Alta costura num presido de segurança máxima
BRASIL - Reportagem Alta costura num presido de segurança máxima “Um elegante, loira da alta sociedade cheirando a perfume francês, dentro de uma prisão de segurança máxima ensinando presos a confeccionar malha, pode parecer cena de um filme. Mas foi isso encontrei em Juiz de Fora, no estado de Minas Gerais, comenta o fotografo, Paulo Whitaker, da Reuters, que fez um ensaio fotográfico da história. A experiência repercutiu na imprensa internacional Foto: Paulo Whitaker/Reuters Postado por Toinho de Passira A empresária e estilista mineira Raquel Guimarães, 32 anos, fundou há poucos anos, a grife de moda Doisélles especializada em peças de croché e tricô. O sucesso quase inesperado da marca gerou um agradável problema: as encomendas eram superiores a capacidade de produção. Foto: Paulo Whitaker/Reuters A confecção de cada peça, feita artesanalmente, requer mão de obra especializada, disposta a trabalhar pacientemente com afinco, apuro e atenção. Um trabalho monótono e repetitivo que requer muita concentração. Foto: Paulo Whitaker/Reuters Em busca de mais mão de obra, a empresária acabou buscando a ajuda no complexo Penitenciário Professor Ariosvaldo de Campos Pires, em Juiz de Fora (MG). Tinha na cabeça a disposição de treinar e tornar “tricoteiras” mulheres que cumpriam penas naquela unidade prisional, de segurança máxima. Foto: Paulo Whitaker/Reuters Não encontrou, porém, boa receptividade das internas e foi convencida pelo diretor Andrea Andires, que talvez obtivesse mais sucesso com os presos do sexo masculino. A ideia que a princípio parecia bizarra, imagina transformar em "tricoetiros" presos recolhidos numa prisão de segurança máxima, condenados por crimes como assaltos à mão armada, tráfico de drogas e assassinatos. Foto: Paulo Whitaker/Reuters A realidade trouxe uma surpresa agradável para a empresária, foi justamente entre esses homens, que ela encontrou suas “tricoteiras” perfeitas, homens rudes transformados em operários dedicados, com muito tempo disponível, alguns com mais de 20 anos para gastar, e disposição para executar com perfeição o trabalho que a empresa precisava. Foto: Paulo Whitaker/Reuters O projeto traz beneficio de mão dupla, se para a empresa é excelente ter funcionários tão dedicados e eficientes que garante a qualidade dos seus produtos, para os presos essa é uma possibilidade de adquirir uma habilidade que pode ser muito útil, quando for posto em liberdade, facilitando sua reintegração social, a chance de ganhar um bom dinheiro, mesmo estando preso, capaz de ajudar inclusive suas famílias, além de obter benefícios concedidos pela Lei de Execução Penal. Foto: Paulo Whitaker/Reuters Até hoje, Raquel já treinou 40 presidiários, todos homens, e atualmente 18 presos trabalham para produzir roupas de malha artesanal. E com essa atividade, além de receber uma renda extra, reduzem suas penas em um dia para cada três dias de trabalhados. Foto: Paulo Whitaker/Reuters O fotografo da Reuters, Paulo Whitaker, passou dois dias no presídio, registrando a atividade dos presos da alta costura. Conta no Blog da Reuters, Photographer Blog , a experiência. A bonita reportagem fotográfica, foi publicada na edição de domingo do jornal inglês The Guardian . Foto: Paulo Whitaker/Reuters |
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