EUA - Congresso finalmente aprova aumento da dívida
02/07/2011
ESTADOS UNIDOS - ECONOMIA Congresso finalmente aprova aumento da dívida No último dia, nos últimos minutos do prazo, foi aprovado pelo congresso, e imediatamente sancionada pelo Presidente Barack Obama a lei que autoriza o governo a aumentar a dívida americana, um debate que paralisou os Estados Unidos, por meses seguidos e parecia não ter fim. Logo após a aprovação, o presidente Barack Obama disse, no jardim da Casa Branca, que a medida é fundamental “para a saúde de nossa economia no longo prazo”. "Ambos os partidos compartilham poder em Washington. Ambos os partidos precisam assumir responsabilidades na recuperação da economia."
Foto: Jim Watson/Agence France-Presse — Getty Images Postado por Toinho de Passira O Congresso americano conseguiu chegar a um consenso possível e evitar a declaração de moratória dos EUA. Nesta terça-feira, o Senado aprovou, por 74 votos a 26, o acordo bipartidário que eleva o teto da dívida pública do país e corta gastos orçamentários, que já havia sido aprovado ontem, pela Câmara dos Representantes, 269 votos a favor e 161 contra. O presidente Barack Obama sancionou a lei também nesta terça, poucas horas antes de vencer o prazo para os EUA elevarem o teto de seu endividamento – caso contrário, não teriam como honrar compromissos financeiros e teriam de dar o calote no pagamento de alguns títulos, o que poderia desencadear distúrbios nos mercados globais. O acordo se segue a meses de impasse entre republicanos e democratas, que discordam tanto do limite de endividamento quanto do escopo dos cortes orçamentários. A medida aprovada prevê cortes estimados em cerca de US$ 2 trilhões ao longo de dez anos - quantia equivalente ao PIB brasileiro -, além de uma elevação no teto do endividamento em montante semelhante (a ser somado ao teto atual, de US$ 14,3 trilhões), de forma escalonada e sob a tutela do Congresso. Um comitê bipartidário vai ficar encarregado de determinar áreas que deverão sofrer cortes de gastos. Muitos acham que abraçando essa mediação, quase intervenção, do Congresso Obama correr sérios riscos de perder o controle da situação. A pauta as vésperas de um ano eleitoral vai ser uma verdadeira batalha, com os partidários de Obama, querendo fazer cortes na área de gastos militares e os Republicanos querendo reduzir os gastos sociais, para enfraquecer eleitoralmente o presidente. Por isso, em um pronunciamento na Casa Branca, Obama disse que os cortes definidos no acordo não devem atingir programas sociais, como o plano de saúde do governo Medicare, caro aos democratas. Segundo o presidente, não se pode “equilibrar o orçamento” às custas dos mais pobres. Calcula-se que o aumento no limite de endividamento dará ao Tesouro dos EUA poder para obter empréstimos até o final de 2012 – evitando que Obama tenha de repetir o desgastante debate da dívida com o Congresso ao longo da campanha eleitoral do ano que vem, quando concorrerá à reeleição. A aprovação do plano da dívida fez com que a agência de classificação de risco Fitch mantivesse a nota americana em AAA – a mais alta – e apontasse que o risco de moratória do país é “baixo”. Foto: Reuters Logo após a aprovação do acordo no Senado, o presidente Barack Obama disse que a medida é fundamental “para a saúde de nossa economia no longo prazo”. "Ambos os partidos compartilham poder em Washington. Ambos os partidos precisam assumir responsabilidades na recuperação da economia." |
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