Dilma vai pedir penico à base aliada
BRASIL - Política Dilma vai pedir penico à base aliada A presidenta, toda simpática, marcou reunião com lideres dos partidos que compõem a base aliada. A frágil articulação política do governo ficou ainda mais debilitada com a forte queda de popularidade da presidente depois das manifestações populares e num cenário econômico cada vez mais complicado, agora com crescimento do desemprego. Arte sobre foto de Dida Sampaio/Estadão Postado por Toinho de Passira A presidente Dilma Rousseff convocou uma reunião com os líderes dos partidos aliados da Câmara e do Senado, na próxima segunda-feira, numa tentativa de retomar o diálogo com o Congresso no momento em que sua popularidade está em queda e a articulação política do governo é duramente criticada pelos parlamentares. Desde o início do mandato, Dilma manteve uma relação distante, na avaliação de parlamentares, que ao longo deste ano demonstraram insatisfação nas votações na Câmara e no Senado. Quase todas as propostas do governo são alvo de mudanças nas duas Casas, e o Executivo tem dificuldade para mobilizar sua ampla base de apoio, formada por 17 partidos. Segundo um parlamentar, da base aliada, que falou a agência Reuters sob condição de anonimato, "a expectativa é que a presidente aponte soluções claras para a difícil relação entre o Executivo e o Legislativo". "Será uma reunião decisiva para ela", disse o parlamentar. Dilma está literalmente correndo atrás do leite derramado. Menosprezou e ignorou os parlamentares durante quase dois terço do seu mandato e agora, com a popularidade em baixa, com o povo nas ruas clamando por mudanças ela tentará se redimir, o que se sabe é bastante difícil, senão impossível. Os mafiosos presidentes da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que também devem ser convidados para a reunião, cheios de ressentimentos, estarão lá sorridentes, gozando o momento, sem a menor vontade de colaborar. O governo se prepara para a volta dos parlamentares ao trabalho em agosto, após o chamado "recesso branco" de julho, para reduzir os riscos de derrota em votações como vetos presidenciais, a medida provisória do programa Mais Médicos e o projeto de lei do Código de Mineração. E há ainda a difícil negociação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que está diretamente ligada à aprovação de uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que torna o pagamento de emendas parlamentares obrigatório. Seria uma despesa adicional de 15 bilhões de reais ao ano para o governo a partir de 2014. Uma fonte do governo afirmou que desde as manifestações populares que tomaram as ruas do país em junho, a presidente avalia o que fazer para melhorar a relação com o Congresso. O objetivo da reunião da próxima semana, segundo essa fonte, é inaugurar uma nova forma de articulação política, em que Dilma teria um papel mais ativo no diálogo com os congressistas. A promessa já foi feita outras vezes durante o seu mandato, mas nunca aconteceu na prática. A frágil articulação política do governo ficou ainda mais debilitada com a forte queda de popularidade da presidente depois das manifestações populares e num cenário econômico cada vez mais complicado, agora com crescimento do desemprego. Sem nenhuma sutileza, o que não é seu forte, a presidenta, fez uma afago aos parlamentares, com quem vai se reunir, determinando a liberação de recursos para emendas parlamentares, em reunião com ministros, determinando que agilizem o empenho das emendas para que o governo cumpra um cronograma para desembolsar 4 bilhões de reais até o final de agosto. Esse agrado de última hora, não será desprezado pelos deputados e senadores, que precisam da liberação desses projetos, para manter o apoio e sustentação nas suas bases eleitorias. Mas a presidenta não pode esperar agradecimento e recompensa pela sua gentileza oportunista. O jornalista Lauro Jardim, no seu Radar Online, transcreveu a opinião do Deputado Beto Albuquerque (PSB-RS): - Segundo as boas práticas políticas, liberar emenda não é fazer favor algum, é obrigação do governo. E outra: os deputados não vão voltar atrás do que disseram ou fizeram só porque o Executivo liberou recursos. |
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