ESTADOS UNIDOS Obama anuncia acordo que evitará calote
O acordo, anunciado na noite deste domingo, que aumenta o teto da dívida americana, e evitará uma impensável moratória americana, encerrar meses de disputas entre os dois principais partidos americanos, Democratas e Republicanos. Todo mundo sabia que de última hora a oposição republicana faria concessões e não deixariam o calote acontecer, eles esperaram para ceder, nos últimos 45 minutos do segundo tempo. O prazo final seria amanhã, dia 02.
Foto: Getty Images
Com cara de quem está com o saco cheio dessa história, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou o acordo entre democratas e republicanos, aumentando o tento da dívida, evitando o temido calote americano
Postado por Toinho de Passira Fontes: Reuters , Jornal do Brasil
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou neste domingo um acordo de última hora para elevar o teto de endividamento dos EUA e evitar uma moratória catastrófica. Ele instou legisladores a "fazer a coisa certa" e aprovar o acordo.
Pondo fim ao embate apenas dois dias antes do prazo para elevação do limite de endividamento, a Casa Branca e os líderes congressistas disseram que o acordo implicaria num corte de cerca de 2,5 trilhões de dólares do déficit do país nos próximos 10 anos.
Com líderes republicanos e democratas em acordo, o Senado deve votar a proposta nesta segunda-feira, disse um assessor do Congresso. O presidente da Câmara dos Deputados, John Boehner, disse que colocaria o acordo em votação assim que possível.
"Há ainda alguns assuntos muito importantes para serem considerados pelos membros do Congresso", disse Obama a repórteres na Casa Branca. "Mas eu quero dizer que líderes dos dois partidos nas duas Casas chegaram a um acordo que irá reduzir o déficit e evitar o default (suspensão de pagamentos) - um default que poderia ter um efeito devastador na nossa economia."
"Eu quero instar os membros dos dois partidos a fazer a coisa certa e apoiar este acordo com seus votos nos próximos poucos dias", acrescentou Obama.
Ele disse que a primeira fase do plano de duas etapas prevê economias de cerca de 1 trilhão de dólares na próxima década. O 1,5 trilhão de dólares adicional em cortes deveria ser definido por um comitê do Congresso até dezembro.
Os mercados financeiros deram sinais de alívio pelo acordo ter sido obtido antes do prazo final de terça-feira, com um salto dos índices futuros de ações e do dólar no final do domingo.
Como todo bom acordo ambos os lados tiveram que ceder, ao que parece Obama não obteve o desejado aumento de imposto, sobre as grandes fortunas, como desejava, mas obteve a promessa de ver a questão discutida mais tarde.
Foto: Pete Souza/ White House
Na verdade Obama que completa 50 anos no próximo dia 05 de agosto, conseguiu nos últimos dias, transferir a responsabilidade da crise para o Congresso. O tiro dos Republicanos, que estavam aproveitando a questão para desgastar eleitoralmente o presidente, pode ter acabou saindo pela culatra.
O acordo preliminar entre republicanos e democratas que prevê a elevação do teto da dívida pública, atualmente em US$ 14,3 trilhões, em cerca de US$ 2 trilhões, permitindo, assim, que o governo tome novos empréstimos e continue financiando sua dívida até, pelo menos, 2013.
Uma das principais exigências dos democratas é que o novo prazo para revisão do teto não caia no ano eleitoral de 2012, quando o presidente Barack Obama estará tentando a reeleição. A contrapartida exigida pelos republicanos prevê cortes no déficit público que podem chegar a US$ 2,4 trilhões ao longo da próxima década. Segundo as negociações, esses cortes seriam feitos em duas etapas e poderiam exigir a criação de um comitê no Congresso que seria responsável por propor as áreas de onde sairiam os recursos.
Segundo apurou a agencia, o acordo concluído na noite de domingo eleva o teto da dívida em pelo menos 2,1 trilhões de dólares para "afastar a incerteza" em torno da economia americana. A medida permitirá ao Tesouro americano chegar até 2013, ou seja, após as eleições de novembro de 2012.
A elevação do nível de endividamento do Estado federal americano será acompanhado de reduções orçamentárias em duas etapas. Uma primeira parte será de cerca de 1 trilhão de dólares em 10 anos.
O acordo criará em seguida uma comissão especial bipartite do Congresso encarregada -- antes do Dia de Ação de Graças, no final de novembro -- de fazer recomendações para cortar das despesas públicas federais em torno de 1,5 trilhão de dólares também em 10 anos.
Essa segunda etapa vai impor reduções em diversos setores do Estado federal, incluindo em alguns programas sociais. A comissão se dedicaria também a estabelecer uma reforma tributária para tentar obter receitas complementares.
O acordo prevê um corte de 350 bilhões de dólares na Defesa em 10 anos, indicou o alto funcionário americano.
A comissão será composta igualmente por representantes republicanos e democratas.
Em caso de bloqueio na comissão especial, um mecanismo automático será estabelecido, impondo -- a partir de 2013 -- automaticamente um determinado número de cortes, incluindo na Defesa.
Foi principalmente neste ponto que as negociações ficaram estagnadas nos últimos dias.
Segundo esta autoridade americana que requisitou o anonimato, o acordo protege a Social Security (segurança social para aposentados e inválidos), os beneficiários do Medicare (seguro de saúde para os idosos) e os mecanismos sociais para as pessoas com rendas menores.
A noticia do acordo foi bem recebido no mundo: nesta manhã as principais bolsas asiáticas amanheceram apresentando tendências de alta. |
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