26 de set. de 2009

Obama pega pesado com Ahmadinejad

Obama pega pesado com Ahmadinejad
O americano e seus aliados franceses e ingleses ameaçam o Irã inclusive com uma ação militar devido a descoberto de nova unidade de enriquecimento de urânio. Na contra-mão Lula convidou o iraniano a visitar o Brasil e programa viagem ao Irã

Foto: Getty Images

Os três lideres, Sarkozy, Brown e Obama, anunciando a disposição de enfrentar o Irã, para demovê-lo a aventura nuclear

Fontes: BBC Brasil, Estadão, G1, RTP

A questão é a seguinte: os Estados Unidos, a França e a Inglaterra, esperaram o momento da reunião do G-20, em Pittsburgh, Estados Unidos, para num comunicado conjunto, dar um ultimato ao Irã, por ter sido descoberto, que o governo de Mahmoud Ahmadinejad, deu prosseguimento a construção de uma segunda fábrica de enriquecimento de urânio.

A posição das três nações foi externada inicialmente pelo presidente americano, que surpreendeu, pelo tom agressivo e contundente, contrastando com o seu jeito de ser comedido e até excessivamente diplomático:

Foto: Getty Images

No instante em Ahmadinejad começou a falar na ONU, no último dia 23, várias delegações abandonaram o recinto da assembleia, como os canadenses na foto

"O Irão tem até dia 1 de Outubro para demonstrar que quer cumprir todos os acordos internacionais sobre a questão nuclear”. disse Obama em tom sombrio. Evidencia-se que o ultimato do presidente americano, dando tão curto prazo aos iranianos, demonstra a gravidade da coisa.

“O Irão está a quebrar as regras que todas as nações têm de respeitar", continuou Obama, ao lado de Sarkozy e Brown.

“A nova unidade constitui um "desafio direto" à comunidade internacional”, sustentou o presidente norte-americano que foi seguido pelo francês e pelo inglês que seguiram a mesma linha.

Foto: Reuters

Foto de satélite da nova usina de enriquecimento de urânio do Irã

Os Estados Unidos garantem que tinham conhecimento "há vários anos", através de informações do Serviço Secreto, “da existência das instalações de enriquecimento de urânio, próximo de Qom, a 160 quilômetros de Teerã”. A instalação nuclear poderia iniciar funções em 2010 e continha três mil centrifugadoras, o que, segundo os três líderes, "excede as necessidades" e é "incompatível com o programa nuclear civil".

“Chegou o momento de o Irã agir imediatamente para restaurar a confiança da comunidade internacional cumprindo as suas obrigações", acrescentou Obama. Os chefes de Estado dos EUA, França e Reino Unido dizem "esperar da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA, um órgão da ONU), uma investigação imediata" sobre a unidade.

O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, disse em resposta que os Estados Unidos, a Grã-Bretanha e a França irão se "arrepender" de acusar o Irã de esconder uma instalação nuclear, alegando que o local não era secreto.

Em coletiva de imprensa em Nova York, Ahmadinejad disse que o Irã informou a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) sobre a nova instalação.

Foto: Ricardo Stuckert/PR

Com dezenas de chefes de estados presentes na ONU Lula reservou tempo especial na agenda para se encontrar com o iraniano Ahmadinejad. Prá que?

Por outro lado, Marco Aurélio García, o assessor de Lula, fez questão de confirmar que o Brasil receberá no dia 23 de novembro o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, como estava previsto, apesar de ter sido revelado a tal usina nuclear secreta. Adiantou ainda que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva visitará ao Irã no começo do próximo ano.

Quando Obama se encontrou com Lula, mesmo não estado na pauta, tomou a iniciativa de falar sobre a questão do Irã, até porque sabia que Lula havia se encontrado há dois dias, com o presidentre Mahmoud Ahmadinejad, em Nova Iorque, quando a história da nova usina ainda não havia sido denunciada.

O embaixador do Brasil nos EUA, Antonio Patriota, disse que Lula levantou a premissa que não era bom deixar o Irã isolado, e Obama, "em essência, disse achar positivo, que o Brasil converse com o Irã”.

Obviamente não acreditando na capacidade de Lula em convencer o iraniano parar o programa nuclear, o presidente americano fez questão de deixar claro, mais tarde, que para resolver o problema, "não descarta" a opção militar no Irã, apesar de preferir continuar na via diplomática para persuadir o país a renunciar a suas atividades de enriquecimento de urânio.

Em resumo, se o Irã até o dia 1 de outubro, não fizer o dever de casa, talvez não dê para Mahmoud Ahmadinejad vir ao Brasil, pois os americanos poderão ter atacado o Irã, o que talvez também impeça a ida de Lula no começo do próximo ano.


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