14 de nov. de 2011

USA rebaixado no item investimento seguro

05/08/2011

ESTADOS UNIDOS
USA rebaixado no item investimento seguro
A agência de classificação de risco Standard & Poor's, rebaixou os títulos de dívida do governo americano, considerados, há décadas, o investimento mais seguro do mundo. A situação americana parecia ter se tranquilizado, quando os republicanos e democratas, no Congresso, chegaram finalmente a um acordo que permitia ao governo tomar emprestado para pagar suas contas e também estabelecia metas para redução da dívida pública. Não foi suficiente porém, para evitar o rebaixamento.

Charge: R.J. Matson-Nova York (USA)
BR> Dollar Store - Liquidação! Queima de Estoque!

Postado por Toinho de Passira
Fontes:BBC Brasil, Reuters , Wall Street Journal, The New York Times

Os Estados Unidos perderam nesta sexta-feira sua nota máxima de crédito "AAA" concedida pela agência de classificação de risco Standard & Poor's, uma das três grandes agências que oferecem o conselho para os investidores em títulos de dívida, em um dramático revés sem precedentes para a maior economia do mundo.

A S&P rebaixou a nota de crédito dos EUA de longo prazo em um ponto, para "AA+", devido às preocupações com o déficit orçamentário e o crescente endividamento do país. A medida pode elevar os custos de empréstimos, eventualmente, para o governo norte-americano, as empresas e os consumidores.

s Estados Unidos têm mantido a mais alta classificação de crédito por décadas. A S&P foi a primeira a creditar como AAA, os títulos da dívida americana, desde 1941, refletindo uma crença inabalável de que o país mais rico do mundo não seria deixaria de honrar seus pagamentos da dívida. A avaliação também foi reforçado pelo papel do dólar como principal moeda do mundo, garantindo que a demanda por títulos da dívida americana deve continuar forte, apesar dos déficits crescentes.

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Foto: Scott Eells/Bloomberg News

Sede da Standard & Poor's, em Nova Iorque

Num comunicado a empresa disse que a decisão deve ser vista também, como um julgamento sobre os líderes da nação, escrevendo que "o abismo entre os partidos políticos" tinha reduzido a sua confiança na capacidade do governo para gerenciar suas finanças.

"O rebaixamento reflete nossa opinião de que o plano de consolidação fiscal acordado recentemente pelo Congresso e o governo não atende ao que, em nossa opinião, seria necessário para estabilizar a dinâmica da dívida do governo no médio prazo", afirmou a S&P, ainda no comunicado.

A decisão veio depois de uma batalha amarga no Congresso sobre o corte de gastos e o aumento de impostos para reduzir a dívida norte-americana e permitir que o limite de endividamento legal fosse elevado.

Em 2 de agosto, o presidente dos EUA, Barack Obama, sancionou a lei designada a reduzir o déficit fiscal em 2,1 trilhões de dólares ao longo de 10 anos, bem abaixo do montante de 4 trilhões de dólares considerado pela S&P como uma boa "entrada" para arrumar as finanças do país.

O impasse político em Washington e o fracasso para lidar seriamente com os problemas fiscais dos EUA a longo prazo vieram de encontro com a desaceleração do crescimento econômico do país e levaram à pior semana no mercado de ações norte-americano em dois anos.

O índice S&P 500 caiu 10,8 por cento nas 10 últimas sessões devido às preocupações de que a economia do país pode caminhar para outra recessão e porque a crise da dívida na Europa tem piorado, na medida em que contagia a Itália.

Os bônus do Tesouro dos EUA, uma vez vistos como os investimentos mais seguros do mundo, estão classificados agora abaixo de títulos emitidos por países como Grã-Bretanha, Alemanha, França ou Canadá.

A perspectiva da nova classificação é negativa, afirmou a S&P em comunicado, um sinal de que outro rebaixamento da nota é possível nos próximos 12 a 18 meses.

Mais cedo nesta semana, a agência de classificação de risco Moody's confirmou, por enquanto, a nota "AAA" para os Estados Unidos. A Fitch Ratings, outra agência, afirmou que ainda está revendo sua nota e que divulgará uma decisão até o fim do mês.

Nesta semana foram registradas quedas em vários mercados em meio a uma crise de confiança sobre a resposta da zona do euro para a crise e a lentidão da recuperação das economias europeias e americana.

Charge: Dave Granlund, Massachusetts (USA)

Mais cedo, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, tentou tranquilizar os mercados globais, dizendo que "as coisas vão melhorar".

"Vamos atravessar isso juntos. As coisas vão melhorar", disse ele, que comentou os dados divulgados nesta sexta-feira que mostram que foram criados 117 mil empregos no país, reduzindo o desemprego de 9,2% para 9,1%.

"Temos que fazer ainda melhor que isso", disse o presidente americano.

O mercado de ações mostrou sinais de recuperação com a divulgação dos dados americanos - o índice Dow Jones fechou em alta de 0,54%.

A Bovespa também fechou com leve alta, de 0,26%.

Na Europa, no entanto, o índice FSTE de Londres fechou em baixa de 2,72%, enquanto o Dax, de Frankfurt, caiu 2,78%.

Mais cedo, as bolsas asiáticas fecharam em forte queda: no Japão, as perdas do principal índice foram de 3,4%. A bolsa da Coreia do Sul caiu 3,7%, a da Austrália fechou em baixa de 3,9% e Hong Kong teve queda de 4,4%.

Na quinta-feira, Wall Street teve o pior dia em mais de dois anos. Foram registradas quedas nos preços do petróleo e até do ouro, metal que, em meio aos temores de uma nova recessão, havia se tornado um “porto seguro” para os investidores.

Ações de montadoras, firmas de commodities, mineradoras, bancos e negócios imobiliários não escaparam do clima negativo nos mercados.


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