14 de set. de 2009

Ex-Presidente de Taiwan condenado à prisão perpetua

Ex-Presidente de Taiwan condenado à prisão perpetua
Sua mulher também ganhou a mesma condenação. De acordo com a legislação local, uma sentença de prisão perpétua é automaticamente recorrível.

Foto: Getty Images

O ex-presidente Chen Shui-bian e sua esposa Wu Shu-chen. A mulher roubava e ele disse que não sabia, o tribunal não acreditou 

Fontes: Jornal Digital, EFE, Estadão

O ex-presidente de Taiwan, Chen Shui-bian, 58 anos, foi considerado culpado e condenado a prisão perpétua, por seis crimes de suborno e corrupção.

Esse foi o final do julgamento iniciado há quase três anos por má administração de recursos públicos, lavagem de dinheiro e aceitação de subornos, e que envolve a sua mulher, vários membros da família e ex-assistentes. O ex-chefe de Estado foi ainda condenado pelo Tribunal Distrital de Taipé ao pagamento de uma multa de cerca de seis milhões de dólares.

Chen Shui-bian era acusado de ter desviado 3,185 milhões de dólares de um fundo presidencial, de ter aceitado subornos no valor de nove milhões num negócio imobiliário e de ter recebido ainda outros 2,73 milhões de dólares para ajudar um construtor a ganhar um contrato de obras públicas. Durante o julgamento, o ex-presidente acusou a nova classe dirigente do país, os adversários políticos do Kuomintang liderados por Ma Ying-jeou, de estarem por detrás de uma cabala política para o incriminar.

“Minha única culpa é social", disse Chen, fazendo um mea-culpa diante dos abusos cometidos pelos seus familiares.

A ex-primeira-dama, Wu Shu-chen, (foto) enviou dezenas de milhões de dólares, supostas contribuições políticas, a contas bancárias no exterior em nome de parentes, operação bancária descoberta pelo Grupo Internacional Egmont contra a lavagem de dinheiro

O ex-presidente, que decidiu não estar presente quando a leitura da sentença cumpriu dois mandatos presidenciais em Taiwan, e gerou a polêmica por defender a independência formal da ilha em relação à China e foi detido em Novembro do ano passado.

Chen Shui-bian perdeu a imunidade depois de abandonar as suas funções em Maio de 2008, tendo sido colocado em detenção provisória, a 12 de Novembro.

Foto: Getty Images

O filho Chen Chih-chung e a nora Huang Jui-ching

O seu filho Chen Chih-Chung também foi condenado a dois anos e meio de prisão por lavagem de dinheiro mas a nora, Huang Jui-ching, ficou com a pena suspensa. A mulher do ex-presidente foi igualmente condenada à pena perpétua, e a uma indenização de 700 milhões de dólares, dada como culpada em sete acusações de suborno e corrupção.

Os especialistas consideraram que a sentença ao ex-presidente será um divisor de águas na história política do Taiwan.

"Este julgamento é uma advertência para o presidente Ma Ying-jeou e os futuros dirigentes", disse Hsu Yung-ming, professor de Ciências Políticas da Universidade Soochow, à Agência Efe.

Foto: Reuters

Milhares de partidários do ex-presidente, liderados por parlamentares independentistas, começaram hoje protestos públicos após a condenação de Chen.


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