexta-feira, ela disse que tem o hábito de encaminhar boletins informativos e "cartões de aniversário"."Sou Maria boletim", definiu-se, reconhecendo que, até janeiro, pegava selos no Senado. Aloysio Nunes alega que, apesar da cota generosa, usa muito menos. Segundo dados publicados pelo Senado, foram 3.889 de abril a julho deste ano. Os senadores podem gastar a verba pública para divulgação do mandato parlamentar, isso é que diz a regra, mas eles admitem o pequeno deslize de envio de correspondência de congratulações em datas comemorativas, como o aniversário do ‘eleitor’. Não precisam se preocupar, o ato que disciplina o uso da cota postal contém ainda um artigo generoso: há autorização para que, "em caráter excepcional", os parlamentares excedam o limite e eles não se fazem de rogado. |
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