11 de set. de 2009

Ideli confidencial: A corrupção abaixo da linha da cintura

Ideli confidencial:
A corrupção abaixo da linha da cintura
O senado pagou R$ 70 mil, para a líder do governo, melhorar seu desempenho, circulando pelo México, Espanha e Argentina, com seu assessor de estimação, à tiracolo, numa proveitosa missão, que lhe trouxe novos horizontes, aliviou as tensões e melhorou a pele

Fotomontagem Toinho de Passira

Instante em que a Senadora soube que haviam descoberto suas “viagens culturais” acompanhada do assessor  

Fontes: Folha de São Paulo, O Globo, Zero Hora

A viagem romântico-cultural da Senadora Ideli Salvati (PT-SC) e seu assessor Paulo André Argenta, por três cidades de língua espanhola, México, Buenos Aire e Sevilha, revelada pela Folha de São Paulo, assemelha-se, a princípio, a um daqueles romances de D.H. Lawrence:

Em cenários espetaculares densos personagens vivem arriscados momentos sensuais, tendo como pano de fundo o conturbado e intrigante mundo da política.

Porém, visto de perto, transforma-se num folhetim pornográfico, quando se sabe que foi o Senado pagou R$ 70 mil, para que a senadora e o assessor fizessem um curso de capacitação chamado "The Art of Business Coaching", (A Arte de Negociar nas Coxas” – em tradução livre) , promovida pela empresa petista, Newfield Consulting. (Novo campo de picaretagem)

A medida que surgem outros personagem a historia vai sendo rebaixada a uma livreto de sacanagem: quem autorizou a viagem como presidente do senado, foi o manjado vilão Renan Calheiros e o dono da empresa responsável pelo curso internacional é o esperto psicólogo petista Luiz Sérgio Gomes da Silva, ex-funcionário do Palácio do Planalto e ex-assessor da CUT (Central Única dos Trabalhadores), ex-assessor de Tarso Genro e de Jaques Wagner, atual governador da Bahia.

A história começou com um requerimento de 18 de abril de 2007, da Senadora Ideli solicitou autorização para viajar e participar do curso no exterior. No documento, a senadora refere-se ao curso como "uma missão".

"Venho solicitar, nos termos do inciso 2, do artigo 40 do Regimento Interno do Senado Federal, que seja concedida licença para desempenhar a referida missão", diz o requerimento.

Junto com o documento, ela anexou uma carta da empresa Newfield Consulting escrita em espanhol. O texto diz que se trata de "uma empresa de consultoria e formação gerencial orientada a facilitar processos de mudança dentro das organizações e transformar os atuais modelos de gestão para possibilitar superiores níveis de produtividade e rentabilidade".

Por que uma empresa petista com sede em Florianópolis mandou um folheto em espanhol para Ideli Salvati?

Autorizados por Renan o Senado desembolsou R$ 35.530 com as inscrições, dos dois e mais R$ 11.837,40, com diárias.

Além de participar das três etapas do curso com Ideli, o assessor Argenta fez mais três viagens sozinho para Buenos Aires, São Paulo e Florianópolis, entre julho e novembro de 2007. Recebeu mais R$ 15.208 para pagamento de diárias.

O assessor Argenta e Ideli também tiveram as passagens aéreas pagas pelo Senado. A Folha fez uma estimativa e os dois teriam gasto, em valores atualizados, ao menos R$ 7.500 para comprar os bilhetes.

Descobriu-se adiante que Newfield tem como um dos seus principais clientes, o governo da Bahia, do petista Jaques Wagner.

O jornal “Zero Hora” constatou que a Newfield Consulting, também contratou a nora de Ideli, a consultora Maria Solange Fonseca, para prestar serviços à Eletrosul, estatal federal que é presidida por Eurides Mescolotto, ex-marido da senadora.

Mundo pequeno esse dos petistas!

A senadora Ideli divulgou nota dizendo que curso no exterior pago pelo Senado melhorou desempenho de sua equipe. A senadora também afirma que o assessor Paulo André Argenta, que lhe acompanhou no curso, viajou de forma "legal", autorizado pela presidência do Senado (Renan Calheiros) assim como a própria parlamentar.

A nota diz que Paulo André, o corajoso e simpático e intelectualmente bem dotado assessor, exerce uma função de coordenação “dentro” do mandato da senadora e, através dos conhecimentos adquiridos no curso, é um inseminador, digo, disseminador, do que apreendeu entre os seus colegas.

Consta que o pessoal do gabinete adorou o curso, pelas ausências de Ideli, além do que, a senadora sempre de maus bofes, voltava bem humorada e renovada dessas viagens de capacitação cultural.


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