27 de set. de 2009

Roman Polanski é preso por pedofilia

Roman Polanski é preso por pedofilia
O diretor franco polonês, alcançado na Suiça, é fugitivo da justiça americana há 31 anos

Foto: Reuters

Polanski realizou muitos filmes importantes como A Dança dos Vampiros (1967) "O Bebê de Rosemary" (1968), "Chinatown" (1974), "Tess" (1979), “Lua de Fel” (1992) ,"O Pianista" (2002)

Fontes: Veja Abril, O Globo, AFP, BBC Brasil, The Mirror

O premiado diretor de cinema Roman Polanski foi detido na Suíça por um mandado de prisão emitido há 31 anos nos Estados Unidos.

Polanski, 76, foi preso no sábado quando viajava para a Suíça para o Festival de Cinema de Zurique, que está realizando uma retrospectiva de sua carreira.

Em 1977, nos Estados Unidos, ele admitiu ter mantido relações sexuais com uma garota de 13 anos, Samantha Geimer (foto), mas fugiu para a França antes de receber a sentença final.

Sem pisar em terras americanas desde então, o diretor recebeu à distância o Oscar de melhor filme pela obra O Pianista, de 2002, que conta as memórias de um músico judeu em plena ocupação nazista de Varsóvia durante a Segunda Guerra Mundial.

Inicialmente indiciado por seis delitos sexuais, entre os quais pedofilia, o diretor pode ter de enfrentar o resto da vida na prisão se condenado.

Polanski foi detido em 1977 em Los Angeles após denúncia apresentada pelos pais da adolescente, de 13 anos, acusado de oferecer drogas e álcool a uma adolescente de 13 anos e de fazer sexo com ela em uma sessão fotográfica na casa do ator Jack Nicholson.

Foto: Arquivo

Polanski saindo de uma das audiências de julgamento em 1977

À época, o diretor alegou que a menor não era mais virgem e que não havia sido forçada.Ele passou 42 dias na prisão. No final de janeiro de 1978, no dia seguinte a uma reunião entre seus advogados e um juiz, na qual este deu a entender que voltaria a ordenar sua prisão, Roman Polanski embarcou em um avião para a Europa, onde vive desde então.

A vítima do caso, hoje a Sra. Samantha Geimer, (foto) casada e com filhos, já pediu que as acusações contra o diretor sejam retiradas.

Ela diz que a insistência da Justiça para que Polanski compareça diante de um juiz americano é uma "piada cruel".

No início deste ano, um magistrado americano afirmou que houve má conduta do juiz original do caso, hoje falecido, mas determinou que Polanski deveria retornar aos Estados Unidos para pedir a anulação do caso.

Por medo de ser enviado à Justiça americana, o diretor já evitou inclusive rodar suas obras na Grã-Bretanha, que, como a Suíça, tem acordos de extradição com os EUA.

O departamento de Justiça dos Estados Unidos confirmou o pedido de captura contra o cineasta e nada mais impede que ele seja transferido para uma prisão americana.

Polanski e a atriz Emmanuelle Seigner, com quem é casado desde 1989
O governo francês e polonês estão unidos em defesa do cineasta Roman Polanski. O ministro de Cultura Frederic Mitterrand divulgou um comunicado informando que tanto ele quanto o presidente Nicolas Sarkozy querem ver o diretor voltar rapidamente para sua família.

Radoslaw Sikorski, ministro das Relações Exteriores da Polônia - para onde Polanski foi durante a Segunda Guerra Mundial, quando sua mãe foi morta por nazistas -, disse que pode apelar diretamente para as autoridades americanas sobre o caso.

- Estou considerando a possibilidade de solicitar ao presidente dos Estados Unidos (Barack Obama) a proclamação de um ato de clemência que resolva a questão de uma vez por todas - afirmou Sikorski.

Bernard Kouchner, ministro das Relações Exteriores da França, também emitiu uma declaração na qual diz estar em contato com as autoridades suíças para exigir que os direitos de Polanski sejam plenamente respeitados e que uma solução "favorável" seja encontrada rapidamente. 

O presidente da Associação dos Produtores de Cinema, Jacek Bromski, está perplexo com a atitude dos suíços.

- Não entendemos porque eles convidaram Polanski para um festival de cinema, onde era para ter recebido um prêmio por uma vida de realizações, e ao invés disso o prenderam – argumentou revoltado.

Nenhum comentário: