BRASIL: Patrícia Acioli, a mártir de São Gonçalo
12/08/2011
BRASIL - VIOLÊNCIA Patrícia Acioli, a mártir de São Gonçalo ”21 tiros no peito da Justiça”, essa é a manchete do jornal de São Gonçalo, na edição deste fim de semana, referente a execução da juíza, conhecida por condenar com severidade e celeridade os integrantes dos grupos de extermínio da cidade. Acioli estava marcada para morrer, e as autoridades do judiciário e do executivo sabiam, mas no momento da sua morte, ela estava sozinha, dirigindo o seu veículo, totalmente a mercê dos bandidos que a alvejaram impiedosamente, 21 vezes. Foto: Reuters Postado por Toinho de Passira A notícia do assassinato da juíza Patrícia Acioli, 44 anos, da 4ª Vara Criminal, de São Gonçalo, Rio de Janeiro, aumenta a sensação de insegurança de todos os cidadãos brasileiros. Os bandidos acham-se com os mesmos direitos a impunidade que os nossos políticos. Assim uma juíza que cumpria a lei e punha e mantinha na cadeia os bandidos que eram julgados no seu tribunal, acabou conhecida como a “mulher do martelo pesado”. Sua fama de competente, rigorosa na hora de inquirir os réus, por dar celeridade aos processos e considerar o crime cometido por um policial durante o serviço mais grave que o praticado por um cidadão comum, decretou sua sentença de morte. Foto: Frederico Rozario/O Globo Patrícia Lourival Acioli, a juíza conhecida como linha dura, não agia arbitrariamente. Cumpria apenas a lei. Estivessem suas sentenças irregulares, seriam reformuladas e abrandadas pelo Tribunal de Justiça, que tem poderes e existe para corrigir excessos e irregularidades. Ela era apenas uma juíza do primeiro grau, sujeita a fiscalização e correição dos seus atos, por instâncias superiores. Os advogados dos bandidos apelavam de suas sentenças e não obtinham benesses para os seus clientes juntos aos desembargadores, porque ela, que por anos fora defensoras pública, conhecia bem os eu oficio, e não deixava brechas para a impunidade. Foto: Osvaldo Praddo/Agencia O Dia Pelos primeiros relatos, os perigosos bandidos das organizações criminosas do Rio, juntaram-se para usar Patrícia como exemplo. Dois carros cheios de bandidos, duas motos pilotadas por assassinos montaram uma emboscada para exterminá-la. Talvez eles se achem valentões e corajosos, mas foram precisos dez bandidos e 21 tiros, a maioria na cabeça, para silenciar a juíza Patrícia Acioli, sozinha, dirigindo o seu carro, numa pacata rua do bairro de Piratininga, em Niterói, diante de sua residência. Pelas capsulas encontradas no local, os criminosos utilizaram pistolas calibre 40, usada pelas polícias civil e militar, e pistola calibre 45, de uso exclusivo das Forças Armadas. Foto: Rafael Andrade/Folhapress Após o crime, diz o Jornal de São Gonçalo, o filho da juíza, em prantos, quebrou o vidro do carro com uma pedra na tentativa de socorrer a mãe. Patrícia morreu nos braços do adolescente. Morreu nos braços de todas as vítimas de crimes que ela ajudou a desvendar e punir os culpados |
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