BRASIL: Jucá subiu no telhado
20/08/2011
BRASIL Jucá subiu no telhado PT e assessores de Dilma pregam destituição de Jucá. O senador que nunca gozou da simpatia dos petistas, perdeu a serventia e ocupa um cargo, líder do governo no senado, ambicionado por muita gente influente, do PT e do próprio PMDB de Jucá. O camaleônico senador pernambucano, sentado numa cadeira de Roraima, já sobreviveu a outros ataques, mais desta vez, as apostas são de que sua hora chegou.
Foto: Wilson Dias/ABr Postado por Toinho de Passira O Blog de Josias de Souza comenta a conspiração petista para tirar Jucá da liderança do governo no Senado, cargo que ocupa desde os tempos em que era tucano, no governo Fernando Henrique Cardoso. Informam os dicionários que, numa de suas acepções, Jucá é o nome de uma árvore. Em versão científica: Caesalpinea ferrea. No português das ruas: pau-ferro. A resistência e a durabilidade insinuadas na denominação da madeira ornam com a biografia do senador Romero Jucá (PMDB-RR). Comanda os interesses do Planalto no Senado há tanto tempo que, por vezes, tem-se a impressão de que já nasceu manuseando uma medida provisória. Sob FHC, Jucá, então um tucano, foi líder do PSDB e vice-líder do governo. Sob Lula, foi líder do Planalto. Empossada, Dilma confirmou-o como seu líder no Senado. Sem alarde, um pedaço da bancada de senadores do PT e parte da assessoria de Dilma puseram-se a conspirar contra a longevidade do “pau-ferro” do Senado. Inaugurou-se um tipo de movimento que começa em burburinho e costuma terminar com uma cabeça na bandeja. Atribui-se a um lance de Jucá o início do processo que arrastou o Ministério da Agricultura para a banda podre do noticiário. Foi por insistência dele que o irmão Oscar Jucá Neto sentou-se na cadeira de diretor-financeiro da Conab, a estatal vinculada à Agricultura. A liberação de R$ 8 milhões de um fundo destinado à compra de alimentos para uma distribuidora fantasma levou Jucá Neto às manchetes. Demitido, o irmão do senador atirou para o alto. Acusou o chefe Wagner Rossi de lhe oferecer dinheiro em troca de silêncio e disse: na Agricultura, “só tem bandido”. Jucá alegou que não sabia da beligerância do irmão, pediu desculpas a Dilma, se recompôs com Rossi e fez de conta que nada sucedera. Engano. A encrenca virou munição da infantaria petista. Pior: nos demais partidos do consórcio governista, mesmo no PMDB, escasseiam as vozes pró-Jucá. Não é a primeira vez que o petismo marcha na direção do líder eterno. Dera-se coisa parecida sob Lula. Antes, porém, havia um argumento que enfraquecia o veneno. Alegava-se que o trânsito de Jucá junto à oposição era útil no desarme de armadilhas. Além de ex-tucano, Jucá tem vínculos históricos com o grão-demo Marco Maciel. Pernambucano como Maciel, Jucá foi levado a Brasília pelo grupo político do ex-senador do DEM. Fez-se própero nas franjas da presidência de José Sarney. Antes de virar congressista, presidiu a Funai. Sarney nomeou-o governador do ex-território de Roraima, de onde Jucá recolhe os seus votos até hoje. Para desassossego de Jucá, o argumento esgrimido por Lula perdeu a validade. Sob Dilma, o Senado deixou de ser trincheira oposicionista. Outrora, juntando-se a uns poucos silvérios governistas, PSDB e DEM punham CPIs de pé (ONGs, Correios, Cartões Corporativos, Petrobras…). Em 2007, foi ao lixo a CPMF. Hoje, a maioria governista no Senado é quase tão poderosa quanto a da Câmara. Diz-se que a proximidade de Jucá com as bancadas inimigas já não é tão essencial. O diz-que-diz anti-Jucá, por disseminado, migrou dos subterrâneos da Praça dos Três Poderes para os ouvidos de Dilma. E a presidente não pareceu aos que a ouviram avessa à idéia de trocar Jucá. Nem tão rápido que parereça retaliação nem tão devagar que se confunda com inação. A saída de Wagner Rossi da Agricultura religou a máquina de moer Jucá. O substituto de Rossi, deputado Mendes Ribeiro (PMDB-RS) é líder de Dilma no Congresso. A cúpula do PMDB apressou-se em espalhar que o vice Michel Temer ouviu de Dilma a promessa de que o partido indicará outro deputado para o posto de líder. O PT levou o pé atrás. Sob Lula, respondia pela liderança no Congresso a então senadora petê Ideli Salvatti (SC), hoje ministra do balcão. O petismo quer a função de volta. O PMDB dá de ombros. Já escolheu até um candidato à vaga aberta com a ascensão de Mendes Ribeiro: o deputado piauiense Marcelo Castro. Confirmando-se a nomeação de Castro, o petismo tende a se concentrar na liderança do governo no Senado. E o rumor que alveja Romero ‘Pau-ferro’ Jucá pode se converter num barulho ensurdecedor. |
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