2 de mar. de 2009

A dama e o Ministro da Justiça

A DAMA E O MINISTRO DA JUSTIÇA

Foto do: Filme de Walt Diney “Lady and the Tramp"

Fontes: Blog de Lucia Hippolito

A jornalista Lucia Hippolito é uma dama: acreditou, após assistir ao vídeo do boxeador cubano, Erislandy Lara, deportado do Brasil após os jogos Pan Americanos, dizendo que voltaram para a Ilha, ele e seu companheiro Guillermo Rigondeaux, porque pediram.

Tanto acreditou que resolveu pedir desculpas públicas ao Ministro da Justiça Tarso Genro por ter feito mau juízo dele.

O Ministro tem feito caras e bocas de injustiçado e mal consegue segurar um cínico sorriso de falso inocente.

O vídeo que “inocenta” o ministro é lamentavelmente uma farsa. O boxeador cubano aparentemente em liberdade em Miami continua refém do governo cubano, pois sua família, mãe e irmã estão lá, sob o tacão do regime que inclusive impede, sem explicação, que seus cidadãos de circularem livremente pelo planeta.

Na ânsia de atender a chantagem o cubano exagerou e chegou a dizer que falou como presidente Lula, e que esse teria lhe perguntado se ele queria ficar no Brasil.

“O problema é que Tarso, o ministro da Justiça, é só genro da democracia
— vale dizer: é seu parente por afinidade, por adoção; ela é apenas sua sogra.
Filho mesmo ele é do socialismo.”
Reinaldo Azevedo

O próprio governo Lula através de notas apressou-se em dizer que tal fato não ocorreu, e que o comentário do boxeador cubano que teria falado com Lula é “fantasioso”. Mas ao que parece ninguém quer admitir que o restantes dos comentparios também podem ser fantasiosos ou inverídicos.

Por que o boxeador haveria de inventar que falou com o presidente do Brasil, para a televisão? Também não é levado em conta que parte da entrevista dele é desmentida pelos seus atuais empresários. Ou seja, vamos acreditar no boxeador, apenas na parte que interessa.

O “inocentado” e risonho Tarso Genro aproveita para dizer que durante os jogos Pan americano, mais três atletas cubanos pediram asilo e conseguiram. Não complementa que o caso dos outros foi posterior aos dos boxeadores, e já havia uma indignação por parte da imprensa, dos políticos e dos órgãos de Direitos Humanos sobre como o governo brasileiro havia se comportado com os boxeadores e eles não tiveram coragem de repetir a vergonhosa manobra.

Se omite que os boxeadores eram, na verdade as grandes estrelas da delegação e despertavam um interesse bem maior do governo cubano que os outros atletas que obtiveram asilo, um treinador, mais Rafael da Costa Capote, jogador de handebol e Michel Fernandez Garcia, ciclista.

Se tudo tivesse sido dessa maneira, que o atleta está sendo obrigado a sugerir, o governo não haveria agido tão nebulosamente, tão açodadamente. Se não havia nada a esconder, por que esconder?

Em menos de 48 horas, a Polícia Federal de Tarso Genro os colocou a bordo de um avião, do governo venezuelano (?), que entrou nesta história como o diabo no credo, e sem maiores questionamentos, presentearam Fidel com os fugitivos.

Foto: Reuters

Os cubanos mandados embora as pressas

Não houve tempo sequer para que entidades de direitos humanos pudessem oferecer-lhes ajuda. Os membros da OAB que acompanharam o caso, Wadih Damous, presidente da seccional fluminense, e o conselheiro Cláudio Pereira de Souza Neto, não tiveram acesso aos cubanos e junto com o procurador federal Leonardo Costa, o único que entrevistou os atletas pessoalmente, declarou a revista veja na ocasião:

"Fomos surpreendidos com a rapidez do desfecho. Foi desastroso".

O Tarso Genro, que agora exibe faces angelicais, é muito diferente daquele que gaguejava, a época, ao ser chamado a dar explicações do retorno nebuloso dos atletas.

O ministro Tarso Genro não merece pedido de desculpa. A respeitada jornalista Lucia Hippolito, não se precipitou antes, quando desconfiou dele, precipitou-se agora, quando lhe pediu desculpas.

O nosso Ministro permanece em suspeição, até porque não foi só nessa oportunidade que ele foi capaz de tomar atitudes pouco condizentes com o cargo que exerce. A arbitrariedade de deportar os atletas a contra gosto, é muito mais condizente com a biografia do ministro, que versão nova que nos querem impor.

O boxeador Erislandy Lara diz sonhar lutar um dia no Brasil, só acreditamos na versão do Ministério da Justiça se Tarso Genro aceitar entrar no ringue com ele.

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