Deputados não cassam Natan Donadon, condenado pelo STF, por corrupção e formação de quadrilha
BRASIL - Corrupção Deputados não cassam Natan Donadon, condenado pelo STF, por corrupção e formação de quadrilha Com a absolvição política de Donadon, pelos seus pares, país vive situação inédita de ter um deputado com mandato atrás das grades. Esse resultado é o ensaio geral para preparação do circo que irá fazer José Genoíno e João Paulo Cunha, réus do mensalão continuarem com seus mandatos, com a agravante, por estarem condenados no regime semiaberto, poderem tecnicamente exercerem o mandato durante o dia e recolherem-se a prisão à noite. Não será lindo? Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr Postado por Toinho de Passira A Câmara dos Deputados livrou de cassação o deputado federal Natan Donadon (sem partido/RO) — que se encontra encarcerado por ter sido condenado, em definitivo, a 13 anos, 4 meses e 10 dias de prisão por peculato e formação de quadrilha, pelo Supremo Tribunal Federal. Na noite desta quarta-feira, 28, dia em que o deputado completou dois meses preso no Complexo Penitenciário da Papuda, a votação sobre a perda do mandato teve 233 votos a favor, 131 contra e 41 abstenções, mas eram necessários 257 votos para a cassação, o que configuraria a maioria dentro do total de 513 parlamentares da Casa. Como o voto nesse tipo de sessão é secreto, os deputados sentiram-se seguro em livrar a cara do companheiro, até porque, entre eles, um grande percentual, responde processos e correm risco de condenações por processos que tramitam na justiça e por isso identificaram-se com o deputado prisioneiro. Diante da situação, presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), considerou o deputado afastado do cargo e decidiu convocar o suplente de Donadon para assumir a função enquanto ele estiver preso. Vestido de terno e gravata, sem algemas e com o cabelo curto, por exigência do regulamento prisional, Donadon fez sua própria defesa da Tribuna da Câmara, e jurou inocência. Reclamou do sofrimento do encarceramento, disse que nunca roubou "um centavo" da Assembleia Legislativa de Rondônia e que foi condenado porque a Justiça queria atender às "vozes das ruas". "Não é justo condenar um inocente", declarou. Com a família em plenário, Donadon se emocionou ao reencontrar antigos funcionários e foi cumprimentado por parlamentares enquanto esteve em plenário. Foto: Sergio Lima/Folhapress Donadon também falou que está passando por serias dificuldades, inclusive financeiras, pois está há mais de dois meses sem receber salário da Câmara. Citou, inclusive, as dificuldades que sua família está encontrando para alugar uma casa em Brasília, já que está sedo compelido a devolver o apartamento funcional, ainda ocupado por seus familiares. Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr Com 459 parlamentares na Casa, a sessão se estendeu para que todos os deputados votassem, mas só 405 registraram voto. "Quem não está comparecendo está revelando seu voto", observou o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ).
“Todavia, uma vez que, em razão do cumprimento de pena em regime fechado, o deputado Natan Donadon encontra-se impossibilitado de desempenhar suas funções, considero-o afastado do exercício do mandato e determino a convocação do suplente imediato, em caráter de substituição, pelo tempo que durar o impedimento do titular”. Como a prisão fechada do deputado ultrapassa o seu mandato, que se encerra em fevereiro de 2015, tecnicamente ele não voltará a exercer o mandato, a não ser... Segundo Henrique Alves, enquanto Donadon estiver preso ele não terá direito a salário e nem a moradia funcional. O suplente é o ex-senador Amir Lando, que deverá assumir o mandato enquanto o titular estiver preso. A decisão dos deputados de ontem à noite, não passou de um ensaio geral para conceder o mesmo beneficio escandaloso aos réus do mensalão, José Genoíno e João Paulo Cunha que atualmente exercem mandatos pelo Partido dos Trabalhadores, representando o estado de São Paulo. Com a agravante que eles, por terem sido condenados a penas em regime semiaberto, poderão tecnicamente continuar exercendo seu mandato normalmente, trabalhando como parlamentares durante o dia, e recolhendo-se durante a noite para a cadeia. A pergunta que não quer calar: o que um deputado precisa fazer para ser cassado? |
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