Nelsinho Piquet, fim de corrida

Formula 1: Nelsinho Piquet, fim de corrida Réu confesso de um acidente provocado, explode a formula 1, seguindo orientação do seu pai, o campeão Nelson Piquet, um escândalo que já descambou para a baixaria Fotos: Reuters Nelsinho: o acidente simulado em Singapura e o piloto indo para os boxes Fontes: Daily Mail, Globo Esporte, Diário de Notícias, Veja, Axiso Foversteer A corrida do GP da Itália de Fórmula 1, neste fim de semana, acontece fora de foco, o assunto principal no mundo da F1, ainda é a investigação da Federação Internacional de Automobilismo (FIA) sobre a farsa da Renault no GP de Cingapura de 2008. A clã dos Piquet e o italiano Flavio Briatore, poderoso diretor da equipe francesa, estão num confronto devastador, depois que Nelsinho Piquet confirmou oficialmente a veracidade do seu http://www.estadao.com.br/noticias/esportes,site-divulga-depoimento-de-nelsinho-a-fia-no-caso-renault,432603,0.htm depoimento à FIA que circula pela imprensa mundial. No documento, o brasileiro revela que bateu deliberadamente no GP de Cingapura de 2008, sob ordens da direção da Renault, para favorecer o outro piloto da equipe, o espanhol Fernando Alonso, que acabaria vencendo a prova por causa do acidente. Da mesma forma que alavancou a carreira do filho, o ex-piloto Nelson Piquet, pai de Nelsinho está por trás das acusações da farsa da Renault em Cingapura, como uma forma de vingança pela demissão do seu filho, anunciada pela equipe francesa em 3 de agosto deste ano. Acuada a Renault reagiu às acusações feitas pelo piloto brasileiro e se prepara para entrar com processos criminais contra a família Piquet na França, alegando chantagem, difamação e calúnia. "Vamos até o fim porque temos provas", disse Flavio Briatore, (foto) o chefão da equipe, após se reunir com o presidente da montadora francesa, o brasileiro Carlos Ghosn. "É um desrespeito a uma empresa como a Renault todas essas acusações sem que haja uma defesa. Nós respeitamos o que a FIA nos pediu, que ficássemos calados até a reunião do Conselho Mundial (no dia 21 de setembro, em Paris)", afirmou Briatore, que é acusado de ter planejado a farsa, ao lado do estrategista da equipe francesa, Pat Symonds. Foto: Reuters Visual gay na Europa? Embora não falasse do “acidente” como determinou a FIA, e por ser de sua conveniência, Briatore não poupou Nelsinho Pique, insinuando que ele era homossexual. "Ele vivia com um senhor dos seus 50 anos, num apartamento em Oxford (Inglaterra). Não se sabe que tipo de relação possuíam. Seu pai (Nelson Piquet) estava bastante preocupado com essa relação, viviam juntos, e Nelson me pediu para intervir", revelou o dirigente italiano da Renault. Briatore disse que lembrou o fato por estar sendo acusado por Nelsinho de ter interferido até nas suas relações com pessoas mais próximas. "Aluguei para ele um apartamento que tenho no mesmo prédio que moro em Londres", explicou o dirigente. Nelsinho no Brasil tem fama de pegador, com a atual Gabrielle Constantino Foresti e a ex a estonteante Heleninha Bordon Nelson Ângelo Tamsma Piquet Souto Maior, o Nelsinho Piquet, ou Piquet Jr, como é conhecido na Fórmula 1 é filho do tricampeão mundial Nelson Piquet, nasceu Heidelberg, Alemanha, nacionalizado brasileiro, a mãe é a ex-modelo holandesa, Sylvia Tamsma, Nelsinho mal tinha aprendido a andar e já estava nas pistas de corrida. Segundo dos sete filhos de Piquet, foi o escolhido pelo pai para suceder-lhe na Fórmula 1. Aos 8 anos já corria de kart. "Me perguntam se estou preparando o Nelsinho para a F 1. Sim, ele vai ter de estar lá de qualquer jeito", disse Piquet em 2001. Nelsinho teve uma equipe criada só para ele na categoria GP2, pelo pai, para prepará-lo para a Fórmula 1. O garoto sofria com a pressão. Nelson queria vê-lo brilhar de qualquer forma. Nelsinho costumava se desculpar com Piquet, choroso, quando não cumpria suas metas nas corridas. Até hoje, Piquet pai administra cada passo da carreira do filho, que parece ter desandado de vez. Piquet, Nelsinho e Briatore: reunião tensa na hora da demissão Mas a intenção de Briatore, com o comentário, é atingir na realidade o pai do piloto. Nelson Piquet regularmente fazia brincadeiras com a masculinidade de alguns personagens da Fórmula 1, dentre eles Ayrton Senna, de quem afirmou certa vez que “gostava mais dos mecânicos do que de mulheres...” o que lhe valeu até mesmo uma citação judicial em 1987. "Nelsinho é um menino mimado. Sempre correu pelos times criados pelo pai, dispôs dos melhores equipamentos, foi parar numa competição verdadeira (Fórmula 1) e, claro, perdeu a cabeça", acusou Briatore. "É um rapaz cheio de problemas. Nunca apresentou bom desempenho. Errei ao acreditar que era um piloto especial e ao renovar seu contrato este ano." Nelson Piquet, o pai, por sua vez, nunca foi um exemplo a ser seguido em matéria de retidão; Além de espalhar pelo mundo da Fórmula 1 que Ayrton Senna era homossexual. Piquet trapaceou em 1982, para conquistar o GP do Rio de Janeiro. Venceu a prova, mas foi desclassificado por fraudar o peso do carro e torná-lo mais veloz. Na semana passada, em Monza, onde o mundo da Fórmula 1 estava reunido para a corrida deste domingo, os comentários eram de que Nelson Piquet, para manter o filho na Renault, chantageava a escuderia, ameaçando tornar pública a trapaça na corrida de Singapura. Quando percebeu que não conseguiria seu objetivo, Piquet pai teria negociado com o presidente da FIA, Max Mosley, a confissão por escrito em troca da imunidade para seu filho. A confissão foi a cartada final para atingir Briatore. Foto: AP Na semana que vem, em Paris, a FIA se reúne para decidir o futuro dos personagens dessa trama, que deve atingir em cheio a Renault, Flavio Briatore e demais envolvidos na trapaça vão certamente sofrer punições pesadas, Nelsinho ganhou indulto com a delação premiada, mas sofrerá o maior castigo pois dificilmente sentará novamente no cockpit de um carro da fórmula num grid de largada. Telemetria confirma acidente provocado O site inglês "RaceFax", divulgou a telemetria do carro de Nelsinho Piquet no momento da batida no GP de Cingapura do ano passado. O gráfico comprova que o acidente realmente foi proposital. O objetivo era provocar a entrada do safety car. No gráfico ao lado, a linha vermelha (com a letra A em destaque) representa a aceleração. A curva, que vinha evoluindo de forma horizontal, se torna vertical rapidamente, fica no máximo, sofre uma interrupção e volta ao máximo. Isso quer dizer que Nelsinho acelerou o carro mais do que o normal para provocar a rodada, deu uma leve desacelerada, e pisou forte no pedal novamente até o choque com o muro. A linha azul-escura, identificada no gráfico pela letra B, mostra o trabalho das rodas traseiras. Os dentes acentuados no trecho em que Nelsinho acelera para provocar o acidente quer dizer que elas estão girando em falso, ou seja, sem aderência, o que colaborou para a rodada e a posterior batida no muro interno da pequena reta. Em seu depoimento à FIA, divulgado pelo site inglês "F1SA" na quinta-feira, o brasileiro disse que seria fácil notar a intenção de causar o acidente olhando os gráficos da telemetria. Na minha equipe, o engenheiro do carro questionou a natureza do incidente, porque achou incomum, e respondi que tinha perdido o controle do carro. Acredito que um engenheiro inteligente notaria que os dados de telemetria indicariam que o acidente foi causado de propósito, já que continuei acelerando, enquanto que o normal seria frear o mais rapidamente possível - disse Nelsinho, em seu depoimento à FIA.