15 de nov. de 2011

Caiu de podre o Ministro da agricultura Wagner Rossi

18/08/2011

BRASIL - CORRUPÇÃO
Caiu de podre o Ministro da agricultura Wagner Rossi
Esse é o quarto ministro a sair no governo de Dilma Rousseff, em oito meses de mandato, um a cada dois meses. Antes dele, saíram Antônio Palocci (Casa Civil), Alfredo Nascimento (Transportes) e Nelson Jobim (Defesa). Do grupo, Jobim foi o único que perdeu o cargo sem estar envolvido em denúncias de irregularidades na pasta que comandava. Não esquecer que o ministro do Turismo, Pedro Novais, protegido de Sarney, já está na beira do abismo.

Foto: Roberto Stuckert Filho/PR

O Ministro Wagner Rossi, tem razão em culpar a imprensa no momento da sua queda, a Veja e o Correio Braziliense não tinham nada que divulgar suas falcatruas. Se são calúnias, porque ele não abre processo esses órgão de imprensa?

Postado por Toinho de Passira
Fontes:Congresso em Foco, Reuters, BBC Brasil, G1, Noticia UOL, Correio Braziliense

O ministro da Agricultura, Wagner Rossi, pediu demissão ontem (18) no final da tarde. Ele vinha sendo alvo de várias denúncias, e esta semana admitiu, em depoimento no Senado, ter viajado no jatinho de um empresário com interesses no setor. As informações são de que o ministro pediu exoneração por saber que a imprensa preparava-se para publicar novas denúncias mais graves e que nesta quarta a Polícia Federal abriu inquérito para investigar irregularidade no ministério.

Ele é o quarto ministro do governo de Dilma Rousseff a pedir demissão. Antes dele, saíram Antônio Palocci (Casa Civil), Alfredo Nascimento (Transportes) e Nelson Jobim (Defesa). Do grupo, Jobim foi o único que perdeu o cargo sem estar envolvido em denúncias de irregularidades na pasta que comandava.

A justificativa oficial de Rossi para pedir demissão da pasta foi o fato de as recentes denúncias atingirem seus familiares. De acordo com reportagem do jornal Correio Braziliense, ele e o filho, o deputado estadual Baleia Rossi (PMDB-SP), costumavam usar o avião da empresa Ourofino Agronegócios, sediada em Ribeirão Preto (SP). A aeronave, localizada no hangar de uma companhia aérea no aeroporto da cidade, ficava à disposição do ministro e de seus familiares.

“Finalmente começam a atacar inocentes, sejam amigos meus, sejam familiares. Todos me estimularam a continuar sendo o primeiro ministro a, com destemor e armado apenas da verdade, enfrentar essa campanha indecente voltada apenas para objetivos políticos, em especial a destituição da aliança de apoio à presidenta Dilma e ao vice-presidente Michel Temer, passando pelas eleições de São Paulo onde, já perceberam, não mais poderão colocar o PMDB a reboque de seus desígnios.”

Ele termina a carta com um recado, sem citar nomes. “Sei de onde partiu a campanha contra mim. Só um político brasileiro tem capacidade de pautar Veja e Folha e de acumular tantas maldades fazendo com que reiterem e requentem mentiras e matérias que não se sustentam por tantos dias. Mas minha família é meu limite. Aos amigos tudo, menos a honra”, disse.

Na carta de demissão entregue à presidenta, Rossi disparou contra a imprensa. Alvo recente por denúncias de irregularidades na Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e na própria pasta, ele disse que sofreu uma “saraivada de acusações falsas” e que foi vítima de uma “campanha insidiosa”.

Foto: Cristiano Mariz/Veja

Jucá Neto, o Jucazinho, afirmou a Veja, referindo-se ao Ministério: “Ali só tem bandido.” Disse ainda que o ministro Wagner Rossi lhe ofereceu dinheiro para ele ficar quieto.

Wagner Rossi afirmou que pessoas afastadas do Ministério da Agricultura por atos irregulares acabaram sendo usadas para acusa-lo.

“O principal suspeito de má conduta no setor de licitações passou a ser o acusador de seus pares. Deram voz até a figuras abomináveis que minha cidade já relegou ao sítio dos derrotados e dos invejosos crônicos”, escreveu. Ele referia-se a Oscar Jucá Filho, o Jucazinho, irmão do líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-AP), que fez as primeiras denúncias sobre o Ministério da Agricultura à revista Veja.

Nos bastidores sabe-se que a decisão de Rossi atendeu uma determinação do seu padrinho político, o vice-presidente Michel Temer, que temendo a repetição do que acontecerá com o Partido Republicano, no Ministério dos transportes, que acabaram perdendo o espaço, preferiu “perder o boi, para não perder a boiada.”

a abertura de inquérito na Polícia Federal para apurar as irregularidades no Ministério foi à gota d’água, geradora da decisão da cúpula do PMDB, em rifar Rossi.

Espaço para investigação não falta a Polícia Federal, primeiro esmiunçar as acusações do ex-diretor financeiro da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Oscar Jucá Neto, o Jucazinho, irmão do líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), que afirma, em entrevista a “Veja”, que há fraudes e supostos acertos com empresas envolvendo o ministério e o ministro.

Noutra reportagem a revista "Veja" mostrou o lobista Júlio Fróes atuando em uma sala no prédio do ministério e intermediando negócios com empresas. De acordo com a revista, o suposto lobista teria um "escritório clandestino" dentro do ministério no qual prepararia editais, analisaria processos de licitação e defenderia os interesses de empresas nesses processos, mancomunado com o secretário-executivo da pasta, Milton Ortolan, atuaria junto com o lobista.

Em nova reportagem a "Veja" trouxe o depoimento de Israel Batista dizendo que Rossi pode ter recebido propina em uma licitação.

Foto: Airflan

O jatinho da Embraer 500 Phenom 100, prefixo PR-OFP da Ourofino Agropecuária, um taxi de US$ 7 milhões sempre a disposição do Ministro

Por fim o jornal Correio Braziliense numa reportagem diz que o agora ex-ministro da Agricultura, Wagner Rossi, e um de seus cinco filhos, o deputado estadual Baleia Rossi (PMDB-SP), utilizam um jatinho pertencente à Ourofino Agronegócios para viagens particulares.

A empresa de Ribeirão Preto (SP) — cidade onde mora o ministro e a família — tem recebido autorizações do governo no ramo de patentes e registrou crescimento de 81% devido à inserção da firma na campanha de vacinação da pasta contra a febre aftosa, iniciada em novembro passado.

Em outubro, Rossi liberou a Ourofino para comercializar a vacina, tornando a companhia pioneira no setor, um mercado que movimenta R$ 1 bilhão ao ano e, até então, dominado por firmas estrangeiras.

O trânsito de Rossi e de seu filho no jato da empresa é conhecido no Aeroporto Leite Lopes, em Ribeirão Preto, diz o jornal, funcionários relatam que o ministro e o deputado estadual sempre são vistos desembarcando do Embraer modelo Phenom, avaliado em US$ 7 milhões.

Rossi negou que a empresa tenha recebido "privilégios ou tratamento especial", mais ninguém acreditou.

Diante desse quadro, seguindo o script Michel Temer acompanhou Rossi, ao gabinete de Dilma, para ele entregar a carta de demissão. Segundo Temer, Dilma "insistiu muitíssimo" para que Rossi permanecesse. Como ato final do acordo Dilma divulgou uma nota dizendo "lamentar profundamente" a saída de Rossi, "que deu importante contribuição ao governo, com projetos de qualidade que fortaleceram a agropecuária brasileira".

"Lamento ainda que o ministro não tenha contado com o princípio da presunção da inocência diante das denúncias contra ele desferidas", afirmou o comunicado de Dilma.

O NOVO MINISTRO

Foto: O Globo

Deputado Mendes Ribeiro (PMDB-RS), um advogado como Ministro da Agricultura. Saberá se defender das acusações de corrupção, quando chegar a hora

Ainda seguindo o esquema pré combinado, sem perda de tempo, na noite de ontem, o PMDB, indicou à presidente Dilma Rousseff, o líder do governo no Congresso, deputado Mendes Ribeiro (PMDB-RS), para ser o novo ministro da Agricultura. Apesar de não ter a menor experiência na área, o novo ministro que é advogado, foi aceito pela presidenta para comandar a importante e decisiva área da agricultura brasileira. Fica claro que Dilma é refém do PMDB de Temer, Sarney e Renan. Ela até pode demitir, mas quem nomeia os novos ministros são eles.


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