14 de nov. de 2011

EUA - Congresso finalmente aprova aumento da dívida

02/07/2011

ESTADOS UNIDOS - ECONOMIA
Congresso finalmente aprova aumento da dívida
No último dia, nos últimos minutos do prazo, foi aprovado pelo congresso, e imediatamente sancionada pelo Presidente Barack Obama a lei que autoriza o governo a aumentar a dívida americana, um debate que paralisou os Estados Unidos, por meses seguidos e parecia não ter fim. Logo após a aprovação, o presidente Barack Obama disse, no jardim da Casa Branca, que a medida é fundamental “para a saúde de nossa economia no longo prazo”. "Ambos os partidos compartilham poder em Washington. Ambos os partidos precisam assumir responsabilidades na recuperação da economia."

Foto: Jim Watson/Agence France-Presse — Getty Images

Logo que foi informado da aprovação da lei pelo Senado, Obama fez um pronunciamento no jardim da Casa Branca. O presidente e seu partido tiveram de fazer grandes concessões para obter a aprovação do acordo por parte dos republicanos. Uma delas é a manutenção de isenção de impostos à parcela mais rica dos americanos, que o presidente pretendia eliminar.

Postado por Toinho de Passira
Fontes:Folha de São Paulo, BBC Brasil, The New York Times, Exame

O Congresso americano conseguiu chegar a um consenso possível e evitar a declaração de moratória dos EUA. Nesta terça-feira, o Senado aprovou, por 74 votos a 26, o acordo bipartidário que eleva o teto da dívida pública do país e corta gastos orçamentários, que já havia sido aprovado ontem, pela Câmara dos Representantes, 269 votos a favor e 161 contra.

O presidente Barack Obama sancionou a lei também nesta terça, poucas horas antes de vencer o prazo para os EUA elevarem o teto de seu endividamento – caso contrário, não teriam como honrar compromissos financeiros e teriam de dar o calote no pagamento de alguns títulos, o que poderia desencadear distúrbios nos mercados globais.

O acordo se segue a meses de impasse entre republicanos e democratas, que discordam tanto do limite de endividamento quanto do escopo dos cortes orçamentários.

A medida aprovada prevê cortes estimados em cerca de US$ 2 trilhões ao longo de dez anos - quantia equivalente ao PIB brasileiro -, além de uma elevação no teto do endividamento em montante semelhante (a ser somado ao teto atual, de US$ 14,3 trilhões), de forma escalonada e sob a tutela do Congresso.

Um comitê bipartidário vai ficar encarregado de determinar áreas que deverão sofrer cortes de gastos. Muitos acham que abraçando essa mediação, quase intervenção, do Congresso Obama correr sérios riscos de perder o controle da situação. A pauta as vésperas de um ano eleitoral vai ser uma verdadeira batalha, com os partidários de Obama, querendo fazer cortes na área de gastos militares e os Republicanos querendo reduzir os gastos sociais, para enfraquecer eleitoralmente o presidente.

Por isso, em um pronunciamento na Casa Branca, Obama disse que os cortes definidos no acordo não devem atingir programas sociais, como o plano de saúde do governo Medicare, caro aos democratas. Segundo o presidente, não se pode “equilibrar o orçamento” às custas dos mais pobres.

Calcula-se que o aumento no limite de endividamento dará ao Tesouro dos EUA poder para obter empréstimos até o final de 2012 – evitando que Obama tenha de repetir o desgastante debate da dívida com o Congresso ao longo da campanha eleitoral do ano que vem, quando concorrerá à reeleição.

A aprovação do plano da dívida fez com que a agência de classificação de risco Fitch mantivesse a nota americana em AAA – a mais alta – e apontasse que o risco de moratória do país é “baixo”.

Foto: Reuters

Fachada do Capitolio, o congresso americano, para onde todos os olhos estavam voltados nesse dia 02

Logo após a aprovação do acordo no Senado, o presidente Barack Obama disse que a medida é fundamental “para a saúde de nossa economia no longo prazo”. "Ambos os partidos compartilham poder em Washington. Ambos os partidos precisam assumir responsabilidades na recuperação da economia."

Para Obama, a demora na recuperação econômica dos Estados Unidos também é consequência de fatores externos.

“Nos últimos meses, nossa economia teve de absorver o terremoto no Japão, a crise na Europa, a Primavera Árabe, o aumento nos preços do petróleo. Tudo isso são coisas que não podemos controlar”, disse.

Obama ainda ressaltou a necessidade de implementar obras de infraestrutura no país, a fim de criar empregos, sobretudo no setor de construção civil, um dos mais afetados pela crise financeira que teve início no setor imobiliário.

Após semanas de disputas políticas para a aprovação do acordo para elevação da dívida, Obama pediu "responsabilidade" à classe política americana.

“Ambos os partidos compartilham poder em Washington. Ambos os partidos precisam assumir responsabilidades na recuperação da economia”,disse.

A impresna internacional destaca que Barack Obama não fez nenhum agradecimento ao Congresso por aprovar a legislação que ajudou os EUA a evitarem uma moratória, como seria de praxe.


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