Marina Silva, o olhar europeu
Marina Silva, o olhar europeu Os jornais Le Monde, francês e o El Pais, espanhol, dão espaço e apresentam para a Europa a candidata do Partido Verde
Foto: Agência Brasil Fontes: Le Monde , El PaisDois importantes jornais europeus dedicaram grandes espaços para falar de Marina Silva, nas últimas semanas, o espanhol El Pais e o Frances Le Monde, estão dando mais importância à candidata do PV, para presidente da republica do Brasil, do que está ocorrendo no Brasil. O comentarista político do Le Monde, Jean Pierre Langellier, diz que apropriadamente Marina costuma se comparar a uma jaguatirica, esse gato selvagem que "se isola para lamber suas feridas", antes de voltar ao ataque e assevera, “Marina Silva tem a paciência de um felino que espera pela hora de atacar. Gentil, frágil e totalmente determinada. Em maio de 2008, ela era a ministra brasileira do Meio Ambiente há cinco anos e meio quando pediu demissão.” Diz que Marina explica que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, seu veterano e amigo - político e pessoal - que a nomeara para esse cargo, não a apoiava o suficiente em sua cruzada por um desenvolvimento sustentável. Em agosto, ela deixou o Partido dos Trabalhadores (PT), fundado por Lula, onde militou durante 24 anos, e entrou para o pequeno Partido Verde (PV). Ninguém duvida que agora ela irá até o fim de sua ambição, disputando a Presidência da República daqui a um ano. Ela tem diante de si outra mulher, Dilma Rousseff, a candidata do PT escolhida por Lula. Comenta que Marina diz que não pode ainda falar “como candidata, mas creio que o debate deve ser sobre idéias e que a ética deve prevalecer. Eu nunca mentiria a respeito da honra de alguém para ganhar eleições. Eu gostaria de fazer algo parecido com o que o PT fez há 20 anos, quando rompeu com os partidos tradicionais Foto: Arquivos O jornal El Pais, lembra que ela foi o primeiro integrante do governo confirmado por Lula quando ganhou as eleições em 2002. Afirma que ela adotou a resistência, contra o agronegócio, a soja transgênica, a rápida expansão dos bicombustíveis, a construção de usinas hidroelétricas, e se mobilizou pela proteção da Amazônia. Antes de se distanciar de Lula e aceitar o convite feito pelos Verdes para levantar ainda mais alto sua bandeira.
Sua chegada ao circuito eleitoral, com conotações que fazem lembrar a candidatura de Barack Obama nos EUA, pode desviar a atenção de muitos jovens, interessados em suas ideias ambientais. Silva, herdeira do mítico ecologista Chico Mendes, assassinado em 1988 por latifundiários da Amazônia, é também uma pessoa dotada de simpatia pessoal e um caráter dialogador, que obrigará a colocar sobre o tapete eleitoral a delicada questão do desenvolvimento sustentável da Amazônia. Sua candidatura tornará mais dinâmica uma campanha eleitoral que logo se resumiria a um duelo entre Dilma Rousseff e José Serra, o governador centrista do Estado de São Paulo. Lula, que a trata com consideração, gostaria que ela agisse com reciprocidade. Por enquanto, Marina poupa o partido do presidente: "Mudei de casa [política]", ela explica, "mas continuo morando na mesma rua". "Chegou a hora de uma mulher governar o Brasil", repetia Lula, nos últimos meses, certamente pensando em Dilma. É um discurso presidencial que convém a Marina.- Conclui o comentarista do Le Monde Veja a tradução dos artigos na íntegra no portal da UOL El Pais, Le Monde |
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